A
pergunta que várias
vezes o
Papa Francisco fez no encontro que teve com os jovens em Santiago do
Chile
Na
passada Quarta-feira dia 17, o Santo Padre encontrou-se com os jovens
no “Santuário de Maipú”, em Santiago.
Após
a saudação ao Papa
por um jovem, foi feita a apresentação do Símbolo dos jovens para
o Sínodo - a Cruz do Chile.
Uma
fita, sinal do sangue derramado por Cristo, foi
oferecida
ao
Papa Francisco
que
a
colocou na Cruz.
Partindo
de uma referência à Mãe-pátria, exortou os jovens:
“Se
não fordes patriotas – não nacionalistas, mas patriotas –, nada
fareis na vida.
Amai
a vossa terra, rapazes e moças, amai o vosso Chile. Dai o melhor de
vós pelo vosso Chile.”
O
Papa falou da corrupção e referiu que no seu trabalho como bispo
pôde descobrir que há muitas e boas ideias no coração e na cabeça
dos jovens.
É
verdade; vós sois inquietos, indagadores, sonhadores.
Sabeis
quem tem problemas?
O
problema, temo-lo nós, adultos, quando ouvimos estes ideais, estas
inquietações dos jovens e, com cara de sabichões, dizemos:
«Pensa
assim porque é jovem, depressa amadurecerá», ou pior, «se
corromperá».
E
é assim: por detrás do «depressa amadurecerá» contra estas
aspirações e sonhos, esconde-se o tácito «depressa se
corromperá».
Atenção!
Amadurecer significa crescer e fazer crescer os sonhos, fazer crescer
as aspirações.
Estai
atentos! Não vos deixeis comprar por dois vinténs.
Isto
não é amadurecer.
Assim
quando nós, adultos, pensarmos isso, não nos escuteis.
Até
parece que, com esta [frase] «depressa amadurecerá» dita por nós,
grandes, atiramos para cima de vós um cobertor molhado para vos
silenciar; parece esconder o erro que amadurecer seja aceitar a
injustiça, pensar que nada se pode fazer, resignar-se porque tudo
sempre foi assim: «Porquê devemos mudar, se foi sempre assim, se se
fez sempre assim?» Isto é corrupção.
Amadurecer,
a verdadeira maturidade significa levar por diante os sonhos, as
vossas aspirações, juntos, confrontando-se mutuamente, dialogando
entre vós, mas sempre olhando para a frente, estando atentos, não
vendendo estas aspirações.
É
claro?
A
propósito do próximo Sínodo, pediu a interpelação dos jovens.
“Dizei-nos
aquilo que sentis, aquilo que pensais; e isto, elaborai-o entre vós
nos grupos deste encontro.
Depois
isso será levado ao Sínodo, onde certamente haverá uma
representação vossa, mas o Sínodo será feito pelos bispos com a
vossa representação, que recolherá a contribuição de todos.
Por
isso preparai-vos para este Encontro e dai, àqueles que irão ao
Encontro, as vossas ideias, as vossas expectativas, aquilo que sentis
no coração.”
E
contou o caso do jovem que lhe disse ficar aborrecido quando o
telemóvel tinha a bateria descarregada ou ficava sem acesso à
internet, porque não podia acompanhar o que estava
acontecendo, por ficar fora do mundo.
O
Papa Francisco afirmou que o mesmo pode acontecer-nos com a fé.
“Perguntei-lhe:
«E porquê?» Responde-me: «É simples, padre! Porque perco tudo o
que está a acontecer; fico fora do mundo, como que suspenso.
Então
saio a correr à procura de um carregador de baterias ou uma rede
wi-fi e da palavra-chave para voltar a ligar-me».
Aquela
resposta ensinou-me, fez-me pensar que nos pode acontecer o mesmo com
a fé.”
“Quando
ficamos sem esta «conexão» que é a que dá vida aos nossos
sonhos, o coração começa a perder força, a ficar também ele sem
bateria e – como diz a canção – «o rumor à nossa volta e a
solidão da cidade isolam-nos de tudo. O mundo que gira às avessas
procura submergir-me nele afogando as minhas ideias».
Já
vos aconteceu isto alguma vez? Cada um responda dentro de si…
Não
quero fazer corar de vergonha aqueles a quem não aconteceu!
A
mim sucedeu.”
“Com
um momento de silêncio, cada um de vós pode questionar-se,
seriamente, no seu próprio coração: «Que tenho eu para dar na
vida?».
E
muitos de vós têm vontade de dizer: «Não sei».
Não
sabes o que tens para dar?
Tens-lo
dentro e não o conheces. Procura encontrá-lo depressa, para o dar.
O
mundo precisa de ti, a terra precisa de ti, a sociedade precisa de
ti.
Tu
tens algo para dar.
Não
percas a ligação.”
O
Papa Francisco apontou aos jovens a regra de ouro de Santo Alberto
Hurtado, jesuíta chileno: “Que faria Cristo no meu lugar?”
E
a palavra-chave de Hurtado para ligar-se de novo, para manter o sinal
era muito simples…
Certamente
nenhum de vós trouxe o telemóvel!
Vejamos…
Gostaria que a registásseis nos vossos telemóveis.
Se
quiserdes, eu dito-vos. Hurtado questionava-se – e esta é a
palavra-chave –:
«Que
faria Cristo no meu lugar?»
Quem
puder, escreva-a.
«Que
faria Cristo no meu lugar?» Que faria Cristo no meu lugar na escola,
na universidade, pela estrada, em casa, com os amigos, no trabalho;
face àqueles que fazem bullying: «Que faria Cristo no meu lugar?».
Quando
saís para dançar, quando fazeis desporto ou ides ao estádio: «Que
faria Cristo no meu lugar?».
Esta
é a palavra-chave… Esta é a carga de bateria para acender o nosso
coração, acender a fé e a centelha nos nossos olhos.
Fazei
de modo que não desapareça!
Isto
é ser protagonistas da história.
Olhos
cintilantes, porque descobrimos que Jesus é fonte de vida e alegria.
Terminou
recordando a password.
Queridos
amigos, gostaria de ficar mais tempo.
Aqueles
que têm o telemóvel, peguem nele na mão: é um sinal, para não se
esquecerem da palavra-chave.
Qual
era a palavra-chave?
[respondem:
«Que faria Cristo no meu lugar?»]
E
assim vos ligais de novo e não ficais sem rede.
Gostaria
de ficar mais tempo.
Obrigado
por este encontro e pela vossa alegria.
Peço-vos,
por favor, que não vos esqueçais de rezar por mim.
Fontes:
Santa Sé; Noticias do Vaticano
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