A
sexta Bem-aventurança foi o tema da catequese do Papa Francisco
nesta
Quarta-feira
Como
disse o Santo Padre ao começar a sua catequese desta semana, “a
sexta Bem-aventurança que promete a visão de Deus e tem a pureza
de coração como condição”.
Disse
também que é importante entender o que significa ‘pureza do
coração’.
“O
puro de coração vive na presença do Senhor, conservando no
seu coração o que é digno da relação com Ele; somente assim é
possível ter uma vida íntima “unificada”, linear, não
tortuosa, mas simples.
O
coração purificado é o resultado de um processo que envolve
libertação e renúncia.
O
puro de coração não nasce como tal, viveu uma simplificação
interior, aprendendo a renegar o mal em si mesmo, que na Bíblia é
chamado de circuncisão do coração.
Essa
purificação interior implica o reconhecimento daquela parte do
coração que está sob a influência do mal, a fim de aprender a
arte de deixar-se sempre instruir e ser conduzido pelo Espírito
Santo.
Através
dessa caminhada do coração, chegamos a ver Deus”.
Concluindo
o Papa Francisco:
“Esta
bem-aventurança é um pouco o fruto das precedentes: se ouvimos a
sede do bem que vive em nós e estamos conscientes de viver em
misericórdia, tem início uma caminhada de libertação que dura a
vida inteira e nos conduz ao céu.”
“É
um trabalho sério e acima de tudo é uma obra de Deus em nós, nas
provações e purificações da vida, que leva a uma grande alegria,
a uma paz verdadeira e profunda.”
Resumo
da sétima catequese sobre as Bem-aventuranças:
Na
sexta Bem-aventurança, referida no Evangelho de Mateus, é-nos
prometida a visão de Deus e, para isso, requer-se a pureza do
coração.
Para
podermos contemplar Deus, é preciso entrar dentro de nós mesmos e
dar espaço a Ele, pois, como diz Santo Agostinho, «Deus é mais
íntimo a mim mesmo do que eu próprio».
Segundo
a concepção bíblica, o coração é este espaço interior da
pessoa, onde ela aparece e se revê em toda a sua verdade.
E
uma pessoa bem ciente do que é, vive na presença do Senhor,
conservando no coração só o que é digno d’Ele.
Por
outras palavras, um coração puro reconhece a parte de si mesmo que
está sob o influxo do mal, arrepende-se do mal cometido e tudo faz
para colocar também essa parte sob o impulso e guia do Espírito
Santo.
Por
este caminho do coração, chegamos a ver Deus.
Nesta
visão beatífica, há uma dimensão futura, escatológica: é a
alegria do Reino dos Céus, para a qual caminhamos.
Mas
há também a dimensão presente: ver a Deus significa ler os seus
desígnios naquilo que nos acontece, reconhecer a presença d’Ele
nos Sacramentos e nos irmãos, sobretudo pobres e doentes.
Assim
esta Bem-aventurança é o fruto das anteriores: se procurarmos
saciar a sede de bem que nos habita e vivermos de misericórdia para
com os outros, estamos num caminho de libertação que dura a vida
inteira e nos conduz ao Céu.
«Felizes
os puros de coração, porque verão a Deus».
Na
saudação aos peregrinos de língua portuguesa:
Amados
ouvintes de língua portuguesa, a todos saúdo e convido a viver com
a Igreja inteira, em pensamento e de coração, a próxima Semana
Santa, que coloca diante dos nossos olhos a Cruz onde Jesus assumiu e
suportou toda a tragédia da humanidade.
Não
podemos esquecer as tragédias dos nossos dias, porque a Paixão do
Senhor continua no sofrimento dos homens.
Que
os vossos corações encontrem, na Cruz de Cristo, apoio e conforto
no meio das tribulações da vida; abraçando a Cruz como Ele, com
humildade, confiança e abandono filial à vontade de Deus, tereis
parte na glória da Ressurreição.
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
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