O
Papa
Francisco
aos
jovens de Moçambique
O
Encontro Inter-religioso com os jovens no Pavilhão do Clube de
Desportos do Maxaquene foi o momento alto do segundo dia do Papa
Francisco em Moçambique.
Antes, tinha efectuado a visita de cortesia ao Presidente seguido de um
encontro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático.
Depois
do encontro com os jovens, almoçou na Nunciatura e encontrou-se com
os bispos, os sacerdotes, religiosos, consagrados, seminaristas,
catequistas e animadores pastorais na Catedral da Imaculada
Conceição.
Efectuou
ainda uma visita privada à Casa “Mateus 25”, instituição de
apoio aos pobres da rua.
No
encontro com a juventude de Moçambique, participaram mais de 4 mil
jovens cristãos, muçulmanos e hindus.
O
Papa iniciou o discurso enaltecendo a expressão tão autêntica da
alegria que caracteriza o povo de Moçambique.
É
uma “alegria que reconcilia e se torna o melhor antídoto capaz
de desmentir todos aqueles que querem dividir, fragmentar ou
contrapor. Como faz falta, em algumas regiões do mundo, a vossa alegria de
viver!”, sublinhou o Papa Francisco.
A
presença das diferentes confissões religiosas no local também foi
elogiada pelo Santo Padre, demonstrando a união familiar através do
“desafio da paz”, da esperança e da reconciliação.
Com
essa experiência, disse ele, é possível perceber que “todos
somos necessários: com as nossas diferenças, mas necessários”.
“Vocês,
jovens, caminham com dois pés como os adultos, mas, ao contrário
dos adultos que os mantêm paralelos, vocês colocam um atrás do
outro, pronto a arrancar, a partir.
Vocês
têm tanta força, são capazes de olhar com tanta esperança!
São
uma promessa de vida, que traz em si um certo grau de tenacidade (cf.
Francisco, Exort. ap. pós-sinodal Christus vivit, 139), que não
devem perder nem deixar que lhe roubem.”
O
Papa Francisco também alertou para ter cautela com “duas atitudes
que matam os sonhos e a esperança: a resignação e a ansiedade”.
“São
grandes inimigas da vida, porque normalmente impelem-nos por um
caminho fácil, mas de derrota; e a porta que pedem para passar é
muito cara…
O
pedágio [tributo
para passar a ponte] que pedem para passar é
muito caro!
É
muito caro.
Paga-se
com a própria felicidade e até com a própria vida.
Resignação
e ansiedade: duas atitudes que roubam a esperança.
Quantas
promessas de felicidade vazias que acabam por mutilar vidas!
Certamente
conhecem amigos, conhecidos – ou pode mesmo ter acontecido com
vocês – que, em momentos difíceis, dolorosos, quando parece que
tudo cai em cima de vocês, ficam prostrados na resignação.
É
preciso estar muito atento, porque essa atitude «faz com que
encaminhe pela estrada errada.
Quando
tudo parece estar parado e estagnante, quando os problemas pessoais
nos preocupam, as dificuldades sociais não encontram as devidas
respostas, não é bom dar-se por vencido» (Ibid., 141).”
E
para dar um exemplo de inspiração em pleno tempo do futebol, o Papa
recordou o jogador Eusébio da Silva - o atleta não se resignou
diante de graves dificuldades económicas da família e da morte
prematura do pai, o futebol ajudou-o a perseverar.
Outro
exemplo do desporto citado pelo Papa veio do testemunho de Maria
Mutola, que aprendeu a perseverar, apesar de perder a medalha de ouro
nos três primeiros Jogos Olímpicos que disputou.
O
tão sonhado título dourado veio na quarta tentativa, quando a
atleta dos 800 metros alcançou venceu nas Olimpíadas de Sidney.
“A
ansiedade não a deixou absorta em si mesma, ao conseguir nove
títulos mundiais.”
O
Papa aconselhou ainda a não esquecer o apoio dos idosos que podem
ajudar a realizar sonhos sem que “o primeiro vento da dificuldade”
venha a impedir.
Também
lembrou o comprometimento com o cuidado da Casa Comum.
O
Papa Francisco procurou encorajar os jovens a encontrar novos
caminhos de paz, liberdade, entusiasmo e criatividade, e “com o
gosto da solidariedade”, para responder às provações e problemas
vividos no país.
“Grande
é o poder da mão estendida e da amizade”, acrescentou o Papa,
para que “a solidariedade cresça entre vocês e se torne na melhor
arma para transformar a história. A solidariedade é a melhor arma
para transformar a história”.
O
Santo Padre terminou o discurso lembrando os jovens que não esqueçam
o quanto Jesus os ama:
“[É
o amor do Senhor que se entende mais de levantamentos que de quedas,
mais de reconciliação que de proibições, mais de dar nova
oportunidade que de condenar, mais de futuro que de passado» (Ibid.,
116).
Eu
sei que vocês acreditam nesse amor que torna possível a
reconciliação.]”
Papa
Francisco - Encontro Inter-religioso
Maputo,
5 de Setembro de 2019
Papa
aos jovens de Moçambique: continuem a ser testemunho de paz e
reconciliação ao país
Fonte:
Notícias do Vaticano
Sem comentários:
Enviar um comentário