Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 23 de dezembro de 2017

TRABALHO SEGURO E DIGNO PARA TODOS



O Santo Padre também teve Encontro de Natal com os funcionários da Santa Sé e seus familiares
   
   
Trabalho, família, mexericos e perdão: foram as quatro palavras evocadas pelo Papa Francisco no discurso improvisado no final da manhã de quinta-feira 21 de Dezembro, durante o encontro na Sala Paulo VI para a troca dos votos natalícios com os funcionários da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano, juntamente com os seus familiares.

Depois de ter agradecido aos presentes o trabalho que fazem, o Pontífice referiu-se ao dramático problema do emprego precário, repetindo que não quer trabalho irregular no Vaticano e que não se pode deixar alguém desempregado.
Porque só um emprego seguro garante dignidade e satisfação pessoal.

A primeira palavra que gostaria de vos dizer é trabalho.
Mas não para lhes dizer: trabalhem com mais força, apressem-se!
Não, não, para agradecer. Obrigado.”

“… e também mencionar o trabalho precário, uma última coisa: o trabalho é caminho de santidade, felicidade e crescimento.
Hoje, talvez a pior maldição que existe é não ter trabalho.
O trabalho dá-nos dignidade, a segurança no trabalho dá-nos dignidade”.


No que se refere à família, o Papa Francisco mencionou as que estão em crise e as consequências que isto causa sobretudo às crianças.
A propósito pediu a quem se encontra em dificuldade para que se deixe ajudar também a nível pastoral e que não envolva os filhos nas discussões.

Salvem as famílias.
Eu sei que não é fácil, há problemas de personalidade, problemas psicológicos, problemas ... tantos problemas num casamento.
Mas tentem pedir ajuda a tempo, para proteger as famílias.
Pelo menos que as crianças não sofram; porque quando os pais lutam, as crianças sofrem.”


Quanto aos mexericos, o Papa repetiu a frase que lhe disse um funcionário, segundo o qual se alguém não faz mexericos no Vaticano fica isolado.
E como se trata de uma afirmação séria e grave, a ponto que um mexeriqueiro pode ser comparado com um terrorista, o Papa Francisco sugeriu até como evitar a tentação.

Alguém me disse uma vez que quem não entra em intrigas ou mexericos no Vaticano fica isolado.
É uma coisa grave e forte, um intriguista é como um terrorista, deixa uma bomba e atinge muitas outras pessoas.
Querem um conselho para não entrarem em mexericos? Mordam a língua!”


Por fim, o Pontífice tratou o tema do perdão, pois nem sempre se dá bom exemplo.
Uma questão que é particularmente prejudicial quando diz respeito ao clero: há erros, pecados, injustiças cometidas por clérigos, pelos quais Francisco pediu desculpas.

A quarta palavra que eu gostaria de dizer: perdão .
«Perdoar» e «desculpar».
Porque nem sempre damos um bom exemplo; nós - falo da «fauna clerical» - nós nem sempre damos um bom exemplo.”

A última palavra é o desejo de Natal: Feliz Natal, no coração, na família e também na consciência.
Não tenham medo, também vocês, de pedir perdão se a consciência acusa de alguma coisa.
Procurem um bom confessor e façam uma boa limpeza!”.


Dizem que o melhor confessor é o padre surdo...”





No mesmo dia também teve um encontro com os membros da Cúria Romana para a apresentação dos votos natalícios.
Reproduzimos a parte inicial do discurso do Santo Padre:

O Natal é a festa da fé no Filho de Deus que Se fez homem, para devolver ao homem a dignidade filial que perdera por causa do pecado e da desobediência.
O Natal é a festa da fé nos corações que se transformam em manjedoura para O receber, nas almas que permitem a Deus fazer brotar do tronco de sua pobreza o rebento de esperança, caridade e fé.

O dia de hoje proporciona-nos uma nova ocasião para trocarmos os votos natalícios e desejar a todos vós, aos vossos colaboradores, aos Representantes pontifícios, a todas as pessoas que prestam serviço na Cúria e a todos os vossos entes queridos um santo e jubiloso Natal e um feliz Ano Novo.
Que este Natal nos abra os olhos para abandonarmos o supérfluo, o falso, o malévolo e o fictício, e vermos o essencial, o verdadeiro, o bom e o autêntico.
Sinceros votos de todo o bem.”

Depois de ter desenvolvido a reflexão mais específica relativa ao tema da Cúria ad extra, o Papa repropôs a visão cristã do Natal:

Tal como iniciei este nosso encontro, falando do Natal como a festa da fé, gostaria de concluir destacando, porém, que o Natal nos lembra que uma fé que não nos põe em crise é uma fé em crise; uma fé que não nos faz crescer é uma fé que deve crescer; uma fé que não nos questiona é uma fé sobre a qual nos devemos questionar; uma fé que não nos anima é uma fé que deve ser animada; uma fé que não nos sacode é uma fé que deve ser sacudida.
Na verdade, uma fé meramente intelectual ou morna é apenas uma proposta de fé, que poderia concretizar-se quando chegar a envolver o coração, a alma, o espírito e todo o nosso ser, quando se permite a Deus nascer sempre de novo na manjedoura do coração, quando permitimos à estrela de Belém guiar-nos para o lugar onde jaz o Filho de Deus, não entre os reis e o luxo, mas entre os pobres e os humildes.”





Fontes: Santa Sé; Vatican News; L’Osservatore Romano

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