Desde
1994 a Conferência Episcopal Portuguesa, através da Comissão
Episcopal competente para a área da Família, organiza a Semana da
Vida que decorre habitualmente na semana em que se celebra o Dia
Mundial da Família (15 de Maio)
Esta
iniciativa vem na sequência do apelo lançado em 1991 pelo Papa João
Paulo II, na Encíclica O Evangelho da Vida sobre o valor e a
inviolabilidade da vida humana, ao propor uma celebração que tenha
por objectivo «suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja
e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em
todos os seus momentos e condições, concentrando a atenção de
modo especial na gravidade do aborto e da eutanásia, sem contudo
menosprezar os outros momentos e aspectos da vida…» (EV 85).
Saibamos
aproveitar esta oportunidade para aumentar a nossa sensibilidade e a
nossa responsabilidade face a tudo o que diga respeito à vida, desde
a fecundação-implantação até à morte cerebral natural, nesta
terra que é a nossa casa comum e que queremos limpa, cuidada,
conservada e protegida com gestos co-criadores.
Aproveitemos
para ler e reflectir a Carta Encíclica "Laudato Si” (Louvado
sejas), do Papa Francisco.
Surpreendente,
a questão da ecologia na Semana da Vida!?
O
Papa Francisco acorda-nos de um certo torpor e uma alegre
irresponsabilidade. Como frequentemente acontece em épocas de crises
profundas, que exigem decisões corajosas, diz, somos tentados a
pensar que aquilo que está a acontecer não é verdade.
E
adverte-nos de um comportamento evasivo ... para mantermos os
nossos estilos de vida e alimentarmos todos os vícios
auto-destrutivos ... como se nada tivesse acontecido (LS 59).
A
degradação que causamos à nossa casa comum resulta da degradação
humana que se processa em conjunto.
Quando
não se reconhece a importância dum pobre, dum embrião humano, duma
pessoa com deficiência – só para dar alguns exemplos –
dificilmente se saberá escutar os gritos da própria natureza (LS
117) e pretender uma boa relação com o ambiente prescindindo
da relação com as outras pessoas e com Deus, é um individualismo
romântico disfarçado de beleza ecológica (LS 119).
Por
isso, a ecologia integral constitui o coração da Carta do
Papa Francisco, que é atravessada por alguns eixos: a relação
íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta, a convicção de
que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do novo
paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia, o convite
a procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso, o
valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a
necessidade de debates sinceros e honestos, a grave responsabilidade
da política internacional e local, a cultura do descarte e a
proposta dum novo estilo de vida (LS 16).
O
Papa Francisco quer transmitir-nos a sua confiança: nem tudo está
perdido porque nada anula por completo a abertura ao bem, à verdade
e à beleza, nem a capacidade de reagir que Deus continua a animar no
mais fundo dos nossos corações.
E
acrescenta: A cada pessoa deste mundo, peço para não esquecer
esta sua dignidade que ninguém tem o direito de lhe tirar. (LS 205).
Fontes:
Diocese do Porto; Comissão Episcopal Laicado e Família
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