Um
instrumento para abordar o debate sobre a sexualidade humana e os
desafios que emergem da ideologia do género, num tempo de emergência
educacional
Foi
publicado esta Segunda-feira o novo documento da Congregação para a
Educação Católica Homem
e Mulher os criou. Para uma via de diálogo sobre a questão do
género na educação.
O
documento está dividido em três partes:
Ouvir,
“do perfil histórico, dos pontos de encontro e das críticas na
questão do género”, bem como da “partilha e apreciável
exigência de lutar contra qualquer expressão de injusta
discriminação”;
Analisar,
os aspectos da “liquidez e fluidez pós-moderna” subordinados à
ideologia do género que levam a propor, ao nível antropológico,
“uma identidade pessoal e uma intimidade afectiva radicalmente
desvinculada da diferença biológica entre masculino e feminino”;
Propor,
um cuidadoso discernimento sobre a verdade da pessoa e sobre o
significado da sexualidade humana, através de uma clarificação
antropológica que tem o seu núcleo naquela “ecologia humana que
procura o reconhecimento da dignidade peculiar do ser humano”.
O
processo de identificação é obstaculizado pela construção
fictícia de um “género neutro” ou “terceiro género”.
Deste
modo anula-se a sexualidade como qualificação estruturante da
identidade masculina e feminina.
A
tentativa de superar a diferença constitutiva de masculino e
feminino, como
ocorre na intersexualidade ou no transgénero, conduz a uma
ambiguidade masculina e feminina, que pressupõem de modo
contraditório aquela diferença sexual que se pretende negar ou
superar.
Esta
oscilação entre masculino e feminino torna-se, no final, uma
exposição somente “provocatória” contra os chamados “esquemas
tradicionais” que não têm em conta o sofrimento daqueles que
vivem numa condição indeterminada.
(Homem
e mulher os criou, n.º 25)
Da
leitura global deste novo documento da Congregação para a Educação
Católica emerge claramente que a Igreja olha para a “questão do
género na educação” na perspectiva mais ampla do comum
compromisso de construir uma convivência social que, como já
auspiciara o Concílio, sempre mais "respeite a dignidade, a
liberdade e os direitos das pessoas".
E
é precisamente na perspectiva deste compromisso comum que a Igreja
deseja não só abrir "uma via de diálogo", mas também
tornar-se um "espaço de diálogo" com as instituições
culturais, sociais, políticas e com todos os homens, mesmo com
aqueles que não partilham a fé cristã, mas "têm o culto de
altos valores humanos.
No
ciclo de catequeses sobre a família, em Abril de 2015, o Papa
Francisco reflectiu sobre a ideologia do género.
A
Conferência Episcopal Portuguesa publicou, em Novembro de 2013, uma
Carta Pastoral sobre este tema.
Fontes:
Santa Sé - Congregação para a Educação Católica; Notícias do
Vaticano
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