Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

terça-feira, 5 de junho de 2018

INTENÇÃO DE ORAÇÃO DO PAPA PARA O MÊS DE JUNHO




INTENÇÃO UNIVERSAL:
As redes sociais
   
   
Intenção de oração universal:
Para que as redes sociais favoreçam a solidariedade e o respeito pelo outro na sua diferença.


Hoje vivemos num mundo que está a tornar-se cada vez menor, parecendo, por isso mesmo, que deveria ser mais fácil fazer-se próximo uns dos outros.
Os progressos dos transportes e das tecnologias de comunicação deixam-nos mais próximos, interligando-nos sempre mais, e a globalização faz-nos mais interdependentes.
Todavia, dentro da humanidade, permanecem divisões, e às vezes muito acentuadas.
A nível global, vemos a distância escandalosa que existe entre o luxo dos mais ricos e a miséria dos mais pobres.
Frequentemente, basta passar pelas estradas duma cidade para ver o contraste entre os que vivem nos passeios e as luzes brilhantes das lojas.
Estamos já tão habituados a tudo isso que nem nos impressiona.
O mundo sofre de múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza, como também de conflitos para os quais convergem causas económicas, políticas, ideológicas e até mesmo, infelizmente, religiosas.

Neste mundo, os mass-media podem ajudar a sentir-nos mais próximos uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna.
Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos.
Os muros que nos dividem só podem ser superados, se estivermos prontos a ouvir e a aprender uns dos outros.
Precisamos de harmonizar as diferenças por meio de formas de diálogo, que nos permitam crescer na compreensão e no respeito.
A cultura do encontro requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a receber de outros.
Os mass-media podem ajudar-nos nisso, especialmente nos nossos dias em que as redes da comunicação humana atingiram progressos sem precedentes.
Particularmente a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus.

No entanto, existem aspectos problemáticos: a velocidade da informação supera a nossa capacidade de reflexão e discernimento, e não permite uma expressão equilibrada e correcta de si mesmo.
A variedade das opiniões expressas pode ser sentida como riqueza, mas é possível também fechar-se numa esfera de informações que correspondem apenas às nossas expectativas e às nossas ideias, ou mesmo a determinados interesses políticos e económicos.
O ambiente de comunicação pode ajudar-nos a crescer ou, pelo contrário, desorientar-nos.
O desejo de conexão digital pode acabar por nos isolar do nosso próximo, de quem está mais perto de nós.
Sem esquecer que a pessoa que, pelas mais diversas razões, não tem acesso aos meios de comunicação social corre o risco de ser excluída.

Estes limites são reais, mas não justificam uma rejeição dos mass-media; antes, recordam-nos que, em última análise, a comunicação é uma conquista mais humana que tecnológica.
Portanto haverá alguma coisa, no ambiente digital, que nos ajuda a crescer em humanidade e na compreensão recíproca?
Devemos, por exemplo, recuperar um certo sentido de pausa e calma.
Isto requer tempo e capacidade de fazer silêncio para escutar.
Temos necessidade também de ser pacientes, se quisermos compreender aqueles que são diferentes de nós: uma pessoa expressa-se plenamente a si mesma, não quando é simplesmente tolerada, mas quando sabe que é verdadeiramente acolhida.
Se estamos verdadeiramente desejosos de escutar os outros, então aprenderemos a ver o mundo com olhos diferentes e a apreciar a experiência humana tal como se manifesta nas várias culturas e tradições.
Entretanto saberemos apreciar melhor também os grandes valores inspirados pelo Cristianismo, como, por exemplo, a visão do ser humano como pessoa, o matrimónio e a família, a distinção entre esfera religiosa e esfera política, os princípios de solidariedade e subsidiariedade, entre outros.

