Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 7 de maio de 2016

PADRES FALECIDOS EM SÃO CRISTÓVÃO DO MURO

Disponibilizamos o trabalho de investigação feito pelo nosso conterrâneo Dr. Manuel Duarte sobre os padres falecidos na nossa paróquia desde 1633 a 1849
[actualizado em 9Mai2016]
   


Leitura do assento de óbito do Padre João Gonçalves Paixão, Pároco de São Cristóvão do Muro de 1599 a 1633:

Aos dezassete dias do mês de Agosto de mil e seiscentos e trinta e três anos se faleceu o R.do p.e João Gonçalves Paixão. Vigário que foi desta Igr.ª de S. Cristóvão de muro; a testamenteira e herdeira lhe mandou fazer ao presente ofício de dez padres.



Padres falecidos em São Cristóvão do Muro

- João Gonçalves Paixão, em 17 de Agosto de 1633
Primeiro Ofício com 10 padres.

- João Duarte, em 10 de Outubro de 1647

- Domingos de Azevedo, em 18 de Março de 1674

- Tomé Osório, em 9 de Janeiro de 1677
Três Ofícios com 50 padres cada um.

- Manuel do Couto Monteiro, em 15 de Fevereiro de 1679

- Brás Barbosa, em 9 de Setembro de 1722
Reitor pensionário, tinha 72 anos de idade. Primeiro Ofício com 20 padres, segundo e terceiro com 16. Foi sepultado dentro da Igreja.

- Manuel Pereira Pardal, em 12 de Agosto de 1726
Natural da Cidade do Porto, tinha 50 anos de idade. Primeiro Ofício com 16 padres.

- Manuel de Matos Gorgulho, em 14 de Abril de 1766
Natural de São Cristóvão do Muro, aldeia de Quintão. Tinha 83 anos de idade. Foi sepultado dentro da Igreja com acompanhamento de 12 padres, com os quais se lhe fez Ofício de corpo presente, mais dois Ofícios de 10 padres cada um. Deixou várias ofertas para as confrarias, para os santos e para os pobres da freguesia.

- Álvaro de Moura Coutinho, em 4 de Outubro de 1769
Natural de São Cristóvão do Muro, aldeia da Carriça. Tinha 78 anos de idade. Foi sepultado dentro da Igreja, com acompanhamento de 15 padres.

- António de Brito Freire, em 22 de Março de 1796
Foi sepultado dentro da Igreja, com acompanhamento de 50 padres. Deixou várias ofertas para as confrarias, para os santos e para os pobres da freguesia.

- Joaquim de Oliveira Silva, em 8 de Novembro de 1804
Natural de São Cristóvão do Muro, aldeia de Matos. Foi sepultado dentro da Igreja. Fez-se-lhe Ofício geral com 14 padres. Deixou várias esmolas para distribuir pelos pobres da freguesia. Declarou no seu testamento que queria se comprasse para a Nossa Senhora do Rosário, um rosário de contas e cruz de ouro semelhante ao que lhe furtaram. Possuidor de muitos bens, deixou-os aos quatro sobrinhos; se nenhum deles aceitasse a herança com os encargos, se vendesse o seu património para se cumprir a sua vontade e o remanescente se distribuísse pelos pobres mais necessitados desta freguesia.

- João da Silva, em 28 de Agosto de 1823
Natural de São Cristóvão do Muro, aldeia de Gueidãos. Foi sepultado dentro da Igreja. Primeiro Ofício com 18 padres, segundo e terceiro com 10. Possuidor de muitos bens, deixou-os ao seu irmão António Gonçalves da Silva.

- José de Oliveira e Silva, em 8 de Fevereiro de 1846
Natural de São Cristóvão do Muro, aldeia de Gueidãos. Estava cego, havia ano e meio. Faleceu em casa, estando sentado ao sol. Foi sepultado dentro da Igreja, onde se lhe fez Ofício de corpo presente com 9 padres. Os outros dois com 5.

- Pedro Maria Sloyer, em 2 de Novembro de 1849
Tinha 78 anos de idade. Foi sepultado no Adro, à porta principal de Igreja, por assim o determinar. Fez testamento, nomeando seu testamenteiro Francisco de Moura Coutinho. Reitor de São Cristóvão do Muro desde 1812, o Reverendo Pedro Maria Sloyer teve um papel preponderante, ao lado dos moradores da aldeia de Vilares, na reivindicação da sua completa autonomia em relação à Paróquia de Covelas, de que eram meeiros. Terá sido ele o principal mentor desse movimento, de 1837 a 1839, com o propósito de libertar aqueles seus fregueses da sujeição que os onerava com encargos e incómodos, uns e outros desnecessários. Aliás, logo no segundo ano da sua actividade paroquial em São Cristóvão do Muro, em 1814, havia tomado idêntica posição. Ao ter conhecimento da extensão das obras de restauro da Igreja, determinadas pelo Reverendo Vigário Capitular, em 1789, terá aconselhado os seus paroquianos a requererem às autoridades episcopais dispensa de tais determinações, que implicariam despesas incomportáveis. Ele próprio argumentou: “... deveria atender-se à pobreza da freguesia.” e “... não achei um único freguês que se quisesse incumbir de pedir para as ditas obras.” Por receberem a maior parte dos dízimos desta Igreja, suportariam as despesas de restauro da Capela-Mór os Padres Lóios, da cidade do Porto.

Abril de 2016
Manuel Moutinho Duarte

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