Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 27 de abril de 2016

IGNORAR O SOFRIMENTO SIGNIFICA IGNORAR DEUS



Na sua catequese de hoje o Papa falou sobre a parábola do Bom Samaritano afirmando que Jesus faz-se próximo de quem precisa, ensinando que o amor significa querer cuidar do outro
   
   
Prosseguindo as catequeses sobre o tema da misericórdia ligado ao jubileu extraordinário, o Santo Padre ofereceu uma reflexão sobre a actualidade do trecho evangélico de Lucas (10, 25-37).

Recordou que o texto «põe em cena um sacerdote, um levita e um samaritano».
E se «os dois primeiros são personagens ligados ao culto do templo, o terceiro é um judeu cismático, considerado um estrangeiro impuro».
Mas quando «o sacerdote e o levita encontram o moribundo», mesmo se «a lei do Senhor em situações semelhantes» previa «a obrigação de o socorrer», ambos «passam além. Estavam com pressa.... O sacerdote, talvez, tenha olhado para o relógio e dito: “Mas, chego tarde à missa”. E o outro disse: “Mas, não sei se a lei me permite”».

Mas o verdadeiro «centro da parábola», prosseguiu o Santo Padre, é «o samaritano, sobre o qual ninguém teria apostado algo e que, contudo, também tinha os seus compromissos quando viu o homem ferido».


A parábola, esclareceu o Papa,
«oferece um primeiro ensinamento»:
«não é automático que quem frequenta a casa de Deus e conhece a sua misericórdia saiba amar o próximo.
Podes conhecer a Bíblia inteira, todas as rubricas litúrgicas, toda a teologia, mas do conhecer ao amar não é automático».

Com efeito, acrescentou o Pontífice,
«não existe culto verdadeiro se não se traduzir em serviço ao próximo.
Nunca esqueçamos: diante do sofrimento de tantas pessoas esgotadas pela fome, pela violência e injustiças não podemos permanecer espectadores».

De resto,
«ignorar o sofrimento do homem, significa ignorar Deus.
Se não me aproximo de um homem, de uma mulher, de uma criança, de um idoso ou idosa que sofre, não me aproximo de Deus».


O resumo da catequese do Papa Francisco:


Querendo pôr à prova Jesus, um doutor da Lei pergunta-Lhe qual é o caminho para a vida eterna, que é amar a Deus e ao próximo.

Mas isso não pode limitar-se a uma teoria abstracta, como Jesus indica na parábola do Bom Samaritano.
A parábola fala de um sacerdote e um levita, duas figuras ligadas ao culto a Deus, que ignoram um homem moribundo, ferido por assaltantes.

Com isso, Jesus mostra que conhecer a misericórdia de Deus e louvá-lo no templo não significa automaticamente saber amar o próximo.
Será um samaritano, considerado impuro e pagão, aquele que sente compaixão pelo homem ferido.

De facto, a compaixão é uma característica essencial da misericórdia de Deus, que não nos ignora, conhece as nossas tribulações e sabe quando temos necessidade de ajuda e consolação.
O samaritano não fica à espera que o próximo apareça.
Ele faz-se próximo de quem precisa, ensinando que o amor significa querer cuidar do outro, amá-lo como a si mesmo.
Assim o bom samaritano é uma figura do próprio Jesus, que se fez nosso servo para nos salvar.


Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano


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