Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

PARTICIPAR NA MISSA É ENTRAR NA VITÓRIA DO RESSUSCITADO





Na catequese geral desta Quarta-feira o Papa continuou a falar do significado da Eucaristia
   
   
E voltou a recordar que a Missa não é um espectáculo, um momento para conversas e fotografias, mas o memorial da paixão, morte e ressurreição de Cristo e que exige, portanto, uma justa atitude.

Depois de ter explicado a semana passada que a Missa é a oração por excelência, hoje o Papa Francisco disse que a Missa é essencialmente o “memorial do Mistério pascal de Cristo”.
Através da Missa tornamo-nos partícipes da sua vitória sobre o pecado e a morte.
A Missa dá, portanto, significado pleno à nossa vida.
No seu significado bíblico, memorial – explicou o Papa – não é apenas a recordação de um acontecimento passado, mas torna presente e actual aquilo que se passou há 20 séculos.
Assim, ao celebrar a Eucaristia reavivamos a ressurreição de Cristo, e isto leva-nos ao ponto mais alto da acção salvífica de Deus.

Cada celebração da Eucaristia é um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado.
Participar na Missa, em particular aos domingos, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser iluminados pela sua luz, abrasados pelo seu calor.
Através da celebração eucarística o Espírito Santo torna-nos partícipes da vida divina que é capaz de transfigurar todo o nosso ser mortal.
E na sua passagem da morte para a vida, do tempo para a eternidade, o Senhor Jesus arrasta-nos com Ele para fazer a Páscoa.
Na Missa faz-se a Pascoa.
Nós, na Missa, estamos com Jesus, morto e ressuscitado e Ele arrasta-nos em frente, para a vida eterna.

Na Missa unimo-nos a Ele.”




PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 22 de Novembro de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Prosseguindo as Catequeses sobre a Missa, podemos questionar-nos: o que é essencialmente a Missa?
A Missa é o memorial do Mistério pascal de Cristo.
Ela torna-nos partícipes da sua vitória sobre o pecado e a morte, e confere pleno significado à nossa vida.

Por esta razão, a fim de compreender o valor da Missa devemos então entender em primeiro lugar o significado bíblico do “memorial”.
Ele «não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas... tornam-se de certo modo presentes e actuais. É assim que Israel entende a sua libertação do Egipto: sempre que se celebrar a Páscoa, os acontecimentos do Êxodo tornam-se presentes à memória dos crentes, para que conformem com eles a sua vida» (Catecismo da Igreja Católica, 1363).
Jesus Cristo, com a sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao céu levou a cumprimento a Páscoa.
E a Missa é o memorial da sua Páscoa, do seu “êxodo”, que cumpriu por nós, para nos fazer sair da escravidão e nos introduzir na terra prometida da vida eterna.
Não é somente uma lembrança, não, é mais do que isso: significa evocar o que aconteceu há vinte séculos.

A Eucaristia leva-nos sempre ao ápice da acção de salvação de Deus: o Senhor Jesus, tornando-se pão partido para nós, derrama sobre nós toda a sua misericórdia e o seu amor, como fez na cruz, de modo a renovar o nosso coração, a nossa existência e a nossa forma de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos.
O Concílio Vaticano II afirma: «Sempre que no altar se celebra o sacrifício da cruz, na qual Cristo, nossa Páscoa, foi imolado, realiza-se também a obra da nossa redenção» (Cost. dogm. Lumen gentium, 3).

Cada celebração da Eucaristia é um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado.
Participar na Missa, em particular aos domingos, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser iluminados pela sua luz, abrasados pelo seu calor.
Através da celebração eucarística o Espírito Santo torna-nos partícipes da vida divina que é capaz de transfigurar todo o nosso ser mortal.
E na sua passagem da morte para a vida, do tempo para a eternidade, o Senhor Jesus arrasta-nos com Ele para fazer a Páscoa.
Na Missa faz-se a Pascoa.
Nós, na Missa, estamos com Jesus, morto e ressuscitado e Ele arrasta-nos em frente, para a vida eterna.
Na Missa unimo-nos a Ele.
Aliás, Cristo vive em nós e nós vivemos n’Ele: «Estou crucificado com Cristo — diz Paulo — , já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim» (Gl 2, 19-20).
Paulo pensava desta forma.

Com efeito, o seu sangue liberta-nos da morte e do medo da morte.
Liberta-nos não só do domínio da morte física, mas da morte espiritual que é o mal, o pecado, que se apodera de nós todas as vezes que somos vítimas do pecado nosso e alheio.
E então a nossa vida é contaminada, perde beleza, perde significado, desflorece.

Ao contrário, Cristo restitui-nos a vida; Cristo é a plenitude da vida, e quando enfrentou a morte aniquilou-a para sempre: «ressuscitando dos mortos, venceu a morte e renovou vida», confessa a Igreja celebrando a Eucaristia (Oração eucarística IV).
A Páscoa de Cristo é a vitória definitiva sobre a morte, porque Ele transformou a sua morte em acto supremo de amor.
Morreu por amor!
E na Eucaristia, Ele quer comunicar-nos este seu amor pascal, vitorioso.
Se o recebermos com fé, também nós podemos amar verdadeiramente a Deus e ao próximo, podemos amar como Ele nos amou, oferecendo a vida.

Se o amor de Cristo estiver em mim, posso doar-me plenamente ao outro, na certeza interior que mesmo se o outro me ferir eu não morrerei; caso contrário, teria que me defender.
Os mártires ofereceram a própria vida devido a esta certeza da vitória de Cristo sobre a morte.
Só se experimentarmos este poder de Cristo, o poder do seu amor, seremos realmente livres de nos doarmos sem medo.
É este o significado da Missa: entrar nesta paixão, morte, ressurreição, ascensão de Jesus; quando vamos à Missa é como se fôssemos ao calvário, a mesma coisa.
Mas pensai: no momento da Missa vamos ao calvário — usemos a imaginação — e sabemos que aquele homem ali é Jesus.
Mas, será que nos permitiríamos conversar, tirar fotografias, dar um pouco de espectáculo?
Não! Porque é Jesus!
Certamente estaríamos em silêncio, no pranto e também na alegria de sermos salvos.
Quando entramos na Igreja para celebrar a Missa pensemos nisto: entro no calvário, onde Jesus oferece a sua vida por mim.
E assim desaparece o espectáculo, desaparecem as tagarelices, os comentários e estas coisas que nos afastam de algo tão bonito que é a Missa, o triunfo de Jesus.

Penso que agora é mais claro que a Páscoa se torna presente e activa todas as vezes que celebramos a Missa, ou seja, o sentido do memorial.
A participação na Eucaristia faz-nos entrar no mistério pascal de Cristo, concedendo-nos a oportunidade de passar com Ele da morte para a vida, ou seja, no calvário.
A Missa significa repercorrer o calvário, não é um espectáculo.


Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano


Sem comentários:

Enviar um comentário