Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

UNÇÃO DOS ENFERMOS: SINAL DA COMPAIXÃO DE DEUS PELO HOMEM, NA DOENÇA OU NA VELHICE

- Papa Francisco na audiência geral da passada Quarta-feira, prosseguindo a catequese que tem vindo a desenvolver, nas audiências gerais, sobre os Sacramentos.



Eis a Catequese do Papa sobre o Sacramento da Unção dos Enfermos, no passado chamado de Extrema Unção:

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

Gostaria de vos falar hoje do Sacramento da Unção dos enfermos, que nos permite ver concretamente a compaixão de Deus pelo homem.
No passado era chamado «Extrema Unção», porque era entendido como conforto espiritual na iminência da morte.
Ao contrário, falar de «Unção dos enfermos» ajuda-nos a alargar o olhar para a experiência da doença e do sofrimento, no horizonte da misericórdia de Deus.

1. Há um ícone bíblico que expressa em toda a sua profundidade o mistério que transparece na Unção dos enfermos: é a parábola do «bom samaritano», no Evangelho de Lucas (10, 30-35).
Todas as vezes que celebramos este Sacramento, o Senhor Jesus, na pessoa do sacerdote, torna-se próximo de quem sofre e está gravemente doente, ou é idoso.
Diz a parábola que o bom samaritano se ocupa do homem sofredor derramando sobre as suas feridas óleo e vinho.
O óleo faz-nos pensar no que é abençoado pelos bispos todos os anos, na Missa crismal da Quinta-Feira Santa, precisamente em vista da Unção dos enfermos.
O vinho, ao contrário, é sinal do amor e da graça de Cristo que brota do dom da sua vida por nós e expressam em toda a sua riqueza na vida sacramental da Igreja.
Por fim, a pessoa sofredora é confiada a um hoteleiro, a fim de que continue a ocupar-se dela, sem se preocupar com a despesa.
Mas, quem é este hoteleiro? É a Igreja, a comunidade cristã, somos nós, aos quais todos os dias o Senhor Jesus confia aqueles que estão aflitos, no corpo e no espírito, para que possamos continuar a derramar sobre eles, sem medida, toda a sua misericórdia e salvação.

2. Este mandato é reafirmado de maneira explícita e clara na Carta de Tiago, na qual se recomenda: «Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor.
E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados» (5, 14-15).
Por conseguinte, trata-se de uma prática que já se usava na época dos Apóstolos.
Com efeito, Jesus ensinou aos seus discípulos a ter a sua mesma predilecção pelos doentes e pelos sofredores e transmitiu-lhes a capacidade e a tarefa de continuar a conceder no seu nome e segundo o seu coração alívio e paz, através da graça especial deste Sacramento.
Mas isto não nos deve fazer cair na busca obstinada do milagre ou na presunção de poder obter sempre e apesar de tudo a cura.
Mas é a certeza da proximidade de Jesus ao doente e também ao idoso, porque cada idoso, cada pessoa com mais de 65 anos, pode receber este Sacramento, mediante o qual é o próprio Jesus que se aproxima.

Mas na presença de um doente, por vezes pensa-se: «chamemos o sacerdote para que venha»; «Não, dá azar, não o chamemos», ou então, «o doente assusta-se».
Por que se pensa assim? Porque um pouco há a ideia de que depois do sacerdote venha a agência funerária.
E isto não é verdade.
O sacerdote vem para ajudar o doente ou o idoso; por isto é tão importante a visita dos sacerdotes aos doentes.
É preciso chamar o sacerdote para junto do doente e dizer: «venha, dê-lhe a unção, abençoe-o».
É o próprio Jesus que chega para aliviar o doente, para lhe dar força, para lhe dar esperança, para o ajudar; também para lhe perdoar os pecados.
E isto é muito bonito!
E não se deve pensar que isto seja um tabu, porque é sempre bom saber que no momento da dor e da doença não estamos sós: com efeito, o sacerdote e quantos estão presentes durante a Unção dos enfermos representam toda a comunidade cristã que, como um único corpo se estreita em volta de quem sofre e dos familiares, alimentando neles a fé e a esperança, e apoiando-os com a oração e com o calor fraterno.
Mas o maior conforto provém do facto de que quem está presente no Sacramento é o próprio Senhor Jesus, que nos guia pela mão, nos acaricia como fazia com os doentes e nos recorda que já lhe pertencemos e que nada — nem sequer o mal nem a morte — jamais nos poderá separar d’Ele.
Temos este hábito de chamar o sacerdote para que aos nossos doentes — não digo doentes de gripe, uma doença de 3-4 dias, mas quando é uma doença séria — e também para os nossos idosos, venha lhes conferir este Sacramento, este conforto, esta força de Jesus para ir em frente?
Façamo-lo!

PAPA FRANCISCO
Audiência Geral
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 26 de Fevereiro de 2014


Não faltou, como habitualmente, uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, pronunciada em italiano e traduzida para os presentes:

Queridos peregrinos de língua portuguesa: sede bem vindos!
Em cada um dos sacramentos da Igreja, Jesus está presente e faz-nos participar da sua vida e da sua misericórdia.
Procurem conhecê-Lo sempre mais, para poderem servi-Lo nos irmãos, especialmente nos doentes.
Sobre vós e sobre vossas comunidades, desça a benção do Senhor!


Fontes: Rádio Vaticano, Santa Sé



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