Então, como pode a comunicação estar ao serviço de uma autêntica cultura do encontro?
E – para nós, discípulos do Senhor – que significa, segundo o Evangelho, encontrar uma pessoa?
Como é possível, apesar de todas as nossas limitações e pecados, ser verdadeiramente próximo aos outros?
Estas perguntas resumem-se naquela que, um dia, um escriba – isto é, um comunicador – pôs a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10, 29 ).
Esta pergunta ajuda-nos a compreender a comunicação em termos de proximidade.
Poderíamos traduzi-la assim: Como se manifesta a «proximidade» no uso dos meios de comunicação e no novo ambiente criado pelas tecnologias digitais?
Encontro resposta na parábola do bom samaritano, que é também uma parábola do comunicador.
Na realidade, quem comunica faz-se próximo.
E o bom samaritano não só se faz próximo, mas cuida do homem que encontra quase morto ao lado da estrada.
Jesus inverte a perspectiva: não se trata de reconhecer o outro como um meu semelhante, mas da minha capacidade para me fazer semelhante ao outro.
Por isso, comunicar significa tomar consciência de que somos humanos, filhos de Deus.
Apraz-me definir este poder da comunicação como «proximidade».

Quando a comunicação tem como fim predominante induzir ao consumo ou à manipulação das pessoas, encontramo-nos perante uma agressão violenta como a que sofreu o homem espancado pelos assaltantes e abandonado na estrada, como lemos na parábola.
Naquele homem, o levita e o sacerdote não vêem um seu próximo, mas um estranho de quem era melhor manter a distância.
Naquele tempo, eram condicionados pelas regras da pureza ritual.
Hoje, corremos o risco de que alguns mass-media nos condicionem até ao ponto de fazer-nos ignorar o nosso próximo real.

Não basta circular pelas «estradas» digitais, isto é, simplesmente estarmos conectados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro.
Não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos.
Precisamos de amar e ser amados.
Precisamos de ternura.
Não são as estratégias comunicativas que garantem a beleza, a bondade e a verdade da comunicação.
O próprio mundo dos mass-media não pode alhear-se da solicitude pela humanidade, chamado como é a exprimir ternura.
A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas.
A neutralidade dos mass-media é só aparente: só pode constituir um ponto de referência quem comunica colocando-se a si mesmo em jogo.
O envolvimento pessoal é a própria raiz da fiabilidade dum comunicador.
É por isso mesmo que o testemunho cristão pode, graças à rede, alcançar as periferias existenciais.
[…]

MENSAGEM PARA O XLVIII DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
Papa Francisco
24 de Janeiro de 2014


ORAÇÃO

Deus, nosso Pai,
deste aos teus filhos a capacidade e a criatividade
para tornar este mundo um lugar de comunhão.
Hoje é fácil estarmos unidos com pessoas de lugares e culturas tão diferentes.

Ajuda-nos a aproveitar as possibilidades do engenho humano
para construir um mundo mais solidário, próximo das realidades difíceis,
um mundo capaz de acolher a diferença e onde reinem a justiça, a paz e a verdade.

Dá-nos o teu Espírito, para que cada um de nós saiba
realizar a sua pequena parte, nos meios digitais onde está presente.

Pai Nosso...


DESAFIOS PARA O MÊS

  • Procurar ver com atenção como funcionam as redes sociais, que argumentos e discussões são mais populares e que interesses escondem.
  • Procurar ter uma atitude positiva e construtiva nas redes sociais, partilhando conteúdos que promovam a solidariedade e o respeito, a verdade e a boa reflexão.
  • Conhecer bons projectos de evangelização nas redes sociais e procurar também trazer a voz da Igreja e as suas propostas para estes espaços.




O VÍDEO DO PAPA – As redes sociais


Para que as redes sociais favoreçam a solidariedade e o respeito pelo outro na sua diferença.
Papa Francisco - Junho 2018


A Internet é um dom de Deus e também uma grande responsabilidade.

A comunicação, seus lugares, seus instrumentos trouxeram consigo uma ampliação dos horizontes, um crescimento, para tantas pessoas.

Aproveitemos as possibilidades de encontro e de solidariedade que as redes sociais oferecem.

Que a Internet não seja um lugar de alienação.
Que seja um lugar concreto, um espaço rico em humanidade.

Peçamos juntos para que as redes sociais não anulem a própria personalidade, mas que favoreçam a solidariedade e o respeito pelo outro na sua diferença.”



Fontes: Apostolado da Oração; Rede Mundial de Oração do Papa



Sem comentários:

Enviar um comentário