Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

VIAGEM APOSTÓLICA AO LÍBANO (VI)

 


Concluída a visita ao Médio Oriente

o Santo Padre regressou ao Vaticano

   


No âmbito de sua Viagem Apostólica ao Líbano, o Papa Leão XIV visitou,nesta Terça-feira o Hospital de la Croix, um dos maiores hospitais para deficientes mentais do Médio Oriente, administrado pela Congregação das Irmãs Franciscanas da Cruz que cuidam diariamente de 800 deficientes mentais e doentes psiquiátricos.

Estou feliz por vos encontrar; era meu desejo, pois aqui habita Jesus: tanto em vós, doentes, como em vós que cuidais deles – as Irmãs, os médicos, todos os profissionais de saúde e os funcionários.”

Disse ainda o Papa Leão XIV no seu discurso:

Este hospital foi fundado pelo Beato Padre Jacques, incansável apóstolo da caridade, cuja santidade de vida recordamos e que se manifesta especialmente no amor aos mais pobres e sofredores. As Irmãs Franciscanas da Cruz, por ele fundadas, continuam a sua obra e prestam um serviço precioso: obrigado, queridas Irmãs, pela missão que levais adiante com alegria e dedicação!”

O que se vive neste lugar é uma admoestação para todos, tanto para a vossa terra, como também para toda a humanidade: não podemos esquecer os mais frágeis, não podemos imaginar uma sociedade que, agarrando-se a falsos mitos de bem-estar, segue a toda a velocidade, ignorando tantas situações de pobreza e fragilidade. Em particular, nós, cristãos, que somos a Igreja do Senhor Jesus, estamos convocados a cuidar dos pobres.”



Ainda esta manhã, o Papa Leão XIV rezou no local da explosão do Porto de Beirute e consolou algumas das famílias que levavam consigo fotos de seus entes queridos, entre as mais de 200 vítimas daquela tragédia de 4 de Agosto de 2020. A explosão no Porto de Beirute causou a morte de 245 pessoas e milhares de feridos, além de uma enorme devastação em uma cidade já assolada pela crise económica. Cinco anos após a explosão, as famílias das vítimas, os feridos e gerações inteiras de pessoas traumatizadas pela tragédia ainda aguardam justiça.



No último dia de viagem apostólica ao Líbano, o Papa Leão XIV presidiu Missa no Beirut Waterfront, para cerca de 150 mil fiéis.

Na homilia de uma missa de "acção de graças ao Senhor por tantos dons da sua bondade" e "por tudo o que nos possibilitou viver juntos" nestes três dias intensos no Líbano, o Papa Leão comentou o Evangelho através das palavras de gratidão de Jesus para o Pai quando rezou, dizendo: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra» (Lc 10, 21).

"É precisamente a vocês, querido povo libanês, que dirijo o convite a cultivar sempre atitudes de louvor e gratidão. A vocês que são destinatários de uma rara beleza com a qual o Senhor enriqueceu a sua terra e que, simultaneamente, são espectadores e vítimas do modo como o mal, de múltiplas formas, pode ofuscar esta magnificência."

"Cada um deve fazer a sua parte e todos devemos unir esforços para que esta terra possa voltar ao seu esplendor. E temos apenas uma maneira de o fazer: desarmemos os nossos corações, derrubemos as armaduras dos nossos fechamentos étnicos e políticos, abramos as nossas confissões religiosas ao encontro recíproco, despertemos no nosso íntimo o sonho de um Líbano unido, onde triunfem a paz e a justiça, onde todos possam reconhecer-se irmãos e irmãs e onde, finalmente, se possa realizar o que nos descreve o profeta Isaías: «o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o novilho e o leão comerão juntos» (Is 11, 6)."

Este é o sonho que foi confiado a vocês, é o que o Deus da paz coloca nas suas mãos: Líbano, levanta-te! Seja casa de justiça e de fraternidade! Seja profecia de paz para todo o Levante!”

No final da Celebração Eucarística, o Patriarca de Antioquia dos Maronitas, o cardeal Béchara Boutros Rai, falou em nome da Assembleia dos Patriarcas e Bispos Católicos no Líbano e das famílias religiosas do país, agradecendo pela "presença paterna". A vinda de Leão XIV, disse ele, "ilumina as nossas mentes e reaviva a nossa determinação em trabalhar pela paz, pela fraternidade e pelo diálogo entre todos os filhos e filhas da nossa amada terra".



O Papa Leão XIV deixou o Líbano, nesta Terça-feira, partindo do Aeroporto Internacional Rafiq Hariri de Beirute às 13h48, hora local, de regresso a Roma.

Pouco antes da partida, realizou-se a cerimónia de despedida, proferindo o Santo Padre o seu último discurso em terras libanesas no âmbito de sua primeira Viagem Apostólica Internacional.

"É mais difícil partir do que chegar", disse o Papa, ressaltando que "estivemos juntos, e estar juntos, no Líbano, é contagiante: aqui encontrei um povo que não gosta do isolamento, mas do encontro".

Assim, se chegar significava entrar delicadamente na vossa cultura, deixar esta terra é levar-vos no coração. Por isso, não nos separamos, mas, tendo-nos encontrado, seguiremos em frente juntos. E esperamos contagiar com este espírito de fraternidade e compromisso em prol da paz todo o Médio Oriente, mesmo aqueles que hoje se consideram inimigos.”

Referiu-se a "todas as regiões do Líbano que não foi possível visitar: Trípoli e o norte, o Vale do Beca e o sul do país, que vive, de modo particular, numa situação de conflito e incerteza".

A todos, o meu abraço e os meus votos de paz. E ainda um sentido apelo: cessem os ataques e as hostilidades. Ninguém acredite mais que a luta armada traz algum benefício. As armas matam; a negociação, a mediação e o diálogo edificam. Escolhamos todos a paz como caminho, não apenas como meta!”



No voo de regresso do Líbano para Roma, Leão XIV reuniu-se com os jornalistas e falou do papel da Santa Sé que trabalha "nos bastidores" das negociações de paz, para que as partes deixem as armas. Em relação à Ucrânia, enfatizou o envolvimento da Europa e a importância do potencial papel da Itália. Respondeu a uma pergunta sobre a sua reacção à eleição para o Conclave e sobre a sua espiritualidade: entregar a vida a Deus e deixar que Ele seja "o chefe".

A viagem, o Médio Oriente, a guerra na Ucrânia, a presença da Europa nas negociações de paz e a situação na Venezuela estiveram entre os temas abordados pelo Pontífice.


Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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