Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 1 de março de 2018

O PÃO E O VINHO, A GRANDE OFERTA PARA A MISSA

Nesta Quarta-feira, o Papa Francisco prosseguiu o ciclo de catequeses sobre a Celebração Eucarística
Falou sobre a primeira parte da Liturgia Eucarística - a apresentação dos dons
   
   
Ao receber os dons, o celebrante coloca-os no altar, que representa “o centro da missa”.

Por conseguinte, no «fruto da terra e do trabalho do homem» oferece-se o compromisso dos fiéis a fazer de si mesmos, obedientes à Palavra divina, um «sacrifício agradável a Deus Pai Todo-Poderoso», «pelo bem de toda a sua santa Igreja».”

Sem dúvida, a nossa oferta é pouca coisa, mas Cristo tem necessidade deste pouco.
O Senhor pede-nos pouco e dá-nos muito.
Pede-nos pouco.
Na vida diária, pede-nos a boa vontade; pede-nos um coração aberto; pede-nos a vontade de ser melhores, para receber Aquele que se oferece a si mesmo a nós na Eucaristia”







PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Sala Paulo VI
Quarta-feira, 28 de Fevereiro de 2018

Bom dia, queridos irmãos e irmãs!

Continuemos as catequeses sobre a Santa Missa.
À Liturgia da Palavra — sobre a qual meditei nas catequeses passadas — segue-se a outra parte constitutiva da Missa, que é a Liturgia eucarística.
Nela, através dos sinais sagrados, a Igreja torna continuamente presente o Sacrifício da nova aliança, selada por Jesus no altar da Cruz (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. Sacrosanctum concilium, 47).
O primeiro altar cristão foi o da Cruz, e quando nos aproximamos do altar para celebrar a Missa, a nossa memória vai ao altar da Cruz, onde se realizou o primeiro sacrifício.
O sacerdote, que na Missa representa Cristo, cumpre aquilo que o próprio Senhor fez e confiou aos discípulos na última Ceia: tomou o pão e o cálice, deu graças e distribuiu-os aos discípulos, dizendo: «Tomai e comei... bebei: isto é o meu Corpo... isto é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de mim!».

Obediente ao mandato de Jesus, a Igreja dispôs a Liturgia eucarística em momentos que correspondem às palavras e aos gestos realizados por Ele na vigília da sua Paixão.
Assim, na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho, ou seja, os elementos que Cristo tomou nas suas mãos.
Na Prece eucarística damos graças a Deus pela obra da redenção, e as ofertas tornam-se o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.
Seguem-se a fracção do Pão e a Comunhão, mediante a qual revivemos a experiência dos Apóstolos que receberam os dons eucarísticos das mãos do próprio Cristo (cf. Ordenamento Geral do Missal Romano, 72).

Portanto, ao primeiro gesto de Jesus: «Tomou o pão e o cálice do vinho», corresponde a preparação dos dons.
É a primeira parte da Liturgia eucarística.
É bom que o pão e o vinho sejam apresentados ao sacerdote pelos fiéis, porque eles significam a oferta espiritual da Igreja ali congregada para a Eucaristia.
É bom que precisamente os fiéis levem o pão e o vinho ao altar.
Não obstante hoje «os fiéis já não levem, como outrora, o próprio pão e vinho, destinados à Liturgia, todavia o rito da apresentação destes dons conserva o seu valor e significado espiritual» (ibid., n. 73).
E a este propósito, é significativo que, ao ordenar um novo presbítero, o Bispo, quando lhe entrega o pão e o vinho, diz: «Recebe as ofertas do povo santo para o sacrifício eucarístico» (Pontifical Romano — Ordenação dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos).
O povo de Deus que leva a oferta, o pão e o vinho, a grande oferta para a Missa!
Portanto, nos sinais do pão e do vinho, o povo fiel põe a própria oferta nas mãos do sacerdote, que a coloca no altar, ou mesa do Senhor, «que é o centro de toda a Liturgia eucarística» (OGMR, n. 73).
Ou seja, o centro da Missa é o altar, e o altar é Cristo; é necessário olhar sempre para o altar, que constitui o cerne da Missa.
Por conseguinte, no «fruto da terra e do trabalho do homem» oferece-se o compromisso dos fiéis a fazer de si mesmos, obedientes à Palavra divina, um «sacrifício agradável a Deus Pai Todo-Poderoso», «pelo bem de toda a sua santa Igreja».
Deste modo, «a vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração e o seu trabalho unem-se aos de Cristo e à sua oblação total, adquirindo assim um novo valor» (Catecismo da Igreja Católica, 1.368).

Sem dúvida, a nossa oferta é pouca coisa, mas Cristo tem necessidade deste pouco.
O Senhor pede-nos pouco e dá-nos muito.
Pede-nos pouco.
Na vida diária, pede-nos a boa vontade; pede-nos um coração aberto; pede-nos a vontade de ser melhores, para receber Aquele que se oferece a si mesmo a nós na Eucaristia; pede-nos estas oblações simbólicas que depois se tornarão o seu Corpo e o seu Sangue.
Uma imagem deste movimento oblativo de oração é representada pelo incenso que, consumido no fogo, liberta uma fumaça perfumada que se eleva: incensar as ofertas, como se faz nos dias santos, incensar a cruz, o altar, o presbítero e o povo sacerdotal manifesta visivelmente o vínculo ofertorial que une todas estas realidades ao sacrifício de Cristo (cf. OGMR, n. 75).
E não vos esqueçais: há o altar, que é Cristo, mas sempre em referência ao primeiro altar, que é a Cruz; e ao altar, que é Cristo, levamos o pouco dos nossos dons, o pão e o vinho, que depois se tornarão muito: o próprio Jesus que se oferece a nós!

É tudo isto que exprime também a oração do ofertório.
Nela, o sacerdote pede a Deus que aceite os dons que a Igreja lhe oferece, invocando o fruto do admirável intercâmbio entre a nossa pobreza e a sua riqueza.
No pão e no vinho apresentamos-lhe a oblação da nossa vida, a fim de que seja transformada pelo Espírito Santo no sacrifício de Cristo, tornando-se com Ele uma única oferenda espiritual agradável ao Pai.
Enquanto concluímos assim a preparação dos dons, dispomo-nos para a Prece eucarística (cf. ibid., n. 77).

A espiritualidade da doação de si, que este momento da Missa nos ensina, possa iluminar os nossos dias, os relacionamentos com os outros, aquilo que levamos a cabo e os sofrimentos que encontramos, ajudando-nos a construir a cidade terrena à luz do Evangelho.



Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano; L’Osservatore Romano


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