O
Papa Francisco interrompeu o ciclo de catequeses sobre o Pai Nosso
para comentar as palavras de Jesus durante a Sua Paixão
O
Tríduo Pascal que estamos prestes a viver foi o tema da catequese do
Papa Francisco na Audiência Geral desta Quarta-feira.
O
Santo Padre reflectiu sobre algumas palavras que Jesus dirigiu ao Pai
durante a Sua Paixão.
A
primeira invocação foi feita depois da Última Ceia, quando disse:
“Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho” e ainda
“glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que
tinha contigo antes que o mundo existisse”.
A
glória na verdade indica o revelar-se de Deus, é o sinal distintivo
da sua presença salvadora entre os homens e é o que acontece na
Páscoa.
“Queridos
irmãos e irmãs, façamos nossa a oração de Jesus: peçamos ao Pai
para retirar os véus dos nossos olhos para que nesses dias, olhando
para o Crucifixo, possamos acolher que Deus é amor.
Quantas
vezes O imaginamos patrão e não Pai, juiz severo ao invés de
Salvador misericordioso!
Mas
Deus na Páscoa cancela as distâncias, mostrando-se na humildade de
um amor que pede o nosso amor.”
Depois
da Última Ceia, Jesus entra no jardim do Getsêmani e também ali
reza ao Senhor com a palavra mais tenra e doce: «Abbà», Pai (cfr
Mc 14,33-36).
“Nos
nossos Getsêmanis, com frequência escolhemos permanecer sós ao
invés de dizer 'Pai' e entregarmo-nos, como Jesus, à sua vontade,
que é o nosso verdadeiro bem.
O
problema maior não é a dor, mas como é enfrentada.
A
solidão não oferece saída; a oração sim, porque é relação,
entrega.
Quando
entrarmos nos nossos Getsêmani, recordemo-nos de rezar assim:
'Pai'.”
Por
fim, Jesus dirige ao Senhor uma terceira oração por nós: «Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lc
23,34).
“Jesus
reza por aqueles que foram maus com ele, pelos seus assassinos.”
No
final da audiência, ao saudar os peregrinos de língua francesa, o
Papa Francisco recordou o incêndio que devastou a Catedral de Notre
Dame.
“Queridos
irmãos e irmãs, fiquei muito entristecido e sinto-me muito próximo
de
todos vós.
Aos
que se expuseram, inclusive arriscando-se pessoalmente para salvar a
Basílica, vai a gratidão de toda a Igreja.
Que
nossa Virgem Maria os abençoe e ampare o trabalho de reconstrução:
possa ser uma obra de todos, para o louvor e a glória e Deus.”
Resumo
da catequese do Santo Padre:
Como
preparação para o início do Tríduo Pascal, reflictamos hoje sobre
as palavras que Jesus dirigiu ao Pai durante a sua Paixão.
Terminada
a Última Ceia, Jesus pediu ao Pai que o glorificasse.
A
glória, na Bíblia, refere-se à acção reveladora de Deus.
Jesus
é Aquele que revela de modo definitivo a presença de Deus através
da sua morte na Cruz.
Para
quem julgasse que a glória era poder e fama, Jesus mostra que a
verdadeira glória é amor: uma entrega generosa e incondicional ao
outro.
Já
no Jardim do Getsêmani, tomado de uma profunda angústia, Jesus
dirige-se ao Pai, com o termo carinhoso Abbá, ensinando-nos a
encontrar consolo e força junto do Pai e não cair na tentação da
solidão e do isolamento.
Por
fim, pregado na Cruz, no momento da dor mais aguda, Jesus exclama,
intercedendo por nós: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que
fazem»: o sofrimento, vivido com amor, se converte em perdão.
Desse
modo, somos convidados a viver dando sempre glória a Deus, ou seja,
com amor e perdão.
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
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