Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 13 de setembro de 2014

A HUMANIDADE PRECISA DE CHORAR. É ESTA A HORA DO PRANTO!

O Papa Francisco celebra e reza pelas vítimas de todas as guerras.
Visitou neste sábado de manhã o maior cemitério militar da Itália, para “rezar pelas vítimas de todas as guerras”.
A iniciativa visa assinalar o centenário do início da I Guerra Mundial (1914-1918), que causou a morte a nove milhões de pessoas, entre soldados e civis.



Foi “como peregrino” que o Papa se deslocou ao chamado Santuário militar de Redipuglia, região próxima da fronteira de Itália com a Eslovénia, visitando um cemitério inaugurado em 1938 para dar sepultura a 100 mil italianos que tombaram no decurso da I Grande Guerra.





Na homilia, num tom meditativo, directo, evocando a beleza daquela região, com a vida quotidiana das pessoas, na tranquilidade da paz, o Papa Francisco declarou sem meios termos:
A guerra é uma loucura:
A guerra destrói; destrói até mesmo o que Deus criou de mais belo: o ser humano.
A guerra tudo transtorna, incluindo a ligação entre irmãos.
A guerra é louca: como plano de desenvolvimento, propõe a destruição!

Apontando como motivos que impelem à opção bélica a ganância, a intolerância, a ambição do poder, o Papa observou que tais motivos são muitas vezes justificados por uma ideologia; mas, antes desta, existe a paixão, o impulso desordenado.

A ideologia é uma justificação e, mesmo quando não há uma ideologia, há a resposta de Caim: «A mim, que me importa? Sou, porventura, guarda do meu irmão?» (Gn 4, 9). A guerra não respeita ninguém: nem idosos, nem crianças, nem mães, nem pais... «A mim, que me importa?»

Todas as pessoas, cujos restos repousam nestes cemitérios tinham projectos, sonhos, mas as suas vidas foram ceifadas. Porquê?!

Aqui e no outro cemitério há aqui muitas vítimas.
Hoje recordamo-las: há o pranto, o luto, o sofrimento...
Daqui recordamos todas as vítimas de todas as guerras.
Também hoje as vítimas são tantas...

Isto é possível, porque ainda hoje, nos bastidores, existem interesses, planos geopolíticos, avidez de dinheiro e poder; e há a indústria das armas, que parece ser tão importante!
E estes planificadores do terror, estes organizadores do conflito, bem como os fabricantes das armas escreveram no coração: «A mim, que me importa?»

É próprio das pessoas sensatas reconhecer os erros, sentir tristeza por os ter cometido, arrepender-se, pedir perdão e chorar.

Com o «a mim, que me importa?» que têm no coração, os negociantes da guerra talvez ganhem muito, mas o seu coração corrupto perdeu a capacidade de chorar.
Caim não chorou, não conseguiu chorar.

Hoje a sombra de Caim estende-se sobre nós aqui, neste cemitério.
Vê-se aqui!
Vê-se na história que vem de 1914 até aos dias de hoje; e vê-se também em nossos dias.

Irmãos, a humanidade precisa de chorar; e esta é a hora do pranto.




Fonte: Rádio Vaticano

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