Celebra-se
em toda a Igreja no próximo dia 2 de Fevereiro, festa da
Apresentação do Senhor
Em
Portugal e desde 2007, os nossos Bispos decidiram instituir a Semana
do Consagrado, de 26 de Janeiro a 2 de Fevereiro, ampliando assim
esta intenção ao longo de vários dias.
No
dia 1 de Fevereiro realizam-se Vigílias de Oração em Paços
de Ferreira, Lousada, Santa Maria da Feira e Porto – esta, às 21H00, na Igreja
de Nossa Senhora de Fátima, Jesuítas (seguida de convívio).
No
Sábado, dia 2 de Fevereiro, às 19H00, tem lugar na Catedral do
Porto a Celebração do Dia do Consagrado presidida pelo nosso
Bispo D. Manuel.
A
propósito do sentido do Dia ou da Semana da Vida Consagrada,
recordam-se os três objectivos que São João Paulo II nos deixou em
1997, primeiro ano da sua celebração.
Em
primeiro lugar, «responder à íntima necessidade de louvar o
Senhor e agradecer-Lhe o grande dom da vida consagrada, que enriquece
e alegra a Comunidade cristã com a multiplicidade dos seus carismas
e com os frutos de edificação de tantas existências, totalmente
doadas à causa do Reino».
Trata-se
de um singular dom do Espírito que continua a animar e sustentar a
Igreja na sua exigente caminhada no mundo, que só pode ser de
presença efectiva entre os homens e as mulheres do nosso tempo.
Em
segundo lugar, «promover o conhecimento e a estima pela vida
consagrada, por parte de todo o povo de Deus».
Esta
forma de vida está ao serviço da consagração baptismal de todos
os fiéis e deve ser mais conhecida por todos os membros do povo de
Deus.
Finalmente,
convida de modo mais explícito as pessoas consagradas a «celebrar
em conjunto e solenemente as maravilhas que o Senhor realizou nelas,
para descobrir, com um olhar de fé mais lúcido, os raios da divina
beleza difundidos pelo Espírito no seu género de vida, e tomar
consciência mais viva da sua insubstituível missão na Igreja e no
mundo».
Mensagem
de D. António Augusto Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal das
Vocações e Ministérios, para esta Semana do Consagrado:
SEMANA
DO CONSAGRADO – 2019
MENSAGEM
DO PRESIDENTE DA CEVM
Na
Semana do Consagrado de 2019 ecoa uma palavra do recente Sínodo dos
Bispos sobre Os jovens, a fé e o discernimento vocacional: «O dom
da vida consagrada, na sua forma, quer contemplativa quer activa, que
o Espírito Santo suscita na Igreja, tem um particular valor
profético porquanto é testemunho alegre da gratuitidade do amor.
Quando
as comunidades e as novas fundações vivem autenticamente a
fraternidade, elas tornam-se escolas de comunhão, centros de oração
e contemplação, lugares de testemunho, de diálogo intercultural e
intergeracional e espaços para a evangelização e a caridade».
Este
nº 88 do Documento Final do Sínodo conclui reconhecendo que «a
Igreja e o mundo não podem passar sem este dom vocacional, que
constitui um grande recurso para o nosso tempo».
A
vida consagrada é um recurso valioso, um tesouro, que urge
redescobrir, revalorizar e renovar.
Uma
das suas facetas mais belas e significativas é a sua expressão
comunitária.
O
desejo manifestado pelos jovens na preparação do Sínodo e o seu
forte apelo para que as comunidades cristãs sejam mais autênticas e
fraternas dirige-se não só às paróquias, mas a todo o tipo de
comunidade cristã, das comunidades de vida religiosa às novas
comunidades, grupos e movimentos.
Só
em comunidades verdadeiramente fraternas, acolhedoras, alegres,
orantes, brilham aquela frescura e novidade evangélicas capazes de
atrair as novas gerações.
A
insistência na dimensão comunitária é pertinente por razões
culturais, contrariando o ar deste tempo que sopra um excessivo
individualismo, auto-suficiente e auto-referencial, mas é necessária
sobretudo por razões teológicas, sublinhando que a lógica
comunitária é intrínseca a toda a vida cristã e particularmente à
vida consagrada.
A
vivência comunitária é antes de mais caminho de mútua
santificação. Fazer parte de uma comunidade religiosa, caminhar com
os irmãos e irmãs na mesma fé, rezar e celebrar juntos a
Eucaristia constituem meios preciosos para ajudar cada um e cada uma
a crescer em santidade.
