Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A GLOBALIZAÇÃO DA FRATERNIDADE UNIVERSAL

Na apresentação de cumprimentos de Ano Novo ao presidente da República Portuguesa, D. Rino Passigato, Núncio Apostólico e Decano do Corpo Diplomático, criticou a subjugação a uma globalização neutra e sem rosto, ao ritmo dos mercados.



Este encontro de cumprimentos de Ano Novo reveste-se de uma beleza particular pela proximidade com as festas natalícias, há pouco celebradas, e que são porventura aquelas que, entre todas, deixam transparecer os mais ternos e fundos sentimentos do coração humano: justiça, paz, alegria e amor entre todas as nações da terra e “homens de boa vontade”.
Parece-nos estarmos experimentar, nesta ocorrência festiva, a globalização da fraternidade universal.

O fenómeno da globalização acentua de uma forma decisiva o peso das culturas no processo de unificação da humanidade numa única família humana.
A relevância dos media no mundo contemporâneo, por sua vez, põe em destaque, no processo da globalização, o papel decisivo das culturas.
Como tudo na história, também este processo é dinâmico.
A humanidade encontra-se hoje perante um dilema: ou é subjugada por uma globalização neutra e sem rosto, ao ritmo dos mercados, da assimetria dos processos económicos e dos ritmos de desenvolvimento, com a acentuação progressiva das clivagens e das injustiças, ou luta por uma globalização com sentido humano, cujo ritmo seja marcado pelas culturas.
A globalização só significará um progresso qualitativo da humanidade se a dimensão cultural lhe marcar o ritmo e desvelar o sentido.

O fenómeno da globalização exige, da parte de todos, uma ética que atenda às necessidades básicas das pessoas e dos povos, segundo um critério universal de verdade e de justiça, que garanta a dignidade e o bem comum de cada indivíduo e comunidade.

A responsabilidade por nós assumida de sermos elos de ligação entre as nossas várias Nações e culturas propõe-se conseguir que se esbatam gradualmente, até à extinção, a ostentação da riqueza, os desequilíbrios entre pobres e ricos, a chaga do desemprego, o esbanjamento dos recursos naturais, os atentados à ecologia humana e ambiental, em troca da vivência honesta e solidária dos valores positivos da igualdade, da fraternidade, da liberdade e da justiça, como fontes da paz, num mundo cada vez mais equilibradamente globalizado.


Fonte: Ecclesia



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