Na
sua catequese de hoje o Papa falou sobre a parábola do Bom
Samaritano afirmando que Jesus faz-se próximo de quem precisa,
ensinando que o amor significa querer cuidar do outro
Prosseguindo
as catequeses sobre o tema da misericórdia ligado ao jubileu
extraordinário, o Santo Padre ofereceu uma reflexão sobre a
actualidade do trecho evangélico de Lucas (10, 25-37).
Recordou
que o texto «põe em cena um sacerdote, um levita e um samaritano».
E
se «os dois primeiros são personagens ligados ao culto do templo, o
terceiro é um judeu cismático, considerado um estrangeiro impuro».
Mas
quando «o sacerdote e o levita encontram o moribundo», mesmo se «a
lei do Senhor em situações semelhantes» previa «a obrigação de
o socorrer», ambos «passam além. Estavam com pressa.... O
sacerdote, talvez, tenha olhado para o relógio e dito: “Mas, chego
tarde à missa”. E o outro disse: “Mas, não sei se a lei me
permite”».
Mas
o verdadeiro «centro da parábola», prosseguiu o Santo Padre, é «o
samaritano, sobre o qual ninguém teria apostado algo e que, contudo,
também tinha os seus compromissos quando viu o homem ferido».
A
parábola, esclareceu o Papa,
«oferece
um primeiro ensinamento»:
«não
é automático que quem frequenta a casa de Deus e conhece a sua
misericórdia saiba amar o próximo.
Podes
conhecer a Bíblia inteira, todas as rubricas litúrgicas, toda a
teologia, mas do conhecer ao amar não é automático».
Com
efeito, acrescentou o Pontífice,
«não
existe culto verdadeiro se não se traduzir em serviço ao próximo.
Nunca
esqueçamos: diante do sofrimento de tantas pessoas esgotadas pela
fome, pela violência e injustiças não podemos permanecer
espectadores».
De
resto,
«ignorar
o sofrimento do homem, significa ignorar Deus.
Se
não me aproximo de um homem, de uma mulher, de uma criança, de um
idoso ou idosa que sofre, não me aproximo de Deus».
O
resumo da catequese do Papa Francisco:
Querendo
pôr à prova Jesus, um doutor da Lei pergunta-Lhe qual é o caminho
para a vida eterna, que é amar a Deus e ao próximo.
Mas
isso não pode limitar-se a uma teoria abstracta, como Jesus indica
na parábola do Bom Samaritano.
A
parábola fala de um sacerdote e um levita, duas figuras ligadas ao
culto a Deus, que ignoram um homem moribundo, ferido por assaltantes.
Com
isso, Jesus mostra que conhecer a misericórdia de Deus e louvá-lo
no templo não significa automaticamente saber amar o próximo.
Será
um samaritano, considerado impuro e pagão, aquele que sente
compaixão pelo homem ferido.
De
facto, a compaixão é uma característica essencial da misericórdia
de Deus, que não nos ignora, conhece as nossas tribulações e sabe
quando temos necessidade de ajuda e consolação.
O
samaritano não fica à espera que o próximo apareça.
Ele
faz-se próximo de quem precisa, ensinando que o amor significa
querer cuidar do outro, amá-lo como a si mesmo.
Assim
o bom samaritano é uma figura do próprio Jesus, que se fez nosso
servo para nos salvar.
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano
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