Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

XXIII DIA MUNDIAL DA VIDA CONSAGRADA





Celebra-se em toda a Igreja no próximo dia 2 de Fevereiro, festa da Apresentação do Senhor
   
   
Em Portugal e desde 2007, os nossos Bispos decidiram instituir a Semana do Consagrado, de 26 de Janeiro a 2 de Fevereiro, ampliando assim esta intenção ao longo de vários dias.


No dia 1 de Fevereiro realizam-se Vigílias de Oração em Paços de Ferreira, Lousada, Santa Maria da Feira e Porto – esta, às 21H00, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Jesuítas (seguida de convívio).

No Sábado, dia 2 de Fevereiro, às 19H00, tem lugar na Catedral do Porto a Celebração do Dia do Consagrado presidida pelo nosso Bispo D. Manuel.


A propósito do sentido do Dia ou da Semana da Vida Consagrada, recordam-se os três objectivos que São João Paulo II nos deixou em 1997, primeiro ano da sua celebração.

Em primeiro lugar, «responder à íntima necessidade de louvar o Senhor e agradecer-Lhe o grande dom da vida consagrada, que enriquece e alegra a Comunidade cristã com a multiplicidade dos seus carismas e com os frutos de edificação de tantas existências, totalmente doadas à causa do Reino».
Trata-se de um singular dom do Espírito que continua a animar e sustentar a Igreja na sua exigente caminhada no mundo, que só pode ser de presença efectiva entre os homens e as mulheres do nosso tempo.

Em segundo lugar, «promover o conhecimento e a estima pela vida consagrada, por parte de todo o povo de Deus».
Esta forma de vida está ao serviço da consagração baptismal de todos os fiéis e deve ser mais conhecida por todos os membros do povo de Deus.

Finalmente, convida de modo mais explícito as pessoas consagradas a «celebrar em conjunto e solenemente as maravilhas que o Senhor realizou nelas, para descobrir, com um olhar de fé mais lúcido, os raios da divina beleza difundidos pelo Espírito no seu género de vida, e tomar consciência mais viva da sua insubstituível missão na Igreja e no mundo».



Mensagem de D. António Augusto Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, para esta Semana do Consagrado:


SEMANA DO CONSAGRADO – 2019
MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CEVM

Na Semana do Consagrado de 2019 ecoa uma palavra do recente Sínodo dos Bispos sobre Os jovens, a fé e o discernimento vocacional: «O dom da vida consagrada, na sua forma, quer contemplativa quer activa, que o Espírito Santo suscita na Igreja, tem um particular valor profético porquanto é testemunho alegre da gratuitidade do amor.
Quando as comunidades e as novas fundações vivem autenticamente a fraternidade, elas tornam-se escolas de comunhão, centros de oração e contemplação, lugares de testemunho, de diálogo intercultural e intergeracional e espaços para a evangelização e a caridade».
Este nº 88 do Documento Final do Sínodo conclui reconhecendo que «a Igreja e o mundo não podem passar sem este dom vocacional, que constitui um grande recurso para o nosso tempo».
A vida consagrada é um recurso valioso, um tesouro, que urge redescobrir, revalorizar e renovar.
Uma das suas facetas mais belas e significativas é a sua expressão comunitária.

O desejo manifestado pelos jovens na preparação do Sínodo e o seu forte apelo para que as comunidades cristãs sejam mais autênticas e fraternas dirige-se não só às paróquias, mas a todo o tipo de comunidade cristã, das comunidades de vida religiosa às novas comunidades, grupos e movimentos.
Só em comunidades verdadeiramente fraternas, acolhedoras, alegres, orantes, brilham aquela frescura e novidade evangélicas capazes de atrair as novas gerações.

A insistência na dimensão comunitária é pertinente por razões culturais, contrariando o ar deste tempo que sopra um excessivo individualismo, auto-suficiente e auto-referencial, mas é necessária sobretudo por razões teológicas, sublinhando que a lógica comunitária é intrínseca a toda a vida cristã e particularmente à vida consagrada.

