Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 6 de janeiro de 2018

RECONSTRUIR O PACTO EDUCATIVO ENTRE PAIS E ESCOLA



Os desafios da educação foram tema do discurso do Papa Francisco aos membros da Associação Italiana de Professores Católicos
   
   
No encontro que teve ontem, dia 5 de Janeiro, com a associação, o Santo Padre abordou três temas: a cultura do encontro, a aliança entre escola e família e a educação ecológica.

O Papa pediu a promoção da cultura do encontro de forma mais extensa e incisiva, exortando os professores a estimularem nos alunos para a abertura ao outro como irmão e irmã.

Agradeceu o contributo que têm dado ao compromisso da Igreja em promover a cultura do encontro e encorajou-os a fazê-lo dado que as bases estabelecidas ao longo do ensino primário são decisivas; falou na cultura de competição nas escolas e no fenómeno do ‘bullying’.

Os professores cristãos, quer trabalhem em escolas católicas ou em escolas públicas, são chamados a estimular os alunos para a abertura ao outro como um rosto, como pessoa, como irmão e irmã, para conhecer e respeitar, com sua história, seus méritos e defeitos, riquezas e limites.
A aposta é cooperar para formar jovens abertos e interessados na realidade que os rodeia, capazes de cuidarem, de serem ternos - penso nos ‘bullies’ -, que estão livres do preconceito generalizado segundo o qual é necessário ser competitivo, agressivo, duro com os outros, especialmente para aqueles que são diferentes, estrangeiros, ou que de alguma forma são vistos como um obstáculo à sua própria afirmação.
Infelizmente esse é o "ar" que nossos filhos muitas vezes respiram e o remédio é garantir que eles possam respirar um ar diferente, mais saudável e mais humano.
Para isso, a aliança com os pais é muito importante.”


Quanto a essa aliança, a aliança educacional entre a escola e a família, o Papa disse estar convencido que é um pacto quebrado.

Está quebrado, mas devemos retomá-lo.
Todos sabemos que esta aliança está em crise e que, em alguns casos, está completamente quebrada.
Antigamente havia um fortalecimento recíproco entre os estímulos dados pelos professores e os dados pelos pais.
Hoje a situação mudou, mas não podemos ser nostálgicos.
Devemos olhar para as mudanças que afectaram a família e a escola e renovar o compromisso com uma colaboração construtiva - isto é, reconstruir a aliança e o pacto educacional - em benefício das crianças e dos jovens.

Devemos encorajar uma nova ‘cumplicidade’ - estou ciente do uso desta palavra - uma nova cumplicidade entre professores e pais.”


Quanto ao terceiro aspecto, a educação ecológica (ver Enc. ‘Laudato si ', 209-2015), não se trata apenas de dar algumas noções, mas de educar para um estilo de vida baseado numa atitude de protecção da casa comum.

Um estilo de vida que não seja esquizofrénico, que, por exemplo, cuida dos animais em extinção, mas ignora os problemas dos idosos; ou defenda a floresta amazónica, mas esqueça o direito dos trabalhadores a um salário justo; e assim por diante.
Isso é esquizofrenia.
A ecologia, para educar, deve ser integral.
Acima de tudo, a educação deve visar o sentido de responsabilidade: não transmitir slogans para outros implementarem, mas despertar o prazer de experimentar uma ética ecológica a partir de escolhas e gestos da vida quotidiana.”


Fontes: Santa Sé; Vatican News


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