As
agências da ONU alertam que a minoria muçulmana Rohingya
protagoniza hoje a crise de refugiados que mais cresce em todo mundo
Segundo
estimativas do final de Setembro deste ano, são já pelo menos meio
milhão de civis que fogem de suas casas no estado de Rakhine, no
norte de Mianmar (antiga Birmânia), em busca por protecção no
Bangladesh.
O
grupo é vítima de perseguições e de graves violações de
direitos humanos, que as Nações Unidas descrevem como uma “limpeza
étnica”.
Para
o secretário-geral da ONU, António Guterres, esta crise humanitária
não só fornece um “terreno fértil” para a radicalização, mas
também coloca pessoas já em situação de vulnerabilidade –
incluindo crianças pequenas – em grave risco.
Pediu
“acção rápida” para evitar mais instabilidade e encontrar uma
solução duradoura.
Segundo
a ACNUR
– Agência da ONU para Refugiados,
em comunicado do passado dia 24 de Novembro, durante os últimos
dias, mais de 30 barcos improvisados chegaram a Bangladesh levando
mais de 1.000 pessoas.
Sem
recursos para custear um transporte seguro para cruzar o rio Naf, que
faz fronteira com Bangladesh, os refugiados constroem jangadas com
qualquer material que podem encontrar, como varas de bambu e
garrafões de água amarrados com cordas e cobertos com plástico.
Numa
conferência de imprensa no Palácio das Nações, William Spindler,
porta-voz do ACNUR, afirmou:
“Sabe-se
que mais de duzentos refugiados Rohingya
se afogaram em naufrágios e incidentes em barcos desde o início da
crise em 25 de Agosto.
Os
recém-chegados disseram-nos que tinham esperado durante mais de um
mês na costa de Mianmar, sob condições desesperadas.
Dizem
que a comida e a água estão a acabar.”
Agência
da ONU volta a pedir fim da violência contra minoria muçulmana em
Mianmar
Em
perigosa travessia marítima, povo Rohingya foge de Mianmar
Mianmar ou Birmânia, independente do Reino Unido em 1948, tem uma população de 55 milhões de habitantes e faz fronteira com o Bangladesh, Índia, República Popular da China, Laos e Tailândia.
A
comunidade católica constitui uma minoria, cerca de 700 mil, dentro
da maioria budista.
Os
Rohingya, minoria étnica muçulmana, não têm direito à cidadania
e à utilização do termo com o qual se identificam.
As
autoridades consideram os Rohingya como “imigrantes ilegais
bengalis”, recusando assim conceder-lhes direitos básicos.
Aung San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz em 1991 - atribuído face à luta que travou contra o regime militar que então governava Mianmar, encontrava-se na altura da atribuição do prémio em prisão domiciliária.
Actualmente
é Conselheira de Estado do Governo de Mianmar e tem tem vindo a
ser objecto de contestação a nível internacional face à opressão
da minoria Rohingya.
Mianmar:
Campo de refugiados
88
famílias vivem em Jan mai Kong, no estado de Kachin
A
ex-capital de Mianmar, tem cerca de 5 milhões de habitantes e os
problemas inerentes a todos grandes centros urbanos
Fontes:
Centro
Televisivo do Vaticano; ONU;
ACNUR
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