A vivência comunitária é antes de mais caminho de mútua santificação. Fazer parte de uma comunidade religiosa, caminhar com os irmãos e irmãs na mesma fé, rezar e celebrar juntos a Eucaristia constituem meios preciosos para ajudar cada um e cada uma a crescer em santidade.
Na partilha do quotidiano, no cuidado permanente de uns pelos outros, com humildade, paciência e caridade esse processo de santificação se confirma e evolui.

A comunidade é santa e promove a santificação dos seus membros na medida em que é lugar onde se experimenta a presença do Ressuscitado.
Por isso a renovação da vida consagrada no nosso tempo, em termos pessoais e comunitários, terá o seu ponto de apoio na paixão por Jesus Cristo.
Viver a fundo esta paixão enamorada, numa entrega radical ao serviço de Deus e da humanidade, permitirá a cada consagrado ou consagrada e a cada comunidade ser aquela profecia de que o mundo precisa.

Uma comunidade reunida em volta de Cristo e animada pelo seu Espírito, lugar em que se vive autenticamente o sentido da unidade e da comunhão, é uma comunidade que descobre a sua missão, que vê reforçado o seu dinamismo missionário.
Não fica fechada ou indiferente ao mundo, estagnada nos seus processos ou instalada naquilo que já foi alcançado; antes é protagonista de uma Igreja em saída até às periferias do mundo.
Ao longo da história do cristianismo, as várias formas de vida consagrada foram inovadoras e pioneiras nas respostas às necessidades de evangelização em cada época, atendendo a cada contexto social e cultural.
Que este Ano Missionário que estamos a viver na Igreja em Portugal «se torne uma ocasião de graça, intensa e fecunda, de modo a que desperte o entusiasmo missionário» (Nota Pastoral da CEP, Todos, tudo e sempre em missão).

Nesta semana, somos convidados a partilhar da afeição e admiração do Papa Francisco pelos consagrados e consagradas, manifestada numa entrevista recentemente publicada:
«Refiro-me àqueles padres, religiosos e irmãos que estão ali, a trabalhar, metidos em determinada periferia, mesmo que seja no meio da cidade.
Aquelas pessoas consagradas que não têm pretensões, que não fazem barulho, mas que trabalham sem dar importância a si próprias.
Os que fazem a teologia da vida consagrada, vivendo-a, rezando-a.
São aquelas pessoas que têm como que uma humildade essencial: são trabalhadoras e tomam muito a sério a sua vida de consagração, quer no ensino, quer nas paróquias, nos hospitais, nas missões ou em qualquer lugar onde estiverem a trabalhar ao serviço dos demais.
São realmente pessoas que se esfolam, sem olhar para si próprias. Dão tudo às mãos cheias» (Papa Francisco, A força da vocação, Ed. Paulinas, 21).

Convido cada cristão e cada comunidade a rezar de forma mais intensa pelos nossos irmãos e irmãs consagrados e consagradas, dando graças a Deus pela fidelidade da sua doação e pedindo-Lhe que a todos confirme numa vida santa e renove em ardor missionário.
Tenhamos presente, como modelo de comunidade santa e missionária, a dos monges trapistas de Tibhirine (Argélia), sequestrados e mortos em 1996 e beatificados no passado dia 8 de Dezembro.
Que o seu testemunho sirva de inspiração e a sua intercessão seja fonte de bênçãos de Deus para todos os consagrados e consagradas.

+ António Augusto de Oliveira Azevedo
Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios



A santidade
é o rosto mais belo da Igreja.

Para ser santo,
não é necessário ser bispo,
sacerdote, religiosa ou religioso.
Muitas vezes somos tentados a pensar
que a santidade está reservada apenas
àqueles que têm possibilidade
de se afastar das ocupações comuns,
para dedicar muito tempo à oração.
Não é assim.
Todos somos chamados a ser santos,
vivendo com amor
e oferecendo o próprio testemunho
nas ocupações de cada dia,
onde cada um se encontra.
És uma consagrada ou um consagrado?
Sê santo, vivendo com alegria a tua doação.
Partilhar a Palavra
e celebrar juntos a Eucaristia
torna-nos mais irmãos
e vai-nos transformando pouco a pouco
em comunidade santa e missionária.

Papa Francisco,
Gaudete et exsultate




Fontes: Conferência Episcopal Portuguesa; Diocese do Porto


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