Na
audiência de hoje o Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de
catequeses sobre os Actos dos Apóstolos
O
tema da 8ª catequese do Papa sobre os Actos dos Apóstolos foi
extraído do Capítulo 5, 39: “Cuidado para não se meterem contra
Deus! Os participantes do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel”.
“Diante
da proibição dos judeus de ensinar no nome de Cristo, Pedro e os
Apóstolos respondem com coragem que não podem obedecer aos que
desejam interromper a viagem do Evangelho no mundo.
Os
Doze mostram que possuem a “obediência da fé” que eles desejam
despertar em todos as pessoas.
A
partir de Pentecostes, eles deixam de ser pessoas sozinhas.
Vivem
uma sinergia especial que os descentraliza de si mesmos e os leva a
dizer: «nós e o Espírito Santo».
Sentem
que não podem dizer “eu” sozinho, mas “nós”, o «Espírito
Santo e nós»”, disse o Papa Francisco, acrescentando:
“Na
força desta aliança, os Apóstolos não se deixam intimidar por
ninguém.
Tinham
uma coragem impressionante.
Pensamos
que eram covardes: todos fugiram, fugiram quando Jesus foi detido
pela polícia. Todos.
Mas,
passaram de covardes a corajosos.
Por
quê? Porque o Espírito Santo estava com eles.
O
mesmo acontece connosco: se tivermos o Espírito Santo dentro nós,
teremos a coragem de seguir em frente, a coragem de vencer muitas
lutas, não por nós mesmos, mas pelo Espírito que está connosco.”
Os
Apóstolos “não recuam em sua marcha como testemunhas intrépidas
do Ressuscitado, como os mártires de todos os tempos, inclusive o
nosso".
“Os
mártires dão a vida, não escondem que são cristãos.
Pensemos
que há alguns anos atrás - hoje também existem muitos, mas
pensemos nos cristãos coptas ortodoxos, verdadeiros trabalhadores,
que foram todos degolados na praia da Líbia há quatro anos atrás.
A
última palavra que disseram foi “Jesus, Jesus”.
Eles
não venderam a fé, porque o Espírito Santo estava com eles.
São
os mártires de hoje.
Os
Apóstolos são os megafones do Espírito Santo, enviados por Jesus
ressuscitado a difundir com prontidão e sem hesitação a Palavra
que salva.
Esta
determinação deles faz tremer o sistema religioso judaico, que se
sente ameaçado e responde com violência e condenações à morte.
A
perseguição dos cristãos é sempre a mesma: as pessoas que não
querem o cristianismo sentem-se ameaçadas e levam os cristãos à
morte.”
“No
Sinédrio, eleva-se a voz de Gamaliel, um fariseu diferente que
escolhe conter a reacção dos demais, “um homem prudente, doutor
da lei estimado por todo o povo.
Na
escola de Gamaliel, São Paulo aprendeu a observar “a Lei de nossos
pais”, conforme ele diz no Capítulo 22 dos Actos dos Apóstolos.
Gamaliel
toma a palavra e convida os seus correligionários a exercer a arte
do discernimento, diante de situações que excedem os padrões
usuais.”
“Os
projectos humanos falham sempre; eles têm um tempo, como nós.
Pensem
em tantos projectos políticos, e como eles mudam de um lado para o
outro, em todos os países.
Pensem
nos grandes impérios, pensemos nas ditaduras do século passado.
Sentiam-se
poderosos, que podiam dominar o mundo.
Depois
todos desabaram.
Pensem
também nos impérios de hoje: desabarão, se Deus não estiver com
eles, porque a força que os homens têm em si não é duradoura.
Somente
a força de Deus permanece.
Pensemos
na história dos cristãos, incluindo a história da Igreja, com
tantos pecados, tantos escândalos, tantas coisas ruins nesses dois
milénios.
E
por que não desabou?
Porque
Deus está ali.
Nós
somos pecadores e muitas vezes escandalizamos.
Mas
Deus está connosco.
Deus
sempre salva.
A
força é “Deus connosco”.”
Resumo
da catequese do Papa Francisco:
A
partir do Pentecostes, os Doze deixam de ser pessoas sozinhas; vivem
uma sinergia especial que os descentraliza de si mesmos e os leva a
dizer: «o Espírito Santo e nós».
Na
força desta aliança, os Apóstolos não se deixam assustar por
ninguém; são os megafones do Espírito Santo, enviados por Jesus
ressuscitado a difundir por toda a parte a Palavra que salva.
Esta
determinação deles faz tremer o sistema religioso judaico, que se
sente ameaçado e pensa responder com a violência e condenações à
morte.
Mas,
no Sinédrio, levanta-se Gamaliel, um doutor da lei estimado por todo
o povo, e convida os seus correligionários a exercitar a arte do
discernimento, verificando se a nova religião é obra de Deus ou dos
homens.
Dotado
de sabedoria profética, convida os outros a não cederem à tentação
das pressas, mas aprenderem a esperar o desenvolvimento dos processos
no tempo.
De
facto, Deus fala e manifesta-se também através do tempo, conferindo
a cada ente a sua solidez: o que vem de Deus dura para sempre, e o
homem não poderá destrui-lo.
O
discernimento proposto por Gamaliel é uma arte preciosa também para
nós, comunidade eclesial do terceiro milénio, porque nos convida a
cultivar um olhar contemplativo sobre os acontecimentos, a não fazer
juízos precipitados e a pensar que um verdadeiro crente dá fruto a
seu tempo.
No
final da audiência, no período dedicado às saudações aos
peregrinos, o Papa Francisco teve presente o Dia Mundial da Pessoa
com Doença de Alzheimer que se assinala no dia 21 de Setembro.
“O
próximo dia 21 de Setembro é o Dia Mundial da Pessoa com Doença de
Alzheimer, uma doença que afecta muitos homens e mulheres que,
devido a essa doença, são frequentemente vítimas de violência,
maus-tratos e abusos que atropelam sua dignidade.
Oramos
pela conversão dos corações e pelas pessoas afectadas pela doença
de Alzheimer, pelas suas famílias e por aqueles que cuidam delas com
amor.
Associo
também a oração pelos que são afectados de patologias tumorais,
para que também eles sejam cada vez mais apoiados, tanto na
prevenção quanto no tratamento dessa doença.”
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
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