Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 17 de abril de 2019

A ORAÇÃO AO SENHOR SALVA-NOS DOS NOSSOS "GETSÊMANIS" PESSOAIS



O Papa Francisco interrompeu o ciclo de catequeses sobre o Pai Nosso para comentar as palavras de Jesus durante a Sua Paixão
   
   
O Tríduo Pascal que estamos prestes a viver foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta Quarta-feira.

O Santo Padre reflectiu sobre algumas palavras que Jesus dirigiu ao Pai durante a Sua Paixão.

A primeira invocação foi feita depois da Última Ceia, quando disse: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho” e ainda “glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”.
A glória na verdade indica o revelar-se de Deus, é o sinal distintivo da sua presença salvadora entre os homens e é o que acontece na Páscoa.

Queridos irmãos e irmãs, façamos nossa a oração de Jesus: peçamos ao Pai para retirar os véus dos nossos olhos para que nesses dias, olhando para o Crucifixo, possamos acolher que Deus é amor.
Quantas vezes O imaginamos patrão e não Pai, juiz severo ao invés de Salvador misericordioso!
Mas Deus na Páscoa cancela as distâncias, mostrando-se na humildade de um amor que pede o nosso amor.”

Depois da Última Ceia, Jesus entra no jardim do Getsêmani e também ali reza ao Senhor com a palavra mais tenra e doce: «Abbà», Pai (cfr Mc 14,33-36).

Nos nossos Getsêmanis, com frequência escolhemos permanecer sós ao invés de dizer 'Pai' e entregarmo-nos, como Jesus, à sua vontade, que é o nosso verdadeiro bem.
O problema maior não é a dor, mas como é enfrentada.
A solidão não oferece saída; a oração sim, porque é relação, entrega.
Quando entrarmos nos nossos Getsêmani, recordemo-nos de rezar assim: 'Pai'.”

Por fim, Jesus dirige ao Senhor uma terceira oração por nós: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lc 23,34).

Jesus reza por aqueles que foram maus com ele, pelos seus assassinos.”


No final da audiência, ao saudar os peregrinos de língua francesa, o Papa Francisco recordou o incêndio que devastou a Catedral de Notre Dame.

Queridos irmãos e irmãs, fiquei muito entristecido e sinto-me muito próximo de todos vós.
Aos que se expuseram, inclusive arriscando-se pessoalmente para salvar a Basílica, vai a gratidão de toda a Igreja.

Que nossa Virgem Maria os abençoe e ampare o trabalho de reconstrução: possa ser uma obra de todos, para o louvor e a glória e Deus.”





Resumo da catequese do Santo Padre:

Como preparação para o início do Tríduo Pascal, reflictamos hoje sobre as palavras que Jesus dirigiu ao Pai durante a sua Paixão.

Terminada a Última Ceia, Jesus pediu ao Pai que o glorificasse.
A glória, na Bíblia, refere-se à acção reveladora de Deus.
Jesus é Aquele que revela de modo definitivo a presença de Deus através da sua morte na Cruz.
Para quem julgasse que a glória era poder e fama, Jesus mostra que a verdadeira glória é amor: uma entrega generosa e incondicional ao outro.

Já no Jardim do Getsêmani, tomado de uma profunda angústia, Jesus dirige-se ao Pai, com o termo carinhoso Abbá, ensinando-nos a encontrar consolo e força junto do Pai e não cair na tentação da solidão e do isolamento.

Por fim, pregado na Cruz, no momento da dor mais aguda, Jesus exclama, intercedendo por nós: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem»: o sofrimento, vivido com amor, se converte em perdão.
Desse modo, somos convidados a viver dando sempre glória a Deus, ou seja, com amor e perdão.



Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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