O
Papa Francisco
denuncia
o drama do desemprego juvenil e pede que se combata a ilegalidade que
leva à corrupção
«Formar,
educar para um novo humanismo do trabalho onde o homem, e não o
lucro, esteja no centro; onde a economia sirva o homem e não se
sirva do homem», foram os votos do Papa Francisco ao receber
na manhã do passado Sábado dirigentes e membros do Movimento
Cristão de Trabalhadores.
No
seu discurso, o Papa inspirou-se na constatação de que vivemos «num
tempo de exploração dos trabalhadores» — em que «o
trabalho não está ao serviço da dignidade da pessoa, mas é
trabalho escravo» — e sugeriu uma reflexão subdividida em
três termos: educação, partilha e testemunho.
Em
relação à educação, explicou que não se trata só de
«ensinar técnicas ou noções, mas de tornar
mais humanos o homem e a realidade que nos circunda», e
portanto «é preciso formar para um novo
humanismo do trabalho».
Além
disso, a educação ajuda «a não ceder aos
enganos de quantos querem fazer crer que o esforço diário e o
estudo não têm valor».
Então,
é urgente «educar a percorrer o caminho da
honestidade, evitando os atalhos dos favoritismos e dos
proteccionismos», por detrás dos quais se esconde «a
corrupção. Trata-se — esclareceu — de
formas de “comércio moral”» que «devem
ser rejeitadas. Caso contrário, geram uma mentalidade falsa e
nociva: a da ilegalidade, que leva à corrupção».
De
resto, acrescentou com uma imagem evocativa, «a
ilegalidade é como um polvo que está escondido mas com os seus
tentáculos agarra e envenena, poluindo».
Quanto
à partilha, o Santo Padre recordou que o trabalho oferece «a
oportunidade de entrar em relação com os outros». Por
conseguinte, «deveria unir as pessoas, não
afastá-las».
Sobre
o testemunho, observou que hoje existem «pessoas
que gostariam de trabalhar, mas não conseguem».
Em
especial, são os «jovens que não trabalham».
Eles
«realmente são “os novos excluídos do
nosso tempo”», também porque, constatou, «o
jovem que não trabalha» acaba «nas dependências, nas doenças
psicológicas, no suicídio».
Eis,
então, o novo apelo do Papa Francisco a favor do «acesso
ao trabalho por parte de todos. Diante de pessoas em necessidade e de
situações difíceis — penso também nos jovens para os quais
casar ou ter filhos é um problema, porque não têm um emprego
suficientemente estável, nem uma casa — não adianta fazer
pregações».
Pelo
contrário, concluiu, «é preciso transmitir a
esperança, confortar com a presença e sustentar com a ajuda
concreta».
Fonte:
L'Osservatore Romano
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