O
Cónego Luís Manuel Pereira da Silva apresenta principais momentos
do Tríduo Pascal
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Três dias de celebração na maior festa cristã
A
Igreja Católica começa hoje a celebrar os dias mais importantes do
seu calendário litúrgico, que assinalam os momentos da morte e
ressurreição de Jesus, culminando na Páscoa.
Um
conjunto de celebrações que se desenrolam no chamado Tríduo
Pascal, que remontam ao início do Cristianismo, seguindo as
indicações deixadas pelos Evangelhos sobre estes acontecimentos.
Nos
primeiros séculos, as Igrejas do Oriente celebravam a Páscoa como
os judeus, no dia 14 do mês de Nisan, ao passo que as do Ocidente a
celebravam sempre ao domingo.
O
Concílio de Niceia, no ano 325, apresentou prescrições sobre o
prazo dentro do qual se pode celebrar a Páscoa, conforme os cálculos
astronómicos (primeiro domingo depois da lua cheia que se segue ao
equinócio da primavera): de 22 de Março a 25 de Abril.
O
cónego Luís Manuel Pereira da Silva, pároco da Sé patriarcal de
Lisboa e docente da Faculdade de Teologia da Universidade Católica
Portuguesa, recorda que “a Páscoa é a festa central dos cristãos,
sempre o foi” e já no século II há notícia da sua celebração
anual.
A
Missa vespertina da Ceia do Senhor, na quinta-feira, assinala o
início do Tríduo, com um carácter festivo.
Para
o especialista em Liturgia, há “três ideias fundamentais” nesta
celebração: “a instituição da Eucaristia”, com um “sentido
novo” para a Páscoa, dado por Jesus; “a instituição do
sacerdócio”; e o “gesto do lava-pés”.
No
final da celebração, o Santíssimo Sacramento (hóstia consagrada
que os católicos acreditam ser o próprio Jesus Cristo) é
trasladado para um outro local, desnudando-se então os altares.
O
docente da Faculdade de Teologia da UCP, mestre das cerimónias
patriarcais, refere que o dia seguinte, Sexta-feira Santa, está
centrado “na contemplação da Cruz”, como o sinal da morte de
Cristo e de “um amor que vai para lá da própria morte”.
“O
verdadeiro sacrifício é o dom da entrega”, precisa o cónego Luís
Manuel Pereira da Silva.
Este
é um dia alitúrgico, pelo que não há Missa; a principal
celebração é, fundamentalmente, uma ampla Liturgia da palavra, que
culmina com a adoração da Cruz e a comunhão eucarística.
Esta
é a “tradição mais antiga da Igreja” e mesmo a distribuição
da comunhão foi estabelecida pelo Papa Pio XII, em 1955.
O
Sábado Santo também é um dia alitúrgico, isto é, sem celebração
da Eucaristia ou de outros sacramentos, marcado pelo “silêncio”.
“O
silêncio do Sábado Santo não é o de um túmulo, que não tem mais
nada a dizer”, precisa o cónego Luís Manuel Pereira da Silva.
A
este silêncio segue-se a Vigília Pascal, “a maior e a mais
importante das celebrações da Igreja”, refere o especialista, uma
cerimónia que integra já o calendário da Páscoa.
Uma
celebração que é composta por “quatro liturgias”: a da Luz, em
sinal de alegria, com a bênção do lume novo e o Círio; a da
Palavra, que compreende nove leituras, sete do Antigo Testamento e
duas do Novo Testamento, com o canto do Glória e do Aleluia; a
Baptismal e a Eucarística.
Fonte:
Agência Ecclesia
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