Quando
decorre a primeira etapa do Sínodo sobre os desafios pastorais da
família, comemoram-se os 52 anos do início dos trabalhos do
Concílio Vaticano II.
Recordamos
que o Sínodo dos Bispos foi uma das novidades propostas pelo
Concílio Vaticano II.
João
XXIII viria a morrer na tarde do dia 3 de Junho de 1963 sucedendo-lhe
o Papa Paulo VI que veio a concluir o Concílio em
8 de Dezembro de 1965.
Demorou
44 meses a ser preparado e
39 meses a realizar-se; nele participaram 2.450 bispos.
O
Vaticano
II representou a mais vasta reforma empreendida nos dois mil anos de
história da Igreja.
Este
Concílio não foi convocado,
como em geral os anteriores foram, para combater
heresias ou desvios doutrinários mas pela necessidade sentida pela
própria Igreja católica de se renovar em si mesma e na sua relação
com o mundo.
Pela
primeira vez no Concílio são estudados assuntos que nunca um
Concílio anterior
abordara,
entre outros:
- As misérias e fragilidades da humanidade;
- A liberdade;
- Os direitos fundamentais da pessoa humana;
- A questão dos armamentos;
- A busca séria da unidade dos cristãos.
A
promoção da unidade dos cristãos foi outro dos objectivos do
Concílio, razão pela qual participaram nas sessões representantes
das Igrejas não-católicas.
Para
os mais novos, para quem não viveu os tempos anteriores ao Vaticano
II, recordamos que a Liturgia, assim como todos os Sacramentos, era
celebrada na língua latina e os fieis acompanhavam, calados, os
actos litúrgicos - rezando o terço ou lendo por um missal em língua
materna.
O
único leigo que se aproximava do altar era o sacristão que
respondia em latim.
Respigamos
do nº 21 da Constituição Sacrosanctum Concilium:
“21.
A santa mãe Igreja, para permitir ao povo cristão um acesso mais
seguro à abundância de graça que a Liturgia contém, deseja fazer
uma acurada reforma geral da mesma Liturgia. Na verdade, a Liturgia
compõe-se duma parte imutável, porque de instituição divina, e de
partes susceptíveis de modificação, as quais podem e devem variar
no decorrer do tempo, se porventura se tiverem introduzido nelas
elementos que não correspondam tão bem à natureza íntima da
Liturgia ou se tenham tornado menos apropriados.
Nesta
reforma, proceda-se quanto aos textos e ritos, de tal modo que eles
exprimam com mais clareza as coisas santas que significam, e, quanto
possível, o povo cristão possa mais facilmente apreender-lhes o
sentido e participar neles por meio de uma celebração plena, activa
e comunitária.”.
Do
Concílio Vaticano II
resultaram:
Quatro
Constituições:
- Dei Verbum (sobre a Revelação Divina);
- Lumen Gentium (sobre a Igreja);
- Sacrosanctum Concilium (sobre a Sagrada Liturgia);
- Gaudium et Spes (sobre a Igreja no Mundo actual).
Nove
Decretos:
- Inter Mirífica (sobre os meios de Comunicação Social);
- Orientalium Ecclesiarum (Igrejas orientais Católicas);
- Unitatis Redintegratio (Ecumenismo);
- Christus Dominus (munus pastoral dos Bispos);
- Perfectae Caritatis (conveniente renovação da Vida Religiosa);
- Optatam Totius (Formação sacerdotal);
- Apostolicam Actuositatem (Apostolado dos Leigos);
- Ad Gentes Divinitus(Actividade missionária da Igreja);
- Presbyterorum Ordinis(o mistério e a vida dos Presbíteros).
e
três
Declarações:
- Gravissimum Educationis (Educação cristã);
- Nostra Aetate (relações da Igreja com as religiões não cristãs);
- Dignitatis Humanae (Liberdade Religiosa).
Fonte: Santa Sé
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