O
Papa volta a denunciar o desperdício inaceitável de alimentos e
exorta a repensar o sistema de produção e de distribuição no
encontro deste sábado com os dirigentes da Confederação Nacional
Coldiretti Diretti
O
encontro com a Confederação Nacional dos Cultivadores Directos, a
maior associação de representação e assistência da agricultura
italiana, realizou-se por ocasião dos 70 anos da associação.
Destacamos
partes da comunicação do Santo Padre:
O
nome "coltivatori diretti" refere-se a "cultivar",
que é uma actividade tipicamente humana e fundamental.
O
verbo "cultivar" traz à mente os cuidados que o agricultor
tem para com a sua terra para que ela dê fruto que seja
compartilhado: quanta paixão, quanta atenção, quanta dedicação
em tudo isso!
Cria-se
uma relação familiar e a terra torna-se a "irmã" terra.
O
Concílio Vaticano II recordou o destino universal dos bens da terra
(cf. Gaudium et spes, 69), mas na realidade o sistema económico
dominante impede que muitos possam usufruir de tais bens.
A
absolutização das regras do mercado, uma cultura do descarte e do
desperdício que no caso do alimento tem proporções inaceitáveis,
junto a outros factores, determinam miséria e sofrimento para muitas
famílias.
Portanto,
deve ser profundamente repensado o sistema de produção e de
distribuição dos alimentos.
Como
nos ensinaram nossos avós, com o pão não se brinca!
O
pão participa de certo modo da sacralidade da vida humana, e por
isso não pode ser tratado somente como uma mercadoria.
O
desafio é:
- Como fazer uma agricultura de baixo impacto ambiental?
- Como cultivar a terra e ao mesmo tempo protegê-la?
Esta
é a única maneira, na verdade, de as gerações futuras serem
capazes de continuar a viver e a crescer.
Queridos
amigos, espero que o vosso trabalho de cultivar e cuidar a terra seja
devidamente considerado e valorizado; convido-vos a dar sempre
primazia às instâncias éticas com que os cristãos enfrentam os
problemas e desafios da sua actividade.
Fontes:
Santa Sé, Rádio Vaticano, L'Osservatore Romano
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