O
Papa Francisco dedicou a décima sexta catequese sobre os Actos dos
Apóstolos ao casal Áquila e Priscila
Na
semana passada, o Papa falou da chegada de Paulo a Atenas.
Hoje,
comentou a continuação da viagem.
Ao
deixar o coração da Grécia, o Apóstolo dirige-se a Corinto, onde
ali encontra hospitalidade na casa de Áquila e Priscila, que, por
serem judeus, foram obrigados a abandonar Roma por ordem do imperador
Cláudio.
O
Papa fez um parêntese para recordar que povo judeu sempre sofreu na
história com expulsões e perseguições.
“No
século passado vimos tantas brutalidades que foram cometidas contra
o povo judeu.
E
todos estávamos convencidos de que isso tinha acabado.
Mas
hoje começa a renascer, aqui e ali, o hábito de perseguir os
judeus.
Irmãos
e irmãs, isso não é humano nem cristão.
Os
judeus são nossos irmãos e não devem ser perseguidos.”
Retomando
a catequese, o Papa afirmou que o gesto do acolhimento do casal leva
a “descentralizar de si para praticarem a arte cristã da
hospitalidade e abrir as portas de sua casa para acolher o Apóstolo
Paulo”.
Deste
modo, eles acolhem não só o evangelizador, mas também o anúncio
que ele leva consigo: o Evangelho de Cristo.
Com
o casal, Paulo compartilha também a actividade profissional, isto é,
a construção de tendas.
De
facto, Áquila e Priscila abrem as portas também para os irmãos e
irmãs em Cristo, formando uma comunidade, uma “domus ecclesiae”
para a escuta da Palavra de Deus e a celebração eucarística.
“Também
hoje em alguns países onde não existe liberdade religiosa, os
cristãos reúnem-se numa casa, um pouco escondidos, para rezar e
celebrar a Eucaristia.”
O
Papa citou uma expressão de Bento XVI (Catequese
de
7 de Fevereiro
de 2007) que afirma: os leigos dão o húmus para o crescimento
da fé.
“Devemos
rezar a estes dois santos para que nos ensinem a ser como eles, uma
igreja doméstica, onde haja o húmus para que cresça a fé.”
Resumo
da catequese do Santo Padre:
Na
viagem da Boa Nova de Jesus Cristo pelo mundo, Paulo demorou-se ano e
meio na cidade de Corinto, capital da província romana da Acaia.
Lá
encontra hospedagem na casa de Áquila e sua esposa Priscila.
Este
casal demonstra ter um coração cheio de fé em Deus e generoso para
com os outros, abrindo as portas da sua casa não só ao Apóstolo
evangelizador, mas também aos irmãos e irmãs em Cristo.
De
facto, mais tarde quando Paulo escreve aos Coríntios, fala da
«comunidade que se reúne na casa» deles (1 Cor 16, 19).
E
o mesmo confirma a Carta aos Romanos, onde Paulo faz este elogio
enorme dos dois esposos: «Saudai Priscila e Áquila, meus
colaboradores em Cristo Jesus, pessoas que, pela minha vida,
expuseram a sua cabeça. Não sou apenas eu a estar-lhes agradecido,
mas todas as igrejas dos gentios. Saudai também a igreja que se
reúne em casa deles» (Rm 16, 3-5).
A
sua casa tornara-se domus Ecclesiae, a casa da Igreja, a
igreja doméstica, um local de escuta da Palavra de Deus e celebração
da Eucaristia.
Graças
à fé e ao empenho evangelizador de tantos leigos como eles é que o
cristianismo chegou até nós.
Peçamos
ao Pai do Céu que derrame o seu Espírito sobre todos os casais
cristãos, para que saibam, a exemplo de Áquila e Priscila, abrir as
portas dos seus corações a Cristo e aos irmãos e transformar as
suas casas em igrejas domésticas, onde se viva a comunhão e ofereça
o culto duma existência cristã vivida na fé, esperança e
caridade.
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
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