No
final da manhã de hoje teve lugar no Vaticano mais uma edição do
“Comboio das crianças” promovido pelo Conselho Pontifício para
a Cultura
Esta
iniciativa é uma realização do projecto ‘Átrio dos Gentios’ e
traz ao Vaticano mais de 400 crianças provenientes de escolas da
região da Calabria em Itália.
Chegaram
de comboio e depois encontraram-se com o Papa Francisco.
A
propósito deste acontecimento, o padre Laurent Mazas, director
executivo do Átrio dos Gentios, falou à reportagem da Rádio
Vaticano:
“Em
cada ano procuramos encontrar crianças que vivam uma situação um
pouco especial.
Por
exemplo, no ano passado eram crianças filhas de presos.
Este
ano quisemos pensar em todas as crianças que fogem de casa, que são
migrantes, que pedem acolhimento e que são acolhidas por crianças
italianas com quem fazem amizade.
Os
lugares de acolhimento são em primeiro lugar a escola, depois o
desporto e a música.”
O
Papa Francisco apresentou-se ao encontro levando na mão o colete
salva-vidas de uma menina da Síria que morreu ao procurar chegar com
os pais à praia de Lesbos.
Algumas
das crianças dirigiram breves saudações ao Papa Francisco, em nome
das demais.
Entre
elas Osayande, um menino nigeriano que viu morrer ao seu lado, no
mar, a própria família.
Em
primeiro lugar o Papa Francisco abraçou o menino nigeriano e juntos
recitaram a Avé-Maria em recordação de todos os migrantes mortos
no mar.
Sobretudo
em recordação daquela pequena criança síria: tinha apenas seis
anos e nem sequer sabemos o seu nome, revelou o Papa, pedindo aos
jovens calabreses:
«cada
um de vós lhe dê o nome que quiser, no coração.
Ela
está no céu o olha para nós.
Fechemos
os olhos, pensemos nela e demos-lhe um nome».
Com
as crianças o Papa Francisco deu vida a uma intensa troca de
pensamentos sobre como e porquê acolher os migrantes.
No
diálogo com os jovens o Pontífice encorajou todos a despertar da
indiferença e a não hesitar em acolher os outros como irmãos.
O
acolhimento significa cuidar do próximo.
E
a este propósito actualizou a parábola do bom samaritano,
convidando os presentes a realizar gestos concretos de acolhimento:
dar a mão, abrir os braços e ter também aquela ternura que leva a
dar um beijo, uma carícia.
«Os
migrantes não são um perigo, mas estão em perigo»,
repetiu o Papa citando uma frase da carta que as crianças lhe
escreveram para lhe pedir um encontro.
Fontes:
Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano
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