Porque
são vários os santos com o nome de São Romão, consultamos a
página da Paróquia de São Romão do Coronado onde, pela narrativa
aí apresentada, ficamos a saber que o seu padroeiro é São Romão
de Antioquia.
Romão,
seria soldado quando se converteu ao cristianismo, ao assistir em
Roma ao martírio de São Lourenço, no ano 258.
Já
como Diácono, estaria em Antioquia da Síria quando ocorreu a última
grande perseguição aos cristãos no tempo do Império Romano, nos
anos de 244 a 311, decretada pelo Imperador Diocleciano.
Ao ver
que o prefeito romano Asclepíades se preparava para destruir a sua
igreja, exortou os cristãos a resistir.
Por
isso, foi preso e torturado ao ponto de o prefeito ter ordenado que
lhe fosse cortada a língua para que não pudesse continuar a exortar
os pagãos à conversão.
A
tradição apresenta como facto milagroso que São Romão tivesse
continuado a falar sem a língua o que levou a que, para o calarem
definitivamente, fosse estrangulado na prisão no ano 303.
Também
Santa Eulália, com já aqui referimos, foi
vítima dessa grande perseguição, sendo martirizada no ano 304.
No
entanto convém referir que a iconografia não corresponde
propriamente com a narrativa da vida do Mártir.
O
facto de a imagem apresentar São Romão com vestes de Bispo – incluindo o Báculo, ainda que com um
livro na mão mas sem a palma de mártir na outra, sugere que possa
tratar-se de um outro São Romão que não o de Antioquia.
Deixamos
o desafio a quem possa vir a esclarecer a dúvida aqui levantada, a
fim de esclarecer a mensagem que os nossos padroeiros querem
transmitir-nos, como é referido em texto do
Secretariado Diocesano da Liturgia (do Porto):
Na
diocese do Porto, há uma devoção a S. Romão que não é
despicienda.
Estamos
perante variadíssimos santos com o mesmo nome que, por vezes, poderá
não ser fácil identificar, sem recurso às origens e motivos da
devoção popular.
É
interessante elencar: bispo, abade, presbítero, diácono, monge,
mártir e cantor.
Poderá
até acontecer uma mescla iconográfica que espelha certa perda de
identidade e, por consequência, a criação de um tipo híbrido.
Serão,
por isso, bem‐vindos os estudos particulares e aprofundados a fim
de se conhecer a origem da devoção local e o seu posterior
desenvolvimento.
Também
é de interesse pastoral o esforço de purificação da iconografia,
a fim de esclarecer a mensagem que os nossos padroeiros querem
transmitir‐nos.
Como a escultura apresenta as insígnias episcopais, pode tratar-se do Bispo São Romão (ou Romano) de Ruão, na França. Foi Bispo de Ruão entre 631 e 639.
ResponderEliminarGostaria de saber em que igreja de São Romão do Coronado eram batizadas as pessoas que nasciam nos anos de 1600 a 1700. Obrigada.
ResponderEliminarhttp://www.academia.edu/960737/_A_Ermida_de_S%C3%A3o_Rom%C3%A3o_de_Lourel_e_a_proposta_de_Norte_J%C3%BAnior_
EliminarEm resposta à questão colocada por Dª Malu e de acordo com a informação que dispomos, podemos afirmar que as pessoas nascidas no século XVII na freguesia de São Romão do Coronado eram baptizadas na Igreja de São Romão.
ResponderEliminarExistem disponíveis registos de baptismo efectuados em São Romão a partir de 12 de Julho de 1587.
O mais antigo registo de baptismo efectuado em São Romão é o de
Bento, filho de João … e de sua legítima mulher Isabel … nasceu aos seis dias do mês de Julho deste ano de mil quinhentos e oitenta e sete e foi baptizado aos doze dias do sobre dito mês e eu Agostinho Fonseca Abade desta dita Igreja de São Romão o baptizei no sobre dito dia e ano acima escrito na pia Baptismal dela.
1587 Augustinho da Fonseca (assinatura)
Quanto à Igreja, poderemos afirmar que no século XVII seria no mesmo local, ainda que não com a volumetria actual.
Para além de uma inscrição recente, correspondente a obras realizadas em 1940, a igreja possui três outras datas inscritas:
1682 na pedra base do púlpito;
1706 no lintel do baptistério;
1869 no lintel da porta principal.
Esta última data poderá corresponder ao aumento da igreja com a criação da nave principal.
Por outro lado, em resposta ao inquérito mandado fazer pelo Marquês de Pombal após o terramoto de 1755, o Abade de São Romão, Todósio de Sá Brandão Freire, respondeu que a igreja está situada com pouca diferença, no meio da freguesia, não tem naves e tem três altares: o maior que é o Santíssimo, nele está colocado o padroeiro; e os dois colaterais, um é do Baptista e o outro da Conceição.