Nossa
Senhora das Candeias, da Luz, da Candelária e tantos outros títulos
que são lembrados neste dia da Festa da Apresentação de Jesus no
Templo
Este
ano, na nossa paróquia, a Eucaristia de Acção de Graças à
Senhora das Candeias é amanhã, Terça-feira, às 18H30, com a
benção das velas.
A
Festa da Apresentação do Senhor, quarenta dias depois do Natal, no
dia 2 de Fevereiro, marca o fim do ciclo natalício.
A
Apresentação de Jesus no Templo celebrava-se já nos finais do
século IV, em Jerusalém.
A
seguir, estendeu-se a toda a Igreja do Oriente onde se chamava
«hypapántè» (encontro), a festa do Encontro do Salvador com
aqueles que veio salvar, representados pelas pessoas de Simeão e
Ana, segundo as palavras de Lucas 2, 29-32, usadas nos cantos
litúrgicos da festa: «Luz para iluminar as nações e glória do
teu povo Israel».
No
século VII, no tempo do Papa Sérgio I, chegou a Roma e ao Ocidente,
sendo fixada a quarenta dias depois do Natal, derivando entretanto
para a recordação da "Purificação da Bem-aventurada Virgem
Maria", título que se manteve até 1969.
No
século X, começaram a benzer-se as velas.
No
século XX, com o Concílio Vaticano II e pela Carta Apostólica
CELEBRAÇÃO
DO MISTÉRIO PASCAL do
Papa Paulo VI que aprova a 14 de Fevereiro de 1969 o novo Calendário
Romano Geral, passou
a
designar-se a partir de 1 de Janeiro de 1970 «Apresentação do
Senhor».
A
missa desta festa tem a particularidade da bênção e da procissão
das velas; por isso, se chama popularmente “A Candelária” ou
“Senhora das Candeias”, sublinhando a importância simbólica do
encontro de Jesus, Luz que ilumina as nações, com o Templo de
Jerusalém, e com os justos representados pelo velho Simeão, pela
profetisa Ana, e também pelos seus pais, Maria e José.
Também
hoje, em pleno Ano da Vida Consagrada, termina a Semana do
Consagrado, iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa.
No
dia 2 de Fevereiro de 1997, foi celebrado pela primeira vez o Dia da
Vida Consagrada instituído pelo Papa S. João Paulo II.
É
desse dia que transcrevemos as palavras do Santo Padre no Angelus:
JOÃO
PAULO II
no
ANGELUS de 2 de Fevereiro de 1997
Caríssimos
Irmãos e Irmãs
1.
Hoje, festa da Candelária, recordamos a apresentação de Jesus no
Templo. Maria e José, quarenta dias depois do nascimento de Jesus,
foram a Jerusalém para O oferecer ao Senhor, segundo a prescrição
da lei mosaica. É um episódio que se enquadra na perspectiva da
especial consagração do povo de Israel a Deus. Ele, porém, tem
também um significado mais amplo: recorda, com efeito, o
reconhecimento que se deve ao Criador por toda a vida humana.
A
vida é um grande dom de Deus, que se deve acolher sempre com acção
de graças. Se no domingo passado eu me mostrava preocupado pelo
vazio de valores, que ameaça a nossa convivência, hoje quereria
recordar com vigor um destes valores fundamentais, que absolutamente
devem ser recuperados, se não se quiser precipitar no abismo:
refiro-me ao valor sagrado da vida, de cada vida humana, desde o seu
desabrochar no seio materno até ao seu declínio natural.
Digo-o
recordando que hoje na Itália se celebra o Dia pela Vida, ocasião
propícia para afirmar com vigor que da vida, própria e dos outros,
não se pode dispor à vontade: ela pertence ao Autor da vida. O amor
inspira a cultura da vida, e o egoísmo, a cultura da morte. Escolhei
a vida — diz o Senhor — para viverdes vós e as gerações
futuras! (cf. Dt. 30, 19).
2.
No Templo de Jerusalém, segundo a narração evangélica, um ancião
homem de Deus, Simeão, toma Jesus nos braços e indica n’Ele a
salvação que chegou para Israel e para todos os povos: a Luz das
nações (cf. Lc. 2, 30-31).
As
palavras do santo ancião dão voz ao anélito que percorre a
história da humanidade. Exprimem a expectativa de Deus, aquele
desejo universal, talvez inconsciente mas incancelável, de que Ele
venha ao nosso encontro para nos tornar partícipes da Sua vida.
Simeão encarna a imagem da humanidade que tende a acolher o raio de
luz, que faz novas todas as coisas, o germe de vida que transforma
cada velhice em perene juventude.
3.
Neste contexto, adquire um significado singular o Dia da Vida
consagrada, que hoje celebramos pela primeira vez. Já há tempo a
Festa da apresentação de Jesus no Templo reunia nas Comunidades
diocesanas os membros dos Institutos de Vida consagrada e das
Sociedades de Vida apostólica, para manifestarem diante do povo de
Deus a alegria do empenho, sem reservas, pelo Senhor e pelo seu
Reino. Eu quis que esta experiência se estendesse à Igreja inteira,
para dar graças a Deus pelo grande dom da vida consagrada e
promover, cada vez mais, o seu conhecimento e a sua estima. E de
estímulo serviu também o Sínodo dos Bispos sobre a Vida
consagrada, celebrado recentemente, cujos resultados confluíram na
Exortação Apostólica pós-sinodal «Vita consecrata».
Enquanto
vos convido a orar, caríssimos, por estes nossos irmãos e irmãs
que oferecem o seu testemunho de Cristo pobre, casto e obediente,
dirijo-me com o pensamento em particular a quantos corroboraram o seu
serviço à Igreja com o sacrifício da vida. Chegou-me há pouco a
notícia da morte trágica do Pe. Guy Pinard, Missionário da África,
barbaramente assassinado hoje de manhã, durante a celebração da
Santa Missa na sua paróquia de Ruhengeri, em Ruanda. Supliquemos a
Virgem Santíssima por ele, pelos seus entes queridos e pelo seu
povo, a fim de que encontre de novo a paz, no respeito da vida.
Fazendo
fé no provérbio que propõe uma previsão do tempo a partir das
condições atmosféricas do dia da Senhora das Candeias, 2 de
Fevereiro,
«Se
a candeia rir, está o Inverno para vir; se a candeia chora, o
Inverno está para fora.»,
o tempo de Inverno já passou.
Fontes:
Santa Sé, Ecclesia, Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura,
Dehonianos
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