Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 11 de outubro de 2014

A 11 de Outubro de 1962 INICIARAM-SE OS TRABALHOS DO CONCÍLIO VATICANO II

Quando decorre a primeira etapa do Sínodo sobre os desafios pastorais da família, comemoram-se os 52 anos do início dos trabalhos do Concílio Vaticano II.

Recordamos que o Sínodo dos Bispos foi uma das novidades propostas pelo Concílio Vaticano II.
O Concílio Vaticano II, anunciado pelo Papa João XXIII no dia 25 de Janeiro de 1959 e convocado a 25 de Dezembro de 1961 através da Constituição Apostólica Humanae Salutis, teve início no dia 11 de Outubro de 1962.

João XXIII viria a morrer na tarde do dia 3 de Junho de 1963 sucedendo-lhe o Papa Paulo VI que veio a concluir o Concílio em 8 de Dezembro de 1965.

Demorou 44 meses a ser preparado e 39 meses a realizar-se; nele participaram 2.450 bispos.
O Vaticano II representou a mais vasta reforma empreendida nos dois mil anos de história da Igreja.

Este Concílio não foi convocado, como em geral os anteriores foram, para combater heresias ou desvios doutrinários mas pela necessidade sentida pela própria Igreja católica de se renovar em si mesma e na sua relação com o mundo.

Pela primeira vez no Concílio são estudados assuntos que nunca um Concílio anterior abordara, entre outros:
  • As misérias e fragilidades da humanidade;
  • A liberdade;
  • Os direitos fundamentais da pessoa humana;
  • A questão dos armamentos;
  • A busca séria da unidade dos cristãos.
A promoção da unidade dos cristãos foi outro dos objectivos do Concílio, razão pela qual participaram nas sessões representantes das Igrejas não-católicas.

Para os mais novos, para quem não viveu os tempos anteriores ao Vaticano II, recordamos que a Liturgia, assim como todos os Sacramentos, era celebrada na língua latina e os fieis acompanhavam, calados, os actos litúrgicos - rezando o terço ou lendo por um missal em língua materna.
O único leigo que se aproximava do altar era o sacristão que respondia em latim.
Respigamos do nº 21 da Constituição Sacrosanctum Concilium:

21. A santa mãe Igreja, para permitir ao povo cristão um acesso mais seguro à abundância de graça que a Liturgia contém, deseja fazer uma acurada reforma geral da mesma Liturgia. Na verdade, a Liturgia compõe-se duma parte imutável, porque de instituição divina, e de partes susceptíveis de modificação, as quais podem e devem variar no decorrer do tempo, se porventura se tiverem introduzido nelas elementos que não correspondam tão bem à natureza íntima da Liturgia ou se tenham tornado menos apropriados.

Nesta reforma, proceda-se quanto aos textos e ritos, de tal modo que eles exprimam com mais clareza as coisas santas que significam, e, quanto possível, o povo cristão possa mais facilmente apreender-lhes o sentido e participar neles por meio de uma celebração plena, activa e comunitária.”.

Do Concílio Vaticano II resultaram:

Quatro Constituições:
  • Dei Verbum (sobre a Revelação Divina);
  • Lumen Gentium (sobre a Igreja);
  • Sacrosanctum Concilium (sobre a Sagrada Liturgia);
  • Gaudium et Spes (sobre a Igreja no Mundo actual).
Nove Decretos:
  • Inter Mirífica (sobre os meios de Comunicação Social);
  • Orientalium Ecclesiarum (Igrejas orientais Católicas);
  • Unitatis Redintegratio (Ecumenismo);
  • Christus Dominus (munus pastoral dos Bispos);
  • Perfectae Caritatis (conveniente renovação da Vida Religiosa);
  • Optatam Totius (Formação sacerdotal);
  • Apostolicam Actuositatem (Apostolado dos Leigos);
  • Ad Gentes Divinitus(Actividade missionária da Igreja);
  • Presbyterorum Ordinis(o mistério e a vida dos Presbíteros).
e três Declarações:

  • Gravissimum Educationis (Educação cristã);
  • Nostra Aetate (relações da Igreja com as religiões não cristãs);
  • Dignitatis Humanae (Liberdade Religiosa).

Fonte: Santa Sé

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