Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PAIS AUSENTES DEIXAM GRAVES LACUNAS NOS FILHOS



Na Audiência Geral de hoje o Papa Francisco retomou a catequese sobre a família, reflectindo sobre a figura do pai.


Não vos deixarei órfãos” (do Evangelho de João, 14,18) foi a base da reflexão do Papa Francisco.


Reflectindo sobre a figura do pai, referiu que “esta palavra - pai - possui um sentido universal e é muito cara aos cristãos, pois Jesus ensinou-nos a chamar assim a Deus e usava-a para manifestar a sua relação especial com Ele”.

Hoje, porém, sobretudo na cultura ocidental, o conceito de pai parece estar em crise.
Se no passado a paternidade estava ligada ao autoritarismo, agora se passou ao outro estremo: a ausência da figura paterna.

O problema dos nossos dias não parece ser tanto a presença invasiva dos pais mas a sua ausência.”

Muitos são os jovens que experimentam um sentido de orfandade, não porque não tenham um pai, mas porque está ausente: seja porque se encontra tão concentrado sobre si mesmo e sobre a sua realização pessoal, que acaba se esquecendo da família, seja porque não é capaz de cumprir com o seu papel educativo.

São órfãos em família porque os pais estão muitas vezes ausentes, mesmo fisicamente de casa, mas sobretudo, porque quando estão não se comportam como pais, não preenchem o seu dever educativo, não dão aos filhos, com o seu exemplo acompanhado por palavras aqueles princípios, aqueles valores, aquelas regras de vida de que têm necessidade como de pão.”

A ausência do pai é muito nociva às crianças e aos jovens, produz lacunas e feridas que podem ser muito graves; e sem perspectivas e valores, eles ficam vazios e propensos a buscarem ídolos que preencham os seus corações”.

Em certos casos – disse ainda – os pais não sabem bem que lugar ocupam na família e, na dúvida, abstêm-se ou optam por uma relação ‘de igual para igual’ com os filhos.
É verdade que se deve ser companheiro dos filhos, mas sem se esquecer que se é pai”.

Sua ausência deixa os jovens sem estradas seguras, sem mestres nos quais confiar.
Ficam órfãos de ideais que lhes aqueçam os corações, órfãos de valores e de esperanças que os amparem no dia a dia.
São preenchidos de ídolos, mas é-lhes roubado o coração, são levados a sonhar divertimentos e prazeres, mas não lhes dá a chance de trabalhar, são iludidos com o deus-dinheiro e privados das verdadeiras riquezas”.

Por isso, mais do que nunca, é preciso lembrar a promessa de Jesus: «Não vos deixarei órfãos».
Somente através de Cristo a paternidade pode realizar todas as suas potencialidades segundo o plano de Deus, nosso Pai.

Ao terminar, esclareceu que desta vez abordou exclusivamente as problemáticas derivadas da ausência da figura paterna; sendo um pouco ‘negativo’.
Mas prometeu que na próxima quarta-feira, será analisada a beleza de ser pai e da luminosidade desta condição. "Da escuridão de hoje, passarei à luz"


Fontes: Santa Sé, Rádio Vaticano


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