No
dia da dedicação da catedral da diocese e num contexto de início
de ano pastoral realizou-se ontem a Peregrinação Diocesana do Porto
Com
mais de 32 mil peregrinos inscritos, realizou-se ontem, 9 de Setembro
de 2017, a Peregrinação a Fátima da Diocese do Porto.
Além
da Missa no recinto de Oração, realizou-se a Oração do Terço na
Capelinha das Aparições, às 16h00.
Momento
alto foi a consagração a Nossa Senhora.
A
celebração, presidida pelo nosso bispo D. António, contou com a participação dos bispos auxiliares do
Porto e do bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto.
A
primeira peregrinação diocesana do Porto a Fátima realizou-se em
1968.
Homilia
de D. António na Peregrinação da Diocese do Porto a Fátima:
1.“Ouvimos
no Evangelho Jesus dizer ao discípulo: «Eis a tua Mãe» (Jo 19,
26-27). Temos Mãe! Uma «Senhora tão bonita»: comentavam entre si
os videntes de Fátima a caminho de casa, naquele abençoado dia
treze de Maio de há cem anos.
E
à noite, a Jacinta não se conteve e desvendou o segredo à mãe:
«Hoje vi Nossa Senhora».
Tinham
visto a Mãe do Céu” (Papa Francisco, Fátima, Homilia,
13.5.2017).
Foi
com estas palavras que o Papa Francisco se dirigiu, neste mesmo
lugar, à multidão de peregrinos no passado dia treze de Maio.
Esta
palavra era uma primeira ressonância ao texto do Evangelho agora
proclamado.
O
Papa Francisco está hoje na Colômbia para levar a esperança, a
concórdia e a paz a um povo ferido pela violência.
Estamos
em comunhão com ele, de olhos voltados para a «Senhora mais
brilhante do que o sol» que os pastorinhos aqui viram e diante de
cuja Imagem o Papa Francisco quis demoradamente rezar.
As
ruas e as estradas das quatrocentas e setenta e sete paróquias da
diocese do Porto, a norte e a sul do Douro, entre o Antuã e o Ave,
tornaram-se, hoje, braços de um grande rio a guiar-nos para este mar
de fé.
Queremos
dizer ao futuro este nosso modo feliz e mariano de viver a fé e este
desejo incontido de anunciar a alegria do Evangelho no Porto, Cidade
da Virgem e Terra de Santa Maria.
Caminhamos
juntos a partir das nossas casas e comunidades a cantar a alegria da
mesma fé e a proclamar esta bela experiência de sermos: «Com
Maria, Igreja do Porto, peregrina e missionária».
Ao
longo da visita da Imagem peregrina de Fátima ao Porto, em 2016,
Nossa Senhora percorreu os caminhos da diocese e abriu as portas do
coração de tantas pessoas, famílias, instituições e comunidades.
Ajudou-nos
a ver, com o seu olhar, que somos uma Igreja em comunhão, unida e
mobilizada para a missão.
Guardaremos
para sempre o bem acolhido, realizado e multiplicado pela sua
presença no nosso coração de leigos, de consagrados, seminaristas,
diáconos, sacerdotes e bispos.
É,
por isso, de gratidão a Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, a
minha primeira palavra.
É
de gratidão igualmente a minha palavra a todos vós, aqui presentes,
e a quantos nos acompanham nesta hora.
Agradeço-vos
pela Igreja que somos e pela experiência de fé, de esperança e de
caridade que vivemos juntos: crianças, jovens, famílias, idosos,
doentes, sem-abrigo e emigrantes aqui reunidos nesta participativa
assembleia diocesana.
Rezo
com todos e por todos os que estão connosco.
Sem
todos, e sem cada um de vós, a alegria desta hora não seria
possível nem completa.
2.
Celebramos, neste santuário, de forma nova, fora de portas dos
nossos templos e para lá das habituais fronteiras das nossas
comunidades, a alegria da fé.
Foi
muito belo o caminho percorrido ao longo deste ano pastoral que aqui
nos conduziu sob o lema: «Com Maria, renovai-vos nas fontes da
alegria».
