Na
sua catequese desta manhã o Papa Francisco propôs um percurso em
três dimensões até ao final do mês de Agosto:
A
família enquanto festa, trabalho e oração
Hoje
falou sobre a festa
O
Santo Padre afirmou a festa como algo que marca o ritmo da vida
familiar dizendo, desde logo, que é uma invenção de Deus, como nos
sugere o Livro do Génesis no relato da criação ao declarar que
Deus repousou no sétimo dia.
Assim,
aprendemos que é preciso dedicar um tempo para contemplar e
regozijar-se com o trabalho bem feito.
A
festa, portanto, não é sinónimo de preguiça, mas tempo de dirigir
um olhar amoroso e agradecido a tantas realidades que nos circundam:
os filhos, os netos, a nossa casa, os amigos, a
nossa comunidade – sublinhou o Papa.
O
tempo de festa suspende o trabalho profissional porque é um tempo
sagrado – declarou o Santo Padre frisando que ninguém pode ser
escravo do trabalho ao ser excluído do tempo de repouso e de festa:
“Mas
o verdadeiro tempo da festa suspende o trabalho profissional e é
sagrado, porque recorda ao homem e à mulher que foram feitos à
imagem de Deus, o qual não é escravo do trabalho, mas Senhor, e,
portanto, também nós não devemos nunca ser escravos do trabalho,
mas “senhores”.
Há
um mandamento para isto, um mandamento que é para todos, ninguém
excluído!
Ao
invés, sabemos que existem milhões de homens, mulheres e também crianças escravas do
trabalho!
Isto
é contra Deus e contra a dignidade da pessoa humana!
A
obsessão pelo lucro económico e o eficientismo da técnica
colocam em risco os ritmos humanos da vida.”
“O
tempo do repouso, sobretudo o dominical, é-nos
destinado para que possamos gozar daquilo que não se produz e não
se consome, não se compra nem se vende.
Mas,
pelo contrário, vemos que a ideologia do lucro e do consumo quer
comer também a festa: mesmo essa é, às vezes, reduzida a um
“negócio”, a um modo para fazer dinheiro e gastá-lo.”
“Mas
é para isto que trabalhamos?”
“…o
tempo da festa é sagrado porque Deus o habita num modo especial.
A
Eucaristia dominical leva à festa toda a graça de Jesus Cristo: a
sua presença, o seu amor, o seu sacrifício, o seu fazer comunidade,
o seu estar connosco…
E
assim cada realidade recebe o seu sentido pleno: o trabalho, a
família, as alegrias e as canseiras de cada dia, também o
sofrimento e a morte; tudo é transfigurado pela graça de Cristo.”
No
final da sua catequese o Papa Francisco pediu que não estraguemos os
dias de festa porque são um belo presente de Deus, pois “a
família é dotada de uma competência extraordinária para
compreender, endereçar e sustentar o autêntico valor do tempo de
festa e em particular do domingo. Não é com certeza um acaso que as
festas onde participa toda a família são as que correm melhor!”
– afirmou o Santo Padre.
Fontes:
Rádio Vaticano; Agência Ecclesia
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