Na
Audiência Geral de hoje o Papa Francisco retomou a catequese sobre a
família, reflectindo sobre a figura do pai.
“Não
vos deixarei órfãos” (do Evangelho de João, 14,18) foi a
base da reflexão do Papa Francisco.
Reflectindo
sobre a figura do pai, referiu que “esta
palavra - pai - possui um sentido universal e é muito cara aos
cristãos, pois Jesus ensinou-nos a chamar assim a Deus e usava-a para manifestar a sua relação especial com Ele”.
Hoje,
porém, sobretudo na cultura ocidental, o conceito de pai parece
estar em crise.
Se
no passado a paternidade estava ligada ao autoritarismo, agora se
passou ao outro estremo: a ausência da figura paterna.
“O
problema dos nossos dias não parece ser tanto a presença invasiva
dos pais mas a sua ausência.”
Muitos
são os jovens que experimentam um sentido de orfandade, não porque
não tenham um pai, mas porque está ausente: seja porque se encontra
tão concentrado sobre si mesmo e sobre a sua realização pessoal,
que acaba se esquecendo da família, seja porque não é capaz de
cumprir com o seu papel educativo.
“São
órfãos em família porque os pais estão muitas vezes ausentes,
mesmo fisicamente de casa, mas sobretudo, porque quando estão não
se comportam como pais, não preenchem o seu dever educativo, não
dão aos filhos, com o seu exemplo acompanhado por palavras aqueles
princípios, aqueles valores, aquelas regras de vida de que têm
necessidade como de pão.”
“A
ausência do pai é muito nociva às crianças e aos jovens, produz
lacunas e feridas que podem ser muito graves; e sem perspectivas e
valores, eles ficam vazios e propensos a buscarem ídolos que
preencham os seus corações”.
Em
certos casos – disse ainda – os pais não sabem bem que lugar
ocupam na família e, na dúvida, abstêm-se ou optam por uma relação
‘de igual para igual’ com os filhos.
“É
verdade que se deve ser companheiro dos filhos, mas sem se esquecer
que se é pai”.
“Sua
ausência deixa os jovens sem estradas seguras, sem mestres nos quais
confiar.
Ficam
órfãos de ideais que lhes aqueçam os corações, órfãos de
valores e de esperanças que os amparem no dia a dia.
São
preenchidos de ídolos, mas é-lhes roubado o coração, são levados
a sonhar divertimentos e prazeres, mas não lhes dá a chance de
trabalhar, são iludidos com o deus-dinheiro e privados das
verdadeiras riquezas”.
Por
isso, mais do que nunca, é preciso lembrar a promessa de Jesus: «Não
vos deixarei órfãos».
Somente
através de Cristo a paternidade pode realizar todas as suas
potencialidades segundo o plano de Deus, nosso Pai.
Ao
terminar, esclareceu que desta vez abordou exclusivamente as
problemáticas derivadas da ausência da figura paterna; sendo um
pouco ‘negativo’.
Mas
prometeu que na próxima quarta-feira, será analisada a beleza de
ser pai e da luminosidade desta condição. "Da
escuridão de hoje, passarei à luz"
Fontes:
Santa Sé, Rádio Vaticano
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