Esta
é a segunda peregrinação diocesana que aqui realizamos neste arco
de tempo de cem anos de Fátima.
O
caminho pastoral não se encerra em nenhum lugar.
Também
a missão não termina aqui nem agora.
Este
é, apenas, o início de uma nova etapa de caminho nos desafios por
Deus semeados no íntimo da vida de cada um de nós, na alma de cada
comunidade cristã e na força dos testemunhos apostólicos que nos
dizem que há por toda diocese dinamismo e vigor, iniciativas e
propostas de uma fé professada, celebrada, vivida, testemunhada e
anunciada com alegria.
A
certeza de que Deus nos ama e nos quer felizes, tantas vezes sentida
e experimentada, multiplica-se agora em vidas disponíveis que Deus
chama, em comunidades vivas que Deus modela e em caminhos aplanados
que Deus percorre connosco.
Daqui
se vislumbram novos horizontes de missão ampliados à dimensão dos
desafios, das exigências e da cultura do nosso tempo.
Procuremos
escutar o mundo em que vivemos e prestemos mais atenção ao povo
peregrino que somos, para no meio deste povo percebermos os sinais
que a alegria do encontro com Cristo a todos oferece.
Igreja
do Porto: Vive esta hora, que te chama, guiada pelas mãos de Maria,
a ir ao encontro de Cristo e a partir de Cristo a anunciar com
renovado vigor e acrescido encanto a beleza da fé e a alegria do
Evangelho.
Viver
em Igreja esta paixão evangelizadora é a nossa missão.
A
vossa e a minha missão!
3.
Esta é uma das horas mais significativas de alegria e de comunhão
sonhada por Deus para a nossa diocese.
Iniciamos
agora, em dia da dedicação da nossa Igreja Catedral, o novo ano
pastoral, no horizonte do Sínodo Diocesano, que aqui confio, desde
já, à protecção da Mãe de Deus e Mãe da Igreja, Senhora do
Rosário de Fátima.
Vamos
partir daqui «movidos pelo amor de Deus» para que cresça, no
Porto, como nos lembra o nosso Plano Diocesano de Pastoral 2017/2018,
“uma Igreja bela, verdadeira casa de família, sensível, fraterna,
acolhedora e sempre a caminho, mãe comovida com as dores e alegrias
dos seus filhos e filhas, cada vez menos em casa, cada mais fora de
casa, a quem deve fazer chegar e saber envolver na mais simples e
comovente notícia do amor de Deus” (CEP/Carta Pastoral,
16.7.2010).
Como
disse de modo extraordinariamente belo e sucinto aqui, em Fátima, o
Papa Francisco: “o rosto jovem e belo da Igreja brilha quando é
missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor
(Papa Francisco, Fátima, Homilia, 13.5.2017), (cf. Plano Diocesano
de Pastoral, Porto, 2017, pág. 45).
4.
Não podemos viver distantes dos dramas humanos nem ficar insensíveis
aos seus clamores e indiferentes aos seus desafios.
É
preciso viver a imensa experiência de ser povo, a experiência de
pertencer a um povo.
Temos
de entrar em contacto com a vida concreta dos outros e manifestar a
força da ternura e da bondade de Deus.
5.
Peço à Virgem Maria, Senhora de Fátima, Senhora de Vandoma e
Senhora da Assunção, nossa Mãe e Padroeira, com as palavras do
Papa Francisco, “que nos ajude a anunciar a todos a mensagem da
salvação, que nos ensine a acreditar na força revolucionária da
bondade, da ternura e do afecto e nos dê a santa audácia de buscar
novos caminhos para que chegue a todos o dom da beleza que não se
apaga”, a alegria da fé que nunca se esgota e o fascínio das
bem-aventuranças que inspiram a missão da Igreja e transformam o
Mundo (EG, n.º 288).
Santuário
de Fátima, na Peregrinação Diocesana do Porto, 9 de Setembro de
2017
António,
Bispo do Porto
Fontes:
Diocese do Porto; Santuário de Fátima; Agência Ecclesia
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