Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 24 de março de 2022

ACTO DE CONSAGRAÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

 



Na tarde do dia 25 de Março de 2022


   


Nesta hora, a humanidade, exausta e transtornada, está ao pé da cruz convosco. E tem necessidade de se confiar a Vós, de se consagrar a Cristo por vosso intermédio. O povo ucraniano e o povo russo, que Vos veneram com amor, recorrem a Vós, enquanto o vosso Coração palpita por eles e por todos os povos ceifados pela guerra, a fome, a injustiça e a miséria.”


É uma das passagens centrais da oração que o Papa elevará amanhã para consagrar e confiar a humanidade, e especialmente a Rússia e a Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria. O Papa Francisco pronunciará a oração no final da liturgia da penitência na Basílica de São Pedro, na tarde de sexta-feira, 25 de Março, festa da Anunciação.

A liturgia terá início às 16H00, enquanto a consagração terá lugar por volta das 17H30 (horas de Lisboa).

Conforme comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa, “o Papa Francisco enviará a Fátima, como Legado Pontifício, o Cardeal Konrad Krajewski, Esmoler Apostólico, o qual fará o acto de consagração na Capelinha das Aparições, também às 16H00, durante a oração do Rosário”.



ACTO DE CONSAGRAÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, recorremos a Vós nesta hora de tribulação. Vós sois Mãe, amais-nos e conheceis-nos: de quanto temos no coração, nada Vos é oculto. Mãe de misericórdia, muitas vezes experimentamos a vossa ternura providente, a vossa presença que faz voltar a paz, porque sempre nos guiais para Jesus, Príncipe da paz.

Mas perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais. Descuidamos os compromissos assumidos como Comunidade das Nações e estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens. Adoecemos de ganância, fechamo-nos em interesses nacionalistas, deixamo-nos ressequir pela indiferença e paralisar pelo egoísmo. Preferimos ignorar Deus, conviver com as nossas falsidades, alimentar a agressividade, suprimir vidas e acumular armas, esquecendo-nos que somos guardiões do nosso próximo e da própria casa comum. Dilaceramos com a guerra o jardim da Terra, ferimos com o pecado o coração do nosso Pai, que nos quer irmãos e irmãs. Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, excepto a nós mesmos. E, com vergonha, dizemos: perdoai-nos, Senhor!

Na miséria do pecado, das nossas fadigas e fragilidades, no mistério de iniquidade do mal e da guerra, Vós, Mãe Santa, lembrai-nos que Deus não nos abandona, mas continua a olhar-nos com amor, desejoso de nos perdoar e levantar novamente. Foi Ele que Vos deu a nós e colocou no vosso Imaculado Coração um refúgio para a Igreja e para a humanidade. Por bondade divina, estais connosco e conduzis-nos com ternura mesmo nos transes mais apertados da história.

Por isso recorremos a Vós, batemos à porta do vosso Coração, nós os vossos queridos filhos que não Vos cansais de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. Nesta hora escura, vinde socorrer-nos e consolar-nos. Repeti a cada um de nós: «Não estou porventura aqui Eu, que sou tua mãe?» Vós sabeis como desfazer os emaranhados do nosso coração e desatar os nós do nosso tempo. Repomos a nossa confiança em Vós. Temos a certeza de que Vós, especialmente no momento da prova, não desprezais as nossas súplicas e vindes em nosso auxílio.

Assim fizestes em Caná da Galileia, quando apressastes a hora da intervenção de Jesus e introduzistes no mundo o seu primeiro sinal. Quando a festa se mudara em tristeza, dissestes-Lhe: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3). Ó Mãe, repeti-o mais uma vez a Deus, porque hoje esgotamos o vinho da esperança, desvaneceu-se a alegria, diluiu-se a fraternidade. Perdemos a humanidade, malbaratamos a paz. Tornamo-nos capazes de toda a violência e destruição. Temos necessidade urgente da vossa intervenção materna.


Por isso acolhei, ó Mãe, esta nossa súplica:

Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra;

Vós, arca da nova aliança, inspirai projectos e caminhos de reconciliação;

Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus;

Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão;

Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear;

Rainha do Rosário, despertai em nós a necessidade de rezar e amar;

Rainha da família humana, mostrai aos povos o caminho da fraternidade;

Rainha da paz, alcançai a paz para o mundo.


O vosso pranto, ó Mãe, comova os nossos corações endurecidos. As lágrimas, que por nós derramastes, façam reflorescer este vale que o nosso ódio secou. E, enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país. Que o vosso doloroso Coração nos mova à compaixão e estimule a abrir as portas e cuidar da humanidade ferida e descartada.

