Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 16 de março de 2017

SOMOS CHAMADOS AO AMOR SINCERO, NÃO HIPÓCRITA




Depois da semana dedicada ao retiro quaresmal o Papa Francisco deu continuidade às meditações sobre o tema da esperança cristã
 
 
A catequese de ontem foi centrada na carta do Apóstolo Paulo aos Romanos (Rm 12, 9-13):

Que a vossa caridade, diz o apóstolo Paulo, seja sincera, aborrecendo o mal e aderindo ao bem.
Amai-vos uns aos outros com amor fraternal, adiantando-vos em honrar uns aos outros.
Sede diligentes, sem fraqueza, fervorosos de espírito, dedicados ao serviço do Senhor.
Alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração, (…) exercendo hospitalidade”.

O Papa Francisco disse que, como sabemos muito bem, o grande mandamento que Jesus nos deixou é o mandamento do amor: amar a Deus com todo o nosso coração, com a toda a nossa alma e com toda a nossa mente e amar ao próximo como a nós mesmos.
Somos portanto chamados ao amor, à caridade: esta é a nossa vocação mais sublime, a nossa vocação por excelência e à essa vocação esta ligada também a alegria da esperança.

O Apóstolo Paulo, no texto da Carta aos Romanos que acabamos de escutar, adverte-nos que há o risco de a nossa caridade ser hipócrita, que o nosso amor seja hipócrita.
Devemos perguntar-nos: quando é que isto ocorre?
E como podemos estar seguros que o nosso amor seja sincero, que a nossa caridade seja autêntica?”.

A hipocrisia pode-se insinuar de várias maneiras, inclusive no nosso modo de amar”, alertou o Papa.
Isso verifica-se quando somos movidos por interesses pessoais, quando fazemos caridade para ganhar “visibilidade”, por amor interesseiro ou um “amor de novela”.

A caridade não é uma criação humana. Pelo contrário, é antes de tudo uma graça; não consiste em mostrar aquilo que não somos, mas aquilo que o Senhor nos doa.
Sentiremos-nos felizes por nos aproximarmos do pobre e do humilde, contentes por nos debruçarmos sobre os irmãos caídos por terra, a exemplo de Jesus.

Aqui está o segredo para ‘sermos alegres na esperança’: porque temos a certeza de que, em todas as circunstâncias, inclusive nas mais adversas, e apesar das nossas faltas, o amor de Deus por nós não esmorece.
E assim, certos de sua fidelidade inabalável, vivemos na alegre esperança de retribuir nos irmãos, com o pouco que nos é possível, o muito que recebemos Dele todos os dias.”



Síntese da catequese do Papa:

Somos chamados a amar a Deus com todas as nossas forças e amar o próximo como a nós mesmos.
Esta é a nossa vocação mais sublime, a nossa vocação por excelência; da sua justa vivência depende também a alegria da esperança cristã.

Na verdade, é possível amar por interesse, para sermos louvados pelos outros, como se o amor fosse uma nossa criação.
Ora nós, simplesmente com as nossas forças, não somos capazes de amar verdadeiramente; precisamos que o nosso coração seja curado e renovado por Cristo ressuscitado.
É Ele que, não obstante toda a nossa limitação e pobreza, nos faz experimentar a compaixão do Pai: o próprio Deus vem habitar no nosso coração, ajudando-nos a ver e apreciar as coisas simples e comuns do dia-a-dia e tornando-nos capazes de amar os outros como Ele os ama, isto é, procurando apenas o seu bem.
Então sentir-nos-emos contentes por nos aproximarmos do pobre e do humilde, vendo como Jesus procede connosco quando nos afastamos d’Ele; contentes por nos debruçarmos sobre os irmãos caídos por terra, vendo como Jesus, Bom Samaritano, Se inclina sobre cada um de nós tratando das nossas feridas com a sua compaixão, com o seu perdão.

Está aqui o segredo para «sermos alegres na esperança», como nos pedia Paulo na leitura inicial: termos a certeza de que, em todas as circunstâncias, inclusive nas mais adversas, e apesar das nossas faltas, o amor de Deus por nós não esmorece.
E assim, com o coração visitado e habitado pela sua graça misericordiosa e seguros da sua fidelidade inabalável, vivemos na jubilosa esperança de Lhe retribuir, nos irmãos, com o pouco que nos é possível, o muito que recebemos d’Ele todos os dias.


Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano


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