A
catequese do Santo Padre foi sobre a educação dos filhos, uma das
características essenciais da família
Referindo-se
às dificuldades dos pais separados pediu-lhes para não usarem os
filhos nos seus problemas conjugais:
“Nunca
tomeis os vossos filhos como reféns.
Devem
crescer com a mãe falando bem do pai e vice-versa.
Isso
é muito importante, é muito difícil para os separados, mas é algo
que se pode fazer.”
A
educação, que é como que a coluna vertebral do humanismo, enfrenta
hoje em dia dificuldades.
Observa-se
uma crise no pacto educativo entre a sociedade e a família; basta
pensar no protagonismo de certos especialistas na educação que
acabam por substituir o papel dos pais na educação dos filhos.
“Isto
gerou uma fractura entre a família e a sociedade; uma crise que
abrange vários âmbitos, como a escola, por exemplo, onde recaem
sobre os alunos as tensões e a desconfiança entre pais e
professores.
E
estes ‘especialistas’ multiplicam-se ocupando o papel dos pais
inclusive nos aspectos mais íntimos da educação: personalidade,
crescimento, direitos e deveres.
Os
pais vão-se privando da sua função, chegando a auto-excluírem-se
da vida dos filhos”.
Por
outro lado, muitos pais vêem-se “sequestrados” pelo trabalho e
nunca têm tempo para os filhos.
Diante
deste quadro, é preciso reafirmar o papel insubstituível dos pais
na educação dos filhos.
Não
se trata de contentar-se com um diálogo superficial, mas de
acompanhar os filhos, compreendendo-os e corrigindo-os quando
necessário – sublinhou o Papa Francisco que contou uma pequena
história pessoal:
“
… quando estava na 4ª classe
disse uma palavra feia à professora e ela escreveu uma repreensão à
minha mãe que se apresentou na escola para falar com ela.
Depois
chamaram-me, a minha mãe disse-me docemente que eu não me tinha
comportado bem e eu tive que pedir desculpa à professora à frente
da minha mãe.
Fiquei
a pensar que até tinha acabado bem.
Mas
aquele era apenas o primeiro capítulo, depois em casa começou o
segundo capítulo…”
“Hoje
uma professora faz algo semelhante e no dia seguinte os pais vão à
escola pedir-lhe explicações, porque os técnicos disseram que não
se deve repreender!”
As
comunidades cristãs são, assim, chamadas a auxiliar os pais na sua
missão educativa, em primeiro lugar, à luz da Palavra de Deus, que
nos recorda que o próprio Jesus foi educado numa família.
O
Papa Francisco citou mesmo as palavras do Apóstolo Paulo que recorda
a reciprocidade dos deveres entre pais e filhos:
“Vós
filhos, obedecei aos vossos pais em tudo; como agrada ao Senhor.
Vós,
pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em
desânimo.”
O
Papa Francisco terminou a sua catequese afirmando que chegou a hora
dos pais saírem do seu exílio de educadores dos seus filhos:
“Quando
a educação familiar redescobre o contentamento de seu protagonismo,
muitas coisas mudam para melhor para os pais incertos e os filhos
desiludidos.
Chegou
a hora que os pais e as mães saiam de seu ‘exílio’ e reassumam
plenamente o seu papel educativo”.
Fonte:
Rádio Vaticano
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