Na
catequese desta
Quarta-feira o Santo Padre falou-nos
sobre a ligação
entre a esperança e a oração
O
Papa Francisco comentou o texto bíblico do Génesis sobre o episódio
em que o Senhor envia o profeta Jonas a Nínive para converter os
habitantes daquela grande cidade israelita que eram pagãos.
Mas
Jonas foge e, em vez de ir para o Iraque (onde se encontra hoje
Nínive), vai para Espanha.
Durante
a travessia do mar, há uma grande tempestade e os marinheiros
pagãos, põem-se, então, cada um, a rezar o seu próprio deus.
Jonas
que estava na estiva a dormir, é acordado pelo capitão que lhe
pergunta porque dormia em vez de rezar ao seu deus para os salvar.
Perante
o perigo, todos se põem a rezar - retoma o Papa, mostrando como
situações como esta, em que a nossa vida é ameaçada, nos levam a
descobrir a oração, a esperança de salvação, a esperança no
Deus da vida.
A
esperança torna-se oração.
“Muitas
vezes, desdenhamos com facilidade o dirigir-se a Deus como se fosse
só uma oração interessada, e por isso imperfeita.
Mas
Deus conhece a nossa fraqueza, sabe que nos recordamos d’Ele para
pedir ajuda, e com o sorriso indulgente de um pai, Deus responde com
benevolência”.
Resumo
da catequese do Santo Padre:
Quero
falar-vos hoje da ligação entre a esperança e a oração, mais
concretamente da nossa decisão de nos pormos em oração movidos
pela esperança no perdão de Deus.
Vemos
acontecer isto na vida do profeta Jonas.
Este
foi chamado por Deus para ir pregar à cidade de Nínive, chamando-a
à conversão.
Mas
o profeta não quer ir: Nínive fez demasiado mal ao seu povo, para
Jonas conseguir desejar-lhe a salvação.
Então
o profeta toma um barco, com o propósito de seguir na direcção
oposta de Nínive.
Uma
grande tempestade, porém, ameaça de afundar o barco; sobre ela,
desesperados, todos começam a rezar cada um ao seu próprio deus
para que os salve.
Todos,
todos, não! Jonas dorme no convés.
O
comandante acorda-o, dizendo-lhe: «Invoca o teu Deus, a ver se
porventura se lembra de nós e nos livra da morte».
Transparecem
nestas palavras toda a esperança do ser humano na sua impotência
face a um perigo mortal.
É
a esperança que se faz oração, uma súplica cheia de angústia que
sobe dos lábios humanos em perigo iminente de morte.
O
facto de tais palavras saírem da boca de «pagãos», como era o
comandante do barco, só confirma como a necessidade de o fazer seja
intuitiva e generalizada na alma humana.
O
pavor instintivo de morrer desvenda a necessidade de esperar no Deus
da vida.
Jonas
deverá constatar de novo isto mesmo, quando finalmente obedecer à
chamada de Deus, avisando os ninivitas: «Dentro de quarenta dias,
Nínive será destruída».
Depois
disso, ouvirá o rei de Nínive – também ele pagão – mandar aos
seus súbditos: «Clamem a Deus com força; converta-se cada um do
seu mau caminho (…).
Quem
sabe se Deus não se arrependerá e acalmará o ardor da sua ira, de
modo que não pereçamos?».
E
a oração ditada pela esperança surtiu efeito, Deus realizou quanto
esperavam e pediam: a embarcação foi salva, o profeta aprendeu a
obedecer e Deus perdoou à cidade arrependida.
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano
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