O
patriarca emérito de Lisboa, D. José Policarpo, vai despedir-se
hoje da diocese, numa celebração em que vão ser ordenados seis
padres, às 10h30, no Mosteiro dos Jerónimos.
O
cardeal, de 77 anos, apresentou a sua renúncia ao cargo em 2011, por
limite de idade, resignação aceite por Bento XVI e confirmada pelo
Papa Francisco, que a 18 de maio nomeou como novo patriarca de Lisboa
o até então bispo do Porto, D. Manuel Clemente.
O 16.º
patriarca de Lisboa assumiu esta missão a 24 de março de 1998, após
a morte de D. António Ribeiro, de quem era coadjutor desde março de
1997.
D.
José da Cruz Policarpo nasceu a 26 de fevereiro de 1936 em
Alvorninha, Caldas da Rainha, território do Distrito de Leiria e do
Patriarcado de Lisboa.
Padre
desde 15 de agosto de 1961, foi ordenado bispo em 1978 (auxiliar de
Lisboa), criado cardeal por João Paulo II em 2001 e participou em
dois Conclaves: no de abril de 2005 que elegeu Bento XVI, e no de
março deste ano, que acabou com a escolha do Papa Francisco.
O
patriarca emérito é licenciado em Teologia Dogmática, em 1968,
pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, com a tese
‘Teologia das Religiões não cristãs’; posteriormente, defendeu
na mesma instituição académica uma tese subordinada ao título
"Sinais dos Tempos".
Docente
da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa desde
1970, na categoria de professor auxiliar (1971), de professor
extraordinário (1977) e de professor ordinário (1986), D. José
Policarpo foi diretor da Faculdade de Teologia da Universidade
Católica Portuguesa (1974/1980; 1985/1988), antes de ser nomeado
reitor da Universidade Católica Portuguesa para o quadriénio de
1988/1992, por Decreto da Santa Sé, tendo sido reconduzido nessa
função por um segundo quadriénio (1992/1996).
Após
a sua nomeação como patriarca de Lisboa, assumiu o título de magno
chanceler da Universidade Católica.
D.
José Policarpo foi eleito presidente da Conferência Episcopal
Portuguesa (CEP) em abril de 1999 e reeleito em 2002 para um novo
triénio; voltaria a ocupar o cargo após uma terceira eleição, em
maio de 2011.
No
Vaticano, o patriarca emérito foi membro do Conselho Pontifício da
Cultura e desempenha essas funções na Congregação de Educação
Cristã e no Conselho Pontifício para os Leigos.
Enquanto
líder da Diocese de Lisboa, D. José Policarpo apostou na nova
evangelização, tendo mesmo dinamizado um congresso internacional
(ICNE) com várias outras cidades europeias (Viena, Paris, Bruxelas e
Budapeste) que passou pela capital portuguesa em 2005, e na
implementação das orientações do Concílio Vaticano II.
Lisboa
acolheu também o Encontro Europeu de Jovens promovido pela
comunidade ecuménica de Taizé, entre os dias 28 de dezembro de 2004
e 1 de janeiro de 2005, reunindo dezenas de milhares de jovens de
diferentes nacionalidades e confissões cristãs.
A
preocupação com a “indiferença” da sociedade face a Deus e os
apelos ao diálogo perante o actual momento de crise sócio-económica
em Portugal marcaram os últimos anos à frente da CEP e do
Patriarcado de Lisboa.
Desde
1997, como arcebispo coadjutor e depois como cardeal-patriarca, D.
José Policarpo ordenou 92 novos padres para a Igreja, em celebrações
de âmbito diocesano, destaca o jornal ‘Voz da Verdade’, do
Patriarcado de Lisboa.
Lisboa,
29 jun 2013 (Ecclesia)
Ao
programa 70 X 7, D. José Policarpo aborda temas como:
- Os 50 anos do início do Concílio Vaticano II
- O Ano da Fé convocado por Bento XVI
- Projectos de Nova Evangelização
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