«Hoje,
por exemplo, procurai dez, quinze minutos, não mais: lede o
Evangelho, imaginai e dizei algo a Jesus. E nada mais. Assim o vosso
conhecimento de Jesus será maior e a vossa esperança crescerá. Não
vos esqueçais, mantende o olhar fixo em Jesus. É exactamente por
isso que se chama oração de contemplação».
Foi
a sugestão do Papa Francisco no final da Missa matutina de hoje na
Casa Santa Marta.
A
partir da primeira leitura, a Carta aos Hebreus (12, 1-4), o Papa
Francisco, depois de se referir à memória
como uma referência da vida cristã, afirmou que «o
autor da Carta fala de outra referência, isto é, da esperança».
E
explicou,
«só
se aprende a esperança olhando para Jesus, contemplando Jesus;
aprende-se com a oração de contemplação».
Na
sua reflexão colocou uma pergunta:
«Posso
perguntar-vos como rezais?».
Alguém poderia responder: «Recito as orações que aprendi quando
era criança». E comentou: «Isto é bom».
Outro
poderia acrescentar: «Recito também o terço, mas todos os dias!».
E o Papa: «É bom rezar o terço todos os dias».
Enfim,
alguém poderia dizer: «Falo também com o Senhor, quando tenho uma
dificuldade, ou com Nossa Senhora ou com os santos...». E também
«isto é bom».
Contudo,
o Pontífice fez outra pergunta:
«Mas
tu recitas a oração de contemplação?».
Uma
pergunta, talvez, um pouco constrangedora a ponto que alguém poderia
dizer:
«O que é isto, padre? Como é esta oração? Onde se compra?
Como se faz?».
A
resposta de Francisco é clara:
«Só
pode ser feita com o Evangelho nas mãos».
Na
prática, sugeriu,
«pegas
o Evangelho, escolhes um trecho, lês duas vezes; imaginas, como se
tu visses o que acontece e contemplas Jesus».
E
deu uma indicação prática, citando como exemplo
exactamente o trecho do Evangelho de Marcos (5, 21-43) proposto pela
liturgia:
“Como
faço a contemplação com o Evangelho de hoje?
Vejo
que Jesus estava no meio da multidão, à sua volta estava muita
multidão.
Cinco
vezes diz esta passagem a palavra ‘multidão’.
Mas
Jesus nunca descansava?
Eu
posso pensar: ‘Sempre com a multidão...’ Mas a maior parte da
vida de Jesus é passada na estrada, com a multidão.
Mas
não descansava?
Sim,
uma vez diz o Evangelho, que dormia no barco mas veio a tempestade e
os discípulos acordaram-no.
Jesus
estava continuamente entre a gente.
E
vê-se Jesus assim, contemplo Jesus assim, imagino Jesus desta forma.
E
digo a Jesus o que me vem à mente.”
O
Santo Padre sublinhou, desta forma, que a oração de contemplação
ajuda-nos na esperança.
Permite-nos
fazer crescer a esperança se concedermos 15 minutos de atenção a
uma pequena passagem do Evangelho – afirmou o Papa Francisco:
“…imagina
o que aconteceu e fala com Jesus.
Assim,
o teu olhar estará fixo em Jesus e não tanto nas telenovelas, por
exemplo.
O
teu ouvido estará fixo nas palavras de Jesus e não tanto nos
mexericos do vizinho e da vizinha…”.
Concluindo,
Francisco não deixou de propor de novo a experiência da oração de
contemplação:
«Hoje,
por exemplo, procurai dez, quinze minutos, não mais: lede o
Evangelho, imaginai e dizei algo a Jesus.
E
nada mais.
Assim
o vosso conhecimento de Jesus será maior e a vossa esperança
crescerá.
Não
vos esqueçais, mantende o olhar fixo em Jesus.
É
exactamente por isso que se chama “oração de contemplação”».
Fontes:
L'Osservatore Romano, Rádio Vaticano
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