Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 5 de março de 2025

COMO MARIA E JOSÉ, SIGAMOS OS PASSOS DO SENHOR

 



O texto da catequese de hoje

disponibilizado pelo Papa Francisco

   


A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou o boletim vespertino desta Quarta-feira com actualizações sobre o estado de saúde do Santo Padre: não houve novas crises; continua com oxigeno-terapia de alto fluxo durante o dia e ventilação mecânica à noite. Retomou algumas actividades de trabalho e passou o dia na poltrona. Intensificou a fisioterapia respiratória e a fisioterapia motora activa.


Na catequese desta Quarta-feira, o Papa Francisco reflecte sobre o reencontro de Jesus no Templo e o significado profundo da sua resposta a Maria e José. O Santo Padre destaca que, muitas vezes, procuramos Deus de acordo com as nossas próprias expectativas, sem perceber que Ele se revela de maneiras inesperadas. A fé, segundo o Papa, exige confiança e desprendimento, assim como Maria precisou aprender ao longo de sua vida como a primeira discípula de Cristo.


CATEQUESE DO SANTO PADRE

PREPARADA PARA A AUDIÊNCIA GERAL DE 5 DE MARÇO DE 2025

Quarta-feira, 5 de Março de 2025

Ciclo – Jubileu 2025. Jesus Cristo Nossa Esperança.

I. A infância de Jesus.

8. "Meu filho, por que nos fizeste isto?" (Lc 2,49). O encontro de Jesus no Templo

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Nesta última catequese dedicada à infância de Jesus, inspiremo-nos no episódio em que, aos doze anos, Ele permaneceu no Templo sem avisar os pais, que o procuraram ansiosamente e o encontraram depois de três dias. Esta narração apresenta-nos um diálogo muito interessante entre Maria e Jesus, que nos ajuda a reflectir sobre o caminho da mãe de Jesus, um percurso que certamente não foi fácil. Com efeito, Maria percorreu um itinerário espiritual ao longo do qual progrediu na compreensão do mistério do seu Filho.

Repensemos nas várias etapas deste percurso. No início da sua gravidez, Maria visita Isabel e permanece com ela durante três meses, até ao nascimento do pequeno João. Depois, quando já está no nono mês, por causa do recenseamento, vai com José a Belém, onde dá à luz Jesus. Após quarenta dias, vão a Jerusalém para a apresentação do menino; e depois, todos os anos, regressam em peregrinação ao Templo. Mas com Jesus ainda pequenino, refugiaram-se durante muito tempo no Egipto para o proteger de Herodes e só após a morte do rei voltaram a estabelecer-se em Nazaré. Quando Jesus, já adulto, inicia o seu ministério, Maria está presente e é protagonista nas bodas de Caná; sucessivamente, segue-o “à distância”, até à última viagem a Jerusalém, até à paixão e morte. Depois da Ressurreição, Maria permanece em Jerusalém como Mãe dos discípulos, sustentando a sua fé à espera da efusão do Espírito Santo.

Ao longo de todo este caminho, a Virgem é peregrina de esperança, no sentido forte que se torna “filha do seu Filho”, sua primeira discípula. Maria trouxe ao mundo Jesus, Esperança da humanidade: alimentou-o, fê-lo crescer, seguiu-o, deixando-se plasmar primeiro pela Palavra de Deus. Nela - como disse Bento XVI - Maria «sente-se verdadeiramente em casa, dela sai e a ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus [...] fica assim patente que os seus pensamentos estão em sintonia com os de Deus, que a sua vontade está unida à de Deus. Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-se mãe da Palavra encarnada» (Encíclica Deus caritas est, 41). No entanto, esta comunhão singular com a Palavra de Deus não a poupa ao esforço de uma “aprendizagem” exigente.

A experiência da perda de Jesus aos doze anos, durante a peregrinação anual a Jerusalém, assusta Maria a tal ponto que se faz porta-voz até de José, repreendendo o filho: «Meu filho, por que nos fizeste isto? Eis que o teu pai e eu te procurávamos, cheios de aflição» (Lc 2, 48). Maria e José sentiram a dor dos pais que perdem um filho: ambos acreditavam que Jesus estava na caravana dos parentes, mas não o tendo visto durante um dia inteiro, começam a busca que os levará a fazer a viagem de regresso. Quando voltam ao Templo, descobrem que Aquele que aos seus olhos, até há pouco tempo, era um menino a proteger, cresceu como que repentinamente e já era capaz de participar em debates sobre as Escrituras e de enfrentar os mestres da Lei.

À repreensão da mãe, Jesus responde com uma simplicidade desarmante: «Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?» (Lc 2, 49). Maria e José não compreendem: o mistério do Deus que se fez menino supera a sua inteligência. Os pais querem proteger aquele filho preciosíssimo sob as asas do seu amor; Jesus, pelo contrário, quer viver a sua vocação de Filho do Pai que está ao seu serviço e vive mergulhado na sua Palavra.

Assim, as Narrações da Infância de Lucas encerram-se com as últimas palavras de Maria, que recordam a paternidade de José em relação a Jesus, e com as primeiras palavras de Jesus, que reconhecem como esta paternidade tem origem na do seu Pai celeste, de quem reconhece o primado inquestionável.

Prezados irmãos e irmãs, como Maria e José, cheios de esperança, sigamos também nós os passos do Senhor, que não se deixa limitar pelos nossos esquemas, fazendo-se encontrar não tanto num lugar, mas na resposta de amor à terna paternidade divina, resposta de amor que é a vida filial.


Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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