Na
partilha do quotidiano, no cuidado permanente de uns pelos outros,
com humildade, paciência e caridade esse processo de santificação
se confirma e evolui.
A
comunidade é santa e promove a santificação dos seus membros na
medida em que é lugar onde se experimenta a presença do
Ressuscitado.
Por
isso a renovação da vida consagrada no nosso tempo, em termos
pessoais e comunitários, terá o seu ponto de apoio na paixão por
Jesus Cristo.
Viver
a fundo esta paixão enamorada, numa entrega radical ao serviço de
Deus e da humanidade, permitirá a cada consagrado ou consagrada e a
cada comunidade ser aquela profecia de que o mundo precisa.
Uma
comunidade reunida em volta de Cristo e animada pelo seu Espírito,
lugar em que se vive autenticamente o sentido da unidade e da
comunhão, é uma comunidade que descobre a sua missão, que vê
reforçado o seu dinamismo missionário.
Não
fica fechada ou indiferente ao mundo, estagnada nos seus processos ou
instalada naquilo que já foi alcançado; antes é protagonista de
uma Igreja em saída até às periferias do mundo.
Ao
longo da história do cristianismo, as várias formas de vida
consagrada foram inovadoras e pioneiras nas respostas às
necessidades de evangelização em cada época, atendendo a cada
contexto social e cultural.
Que
este Ano Missionário que estamos a viver na Igreja em Portugal «se
torne uma ocasião de graça, intensa e fecunda, de modo a que
desperte o entusiasmo missionário» (Nota Pastoral da CEP, Todos,
tudo e sempre em missão).
Nesta
semana, somos convidados a partilhar da afeição e admiração do
Papa Francisco pelos consagrados e consagradas, manifestada numa
entrevista recentemente publicada:
«Refiro-me
àqueles padres, religiosos e irmãos que estão ali, a trabalhar,
metidos em determinada periferia, mesmo que seja no meio da cidade.
Aquelas
pessoas consagradas que não têm pretensões, que não fazem
barulho, mas que trabalham sem dar importância a si próprias.
Os
que fazem a teologia da vida consagrada, vivendo-a, rezando-a.
São
aquelas pessoas que têm como que uma humildade essencial: são
trabalhadoras e tomam muito a sério a sua vida de consagração,
quer no ensino, quer nas paróquias, nos hospitais, nas missões ou
em qualquer lugar onde estiverem a trabalhar ao serviço dos demais.
São
realmente pessoas que se esfolam, sem olhar para si próprias. Dão
tudo às mãos cheias» (Papa Francisco, A força da vocação,
Ed. Paulinas, 21).
Convido
cada cristão e cada comunidade a rezar de forma mais intensa pelos
nossos irmãos e irmãs consagrados e consagradas, dando graças a
Deus pela fidelidade da sua doação e pedindo-Lhe que a todos
confirme numa vida santa e renove em ardor missionário.
Tenhamos
presente, como modelo de comunidade santa e missionária, a dos
monges trapistas de Tibhirine (Argélia), sequestrados e mortos em
1996 e beatificados no passado dia 8 de Dezembro.
Que
o seu testemunho sirva de inspiração e a sua intercessão seja
fonte de bênçãos de Deus para todos os consagrados e consagradas.
+
António Augusto de Oliveira Azevedo
Presidente
da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios
A
santidade
é
o rosto mais belo da Igreja.
Para
ser santo,
não
é necessário ser bispo,
sacerdote,
religiosa ou religioso.
Muitas
vezes somos tentados a pensar
que
a santidade está reservada apenas
àqueles
que têm possibilidade
de
se afastar das ocupações comuns,
para
dedicar muito tempo à oração.
Não
é assim.
Todos
somos chamados a ser santos,
vivendo
com amor
e
oferecendo o próprio testemunho
nas
ocupações de cada dia,
onde
cada um se encontra.
És
uma consagrada ou um consagrado?
Sê
santo, vivendo com alegria a tua doação.
Partilhar
a Palavra
e
celebrar juntos a Eucaristia
torna-nos
mais irmãos
e
vai-nos transformando pouco a pouco
em
comunidade santa e missionária.
Papa
Francisco,
Gaudete
et exsultate
Fontes:
Conferência Episcopal Portuguesa; Diocese do Porto
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