Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

IDEOLOGIA DO LUCRO ESTÁ CONTRA A FESTA DOMINICAL

Na sua catequese desta manhã o Papa Francisco propôs um percurso em três dimensões até ao final do mês de Agosto:
A família enquanto festa, trabalho e oração
Hoje falou sobre a festa



O Santo Padre afirmou a festa como algo que marca o ritmo da vida familiar dizendo, desde logo, que é uma invenção de Deus, como nos sugere o Livro do Génesis no relato da criação ao declarar que Deus repousou no sétimo dia.
Assim, aprendemos que é preciso dedicar um tempo para contemplar e regozijar-se com o trabalho bem feito.

A festa, portanto, não é sinónimo de preguiça, mas tempo de dirigir um olhar amoroso e agradecido a tantas realidades que nos circundam: os filhos, os netos, a nossa casa, os amigos, a nossa comunidade – sublinhou o Papa.

O tempo de festa suspende o trabalho profissional porque é um tempo sagrado – declarou o Santo Padre frisando que ninguém pode ser escravo do trabalho ao ser excluído do tempo de repouso e de festa:

Mas o verdadeiro tempo da festa suspende o trabalho profissional e é sagrado, porque recorda ao homem e à mulher que foram feitos à imagem de Deus, o qual não é escravo do trabalho, mas Senhor, e, portanto, também nós não devemos nunca ser escravos do trabalho, mas “senhores”.
Há um mandamento para isto, um mandamento que é para todos, ninguém excluído!
Ao invés, sabemos que existem milhões de homens, mulheres e também crianças escravas do trabalho!
Isto é contra Deus e contra a dignidade da pessoa humana!
A obsessão pelo lucro económico e o eficientismo da técnica colocam em risco os ritmos humanos da vida.”

O tempo do repouso, sobretudo o dominical, é-nos destinado para que possamos gozar daquilo que não se produz e não se consome, não se compra nem se vende.
Mas, pelo contrário, vemos que a ideologia do lucro e do consumo quer comer também a festa: mesmo essa é, às vezes, reduzida a um “negócio”, a um modo para fazer dinheiro e gastá-lo.”

Mas é para isto que trabalhamos?”

“…o tempo da festa é sagrado porque Deus o habita num modo especial.
A Eucaristia dominical leva à festa toda a graça de Jesus Cristo: a sua presença, o seu amor, o seu sacrifício, o seu fazer comunidade, o seu estar connosco…
E assim cada realidade recebe o seu sentido pleno: o trabalho, a família, as alegrias e as canseiras de cada dia, também o sofrimento e a morte; tudo é transfigurado pela graça de Cristo.”

No final da sua catequese o Papa Francisco pediu que não estraguemos os dias de festa porque são um belo presente de Deus, pois “a família é dotada de uma competência extraordinária para compreender, endereçar e sustentar o autêntico valor do tempo de festa e em particular do domingo. Não é com certeza um acaso que as festas onde participa toda a família são as que correm melhor!” – afirmou o Santo Padre.





Fontes: Rádio Vaticano; Agência Ecclesia

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