Foi
instituído a 11 de Fevereiro de 1992 pelo Papa João Paulo II, na
memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem de Lourdes.
Este
ano celebramos o XXII Dia Mundial do Doente subordinado ao tema: «Fé
e caridade – “também nós devemos dar a vida pelos irmãos”»
(1 Jo 3, 16), proposto pelo Papa Francisco.
Após
o Angelus do passado Domingo, o Papa Francisco referiu-se aos
doentes:
“Depois
de amanhã, 11 de Fevereiro, celebraremos a Memória de Nossa Senhora
de Lourdes e vamos viver o Dia Mundial do Doente.
É
a ocasião propícia para colocar no centro da comunidade o doente.
Reze
por ele e com ele, seja seu vizinho.
A
mensagem para este dia é inspirada em São João: «Fé e caridade –
“também nós devemos dar a vida pelos irmãos”» (1 Jo 3,16).
Em
particular, podemos seguir a atitude de Jesus para com os doentes,
todo tipo de doentes: o senhor cuida de todos, compartilha o seu
sofrimento e abre o coração à esperança.
Penso
também em todos os cuidadores: o valioso trabalho que fazem!
Muito
obrigado pelo vosso valioso trabalho.
Eles
encontram-se todos os dias com o doente, não só com o corpo marcado
pela fragilidade, mas com a pessoa a quem oferecem atenção e
respostas adequadas.
A
dignidade da pessoa não se reduz mais à sua faculdade ou capacidade
e não termina quando a pessoa está fraca, inválida e precisa de
ajuda.
Penso
também nas famílias onde é normal cuidar daqueles que estão
doentes; Mas às vezes situações podem ser muito pesadas...
Muitos
me escrevem e hoje gostaria de garantir uma oração para todas as
famílias, digo-lhes: não tenham medo da fragilidade!
Não
tenham medo da fragilidade!
Ajudem-se
uns aos outros com amor e sentirão a presença reconfortante de
Deus.”
Na
sua mensagem para este dia o Santo Padre dirigindo-se de modo
particular às pessoas doentes e a quantos lhes prestam assistência
e cura, escreveu:
«A
Igreja reconhece em vós, queridos doentes, uma presença especial de
Cristo sofredor».
MENSAGEM
DO PAPA FRANCISCO
PARA
O XXII DIA MUNDIAL DO DOENTE 2014
Fé
e caridade: «Também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos»
(1 Jo 3, 16)
Amados
irmãos e irmãs!
1.
Por ocasião do XXII Dia Mundial do Doente, que este ano tem como
tema Fé e caridade: também nós devemos dar a vida pelos nossos
irmãos» (1 Jo 3, 16), dirijo-me de modo particular às pessoas
doentes e a quantos lhes prestam assistência e cura.
A
Igreja reconhece em vós, queridos doentes, uma presença especial de
Cristo sofredor.
É
assim: ao lado, aliás, dentro do nosso sofrimento está o de Jesus,
que carrega connosco o seu peso e revela o seu sentido.
Quando
o Filho de Deus subiu à cruz destruiu a solidão do sofrimento e
iluminou a sua escuridão.
Desta
forma somos postos diante do mistério do amor de Deus por nós, que
nos infunde esperança e coragem: esperança, porque no desígnio de
amor de Deus também a noite do sofrimento se abre à luz pascal; e
coragem, para enfrentar qualquer adversidade em sua companhia, unidos
a Ele.
2.
O Filho de Deus feito homem não privou a experiência humana da
doença e do sofrimento mas, assumindo-os em si, transformou-os e
reduziu-os.
Reduzidas
porque já não têm a última palavra, que é ao contrário a vida
nova em plenitude; transformados, porque em união com Cristo, de
negativas podem tornar-se positivas.
Jesus
é o caminho, e com o seu Espírito podemos segui-lo.
Como
o Pai doou o Filho por amor, e o Filho se doou a si mesmo pelo mesmo
amor, também nós podemos amar os outros como Deus nos amou, dando a
vida pelos irmãos.
A
fé no Deus bom torna-se bondade, a fé em Cristo Crucificado
torna-se força para amar até ao fim também os inimigos.
A
prova da fé autêntica em Cristo é o dom de si, o difundir-se do
amor ao próximo, sobretudo por quem não o merece, por quantos
sofrem, por quem é marginalizado.
3.
Em virtude do Baptismo e da Confirmação somos chamados a
conformar-nos com Cristo, Bom Samaritano de todos os sofredores.
«Nisto
conhecemos o amor: no facto de que Ele deu a sua vida por nós;
portanto, também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1
Jo 3, 16). Quando nos aproximamos com ternura daqueles que precisam
de cura, levamos a esperança e o sorriso de Deus às contradições
do mundo.
Quando
a dedicação generosa aos demais se torna estilo das nossas acções,
damos lugar ao Coração de Cristo e por Ele somos aquecidos,
oferecendo assim a nossa contribuição para o advento do Reino de
Deus.
4.
Para crescer na ternura, na caridade respeitadora e delicada, temos
um modelo cristão para o qual dirigir o olhar com segurança.
É
a Mãe de Jesus e nossa Mãe, atenta à voz de Deus e às
necessidades e dificuldades dos seus filhos. Maria, estimulada pela
misericórdia divina que nela se faz carne, esquece-se de si mesma e
encaminha-se à pressa da Galileia para a Judeia a fim de encontrar e
ajudar a sua prima Isabel; intercede junto do seu Filho nas bodas de
Caná, quando falta o vinho da festa; leva no seu coração, ao longo
da peregrinação da vida, as palavras do velho Simeão que lhe
prenunciam uma espada que trespassará a sua alma, e com fortaleza
permanece aos pés da Cruz de Jesus.
Ela
sabe como se percorre este caminho e por isso é a Mãe de todos os
doentes e sofredores.
A
ela podemos recorrer confiantes com devoção filial, certos de que
nos assistirá e não nos abandonará.
É
a Mãe do Crucificado Ressuscitado: permanece ao lado das nossas
cruzes e acompanha-nos no caminho rumo à ressurreição e à vida
plena.
5.
São João, o discípulo que estava com Maria aos pés da Cruz,
faz-nos ir às nascentes da fé e da caridade, ao coração de Deus
que «é amor» (1 Jo 4, 8.16), e recorda-nos que não podemos amar a
Deus se não amarmos os irmãos.
Quem
está aos pés da Cruz com Maria, aprende a amar como Jesus. A Cruz
«é a certeza do amor fiel de Deus por nós.
Um
amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso
sofrimento e nos confere a força para o carregar, entra também na
morte para a vencer e nos salvar... A Cruz de Cristo convida-nos
também a deixar-nos contagiar por este amor, ensina-nos a olhar
sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo para quem
sofre, para quem tem necessidade de ajuda» (Via-Sacra
com os jovens, Rio de Janeiro, 26 de Julho de 2013).
Confio
este XXII Dia Mundial do Doente à intercessão de Maria, para que
ajude as pessoas doentes a viver o próprio sofrimento em comunhão
com Jesus Cristo, e ampare quantos deles se ocupam.
A
todos, doentes, agentes no campo da saúde e voluntários, concedo de
coração a Bênção Apostólica.
Vaticano,
6 de Dezembro de 2013.
FRANCISCO
Fontes:
Santa Sé; L'Osservatore Romano
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