- O Evangelho da família;
- As situações familiares difíceis;
- A educação para a fé e a vida de todo o núcleo familiar.
São
estes os três âmbitos nos quais se desenvolve o instrumento de
trabalho [Instrumentum
laboris] da assembleia extraordinária do Sínodo dos bispos
sobre a família, que se reunirá de 5 a 19 de Outubro deste ano para
reflectir sobre o tema «Os desafios pastorais da família no
contexto da evangelização».
O
conteúdo do documento foi apresentado ontem, quinta-feira 26 de
Junho, na Sala de Imprensa da Santa Sé.
A
primeira parte do texto trata o desígnio de Deus, o conhecimento
bíblico e magisterial e a sua recepção, a lei natural e a vocação
da pessoa em Cristo.
A
constatação do escasso conhecimento do ensinamento da Igreja exige
dos agentes pastorais mais preparação e o compromisso a favorecer a
sua compreensão por parte dos fiéis, que vivem em contextos
culturais e sociais diversos.
A
segunda parte, que enfrenta os desafios relacionados com a
família, considera de modo particular as situações pastorais
difíceis, que dizem respeito às convivências e às uniões e
facto, aos separados, aos divorciados, aos divorciados recasados e
aos seus eventuais filhos, às mães solteiras, a quantos se
encontram em condições de irregularidade canónica e a quantos
pedem o matrimónio sem serem crentes ou praticantes.
No
documento é frisada a urgência de permitir que as pessoas feridas
se curem e se reconciliem, voltando a ter confiança e serenidade
renovadas.
Por
conseguinte, é invocada uma pastoral capaz de oferecer a
misericórdia que Deus concede a todos sem medidas.
Trata-se
portanto de «propor, não de impor; acompanhar e não constranger;
convidar, não expulsar; inquietar, nunca desiludir».
O
Instrumentum mostra que, para as situações difíceis que a Igreja
não deve assumir uma atitude de juiz que condena, mas a de uma mãe
que sempre acolhe os seus filhos, sublinhando que "não aceder
aos sacramentos não significa ser excluído da vida cristã e da
relação com Deus".
A
terceira parte apresenta antes de tudo as temáticas relativas à
abertura à vida, como o conhecimento e as dificuldades na recepção
do magistério, as sugestões pastorais, a praxe sacramental e a
promoção de uma mentalidade acolhedora.
Depois
o documento denuncia o escasso conhecimento da Encíclica Humanae
Vitae. Na maioria das respostas são evidenciadas as dificuldades que
se encontram sobre o tema dos afectos, da geração da vida, da
reciprocidade entre o homem e a mulher, da paternidade e maternidade
responsáveis.
No
respeitante à responsabilidade educativa dos pais, o documento frisa
a dificuldade de transmitir a fé aos filhos e de lhes dar uma
educação cristã sobretudo em situações familiares difíceis,
cujos reflexos sobre os filhos se alargam também à esfera da fé.
Agora
o documento será objecto de estudo e de avaliação por parte das
conferências episcopais e confrontado com as diversas realidades
locais a fim de evidenciar os pontos focais sobre os quais adiantar
propostas pastorais a serem debatidas e aprofundadas durante os
trabalhos da assembleia extraordinária e depois na ordinária que
terá lugar de 4 a 25 de Outubro de 2015 cujo tema será «Jesus
Cristo revela o mistério e a vocação da família».
Fonte:
L'Osservatore Romano, Rádio Vaticano
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