Santa Mãe de Deus, enquanto estáveis ao pé da cruz, Jesus, ao ver o discípulo junto de Vós, disse-Vos: «Eis o teu filho!» (Jo 19, 26). Assim Vos confiou cada um de nós. Depois disse ao discípulo, a cada um de nós: «Eis a tua mãe!» (19, 27). Mãe, agora queremos acolher-Vos na nossa vida e na nossa história. Nesta hora, a humanidade, exausta e transtornada, está ao pé da cruz convosco. E tem necessidade de se confiar a Vós, de se consagrar a Cristo por vosso intermédio. O povo ucraniano e o povo russo, que Vos veneram com amor, recorrem a Vós, enquanto o vosso Coração palpita por eles e por todos os povos ceifados pela guerra, a fome, a injustiça e a miséria.

Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso acto que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz. O sim que brotou do vosso Coração abriu as portas da história ao Príncipe da Paz; confiamos que mais uma vez, por meio do vosso Coração, virá a paz. Assim a Vós consagramos o futuro da família humana inteira, as necessidades e os anseios dos povos, as angústias e as esperanças do mundo.

Por vosso intermédio, derrame-se sobre a Terra a Misericórdia divina e o doce palpitar da paz volte a marcar as nossas jornadas. Mulher do sim, sobre Quem desceu o Espírito Santo, trazei de volta ao nosso meio a harmonia de Deus. Dessedentai a aridez do nosso coração, Vós que «sois fonte viva de esperança». Tecestes a humanidade para Jesus, fazei de nós artesãos de comunhão. Caminhastes pelas nossas estradas, guiai-nos pelas sendas da paz. Ámen.



CARTA DO PAPA FRANCISCO

AOS BISPOS PELO ACTO DE CONSAGRAÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA


Querido Irmão!

Já passou quase um mês do início da guerra na Ucrânia, que está a causar sofrimentos cada dia mais terríveis àquela atormentada população, ameaçando mesmo a paz mundial. Nesta hora escura, a Igreja é fortemente chamada a interceder junto do Príncipe da Paz e a fazer-se próxima a quantos pagam na própria pele as consequências do conflito. Nesta linha, sinto-me agradecido a todas as pessoas que estão a responder, com grande generosidade, aos meus apelos à oração, ao jejum e à caridade.

Agora, acolhendo também numerosos pedidos do Povo de Deus, desejo confiar de modo especial a Nossa Senhora as nações em conflito. Como disse domingo no final da oração do Ângelus, no dia 25 de Março, Solenidade da Anunciação, pretendo realizar um Acto solene de Consagração da humanidade, particularmente da Rússia e da Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria. Uma vez que é bom predispor-se para invocar a paz renovados pelo perdão de Deus, tal Acto acontecerá no contexto duma Celebração da Penitência, que terá lugar na Basílica de São Pedro às 17h00, hora de Roma. O Acto de Consagração está previsto para as 18h30.

Quer ser um gesto da Igreja universal, que neste momento dramático leva a Deus, através da Mãe d’Ele e nossa, o grito de dor de quantos sofrem e imploram o fim da violência, e confia o futuro da humanidade à Rainha da Paz. Por isso convido-o, querido Irmão, a unir-se ao referido Acto, convocando os sacerdotes, os religiosos e os outros fiéis para a oração comunitária nos lugares sagrados, no dia de sexta-feira 25 de Março, de modo que o santo Povo de Deus faça, de modo unânime e veemente, subir a súplica à sua Mãe. A propósito, transmito-lhe o texto da própria oração de consagração para poderem recitá-la, ao longo desse dia, em união fraterna.

Agradeço-lhe pela disponibilidade e a colaboração. De coração abençoo o querido Irmão e os fiéis confiados aos seus cuidados pastorais. Que Jesus vos proteja e a Virgem Santa vos guarde. Rezai por mim.

Fraternamente,

Roma – São João de Latrão, 21 de Março de 2022

FRANCISCO


As consagrações ao Imaculado Coração de Maria


Coração Imaculado de Maria

Um dos temas centrais da Mensagem de Fátima.


Pio XII e a consagração ao Coração Imaculado de Maria

No dia 13 de Maio de 1917, na Capela Sistina no Vaticano, um jovem sacerdote, Eugénio Pacelli, é sagrado Bispo, pelo Papa Bento XV. Mais tarde, quando for eleito Sumo Pontífice da Igreja universal, Pio XII irá guardar, com especial, carinho o facto de, nessa data memorável da sua vida, sensivelmente à mesma hora, a Branca Rainha do Santíssimo Rosário aparecer em Fátima.


Paulo VI e a consagração ao Coração Imaculado de Maria

A 13 de Maio de 1965 é entregue ao Santuário de Fátima um presente especial: a Rosa de Ouro. Uma Rosa em Ouro, belíssima na sua simplicidade e ainda mais preciosa na simbólica que encerra.


João Paulo II e a consagração ao Coração Imaculado de Maria

João Paulo II entrou na Mensagem de Fátima, levado pela mão materna de Maria, a mão que o protegeu da bala assassina de 13 de Maio de 1981.


Fontes: Santuário de Fátima; Agência Ecclesia; Santa Sé; Notícias do Vaticano; Conferência Episcopal Portuguesa


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