Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

domingo, 19 de janeiro de 2014

DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO

"Os migrantes e refugiados: rumo a um mundo melhor", a mensagem premente do Papa Francisco.



Celebra-se neste domingo, pelo centésimo ano, o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, instituído em 1914 pelo Papa Bento XV na deflagração da I Guerra Mundial.

Os refugiados e os migrantes são um exército em contínuo caminho:
  • mais de 45 milhões de refugiados;
  • 230 milhões de migrantes.

O ano de 2013 foi o que registou o maior número de vítimas entre eles, cujo número total jamais se conhecerá, porque é impossível calcular todas as vítimas desaparecidas nos mares ou nas areias dos desertos.
Em Outubro passado, as Nações Unidas deram conta de que em 2013 os migrantes foram 3,2% da população global, 78 milhões a mais em relação a 1990, 23 anos atrás, e as mulheres são 48%.

Nestes anos mudou-se também a razão da partida que hoje não é somente de tipo económico; migrações devido a catástrofes naturais, ou a antigos e devastadores conflitos – como o conflito sírio, produzem um fluxo contínuo de refugiados e deslocados.

O Papa Francisco, na sua mensagem do passado dia 5 de Agosto para este Dia, pede que se possa construir um mundo melhor para estas pessoas, onde esperança, respeito e acolhimento contrastem a "rejeição, a discriminação, os tráficos da exploração, da dor e da morte".
O Papa solicita ao mundo para serem criadas condições de vida dignas para todos, pede que se passe "de uma cultura do descarte a uma cultura do encontro".

Trata-se de uma mensagem fundamental que, porém, dá trabalho para chegar aos ouvidos das sociedades dos países ricos – porto de chegada para refugiados e migrantes, na realidade, muitas vezes países causadores das graves desigualdades e conflitos que produzem os êxodos.



Entre os resultados das mudanças modernas, o fenómeno crescente da mobilidade humana emerge como um “sinal dos tempos”, como o definiu o Papa Bento XVI (cf. Mensagem para o Dia Mundial do migrante e do refugiado de 2006). Se por um lado, as migrações muitas vezes denunciam fragilidades e lacunas nos Estados e na Comunidade internacional, por outro, revelam a aspiração da humanidade de viver a unidade, no respeito às diferenças; de viver o acolhimento e a hospitalidade, que permitem a partilha equitativa dos bens da terra; de viver a protecção e a promoção da dignidade humana e da centralidade de cada ser humano.

Do ponto de vista cristão, como em outras realidades humanas também nos fenómenos migratórios se observa a tensão entre a beleza da criação, marcada pela Graça e pela Redenção, e o mistério do pecado.
A solidariedade e o acolhimento, os gestos fraternos e de compreensão, vêem-se contrapostos à rejeição, discriminação, aos tráficos de exploração, de dor e de morte.
Um motivo de preocupação são, principalmente, as situações em que a migração não só é forçada, mas também realizada através de várias modalidades de tráfico humano e de escravidão.
O “trabalho escravo” é hoje uma moeda corrente! No entanto, apesar dos problemas, dos riscos e das dificuldades que devem ser enfrentados, aquilo que anima muitos migrantes e refugiados é o binómio confiança e esperança: eles trazem em seus corações o desejo de um futuro melhor não só para si mesmos, mas também para as suas famílias e para os entes queridos.

Os migrantes e refugiados não são peões no tabuleiro de xadrez da humanidade.
Trata-se de crianças, mulheres e homens que deixam ou são forçados a abandonar suas casas por vários motivos, que compartilham o mesmo desejo legítimo de conhecer, de ter, mas, acima de tudo, de ser mais.
É impressionante o número de pessoas que migram de um continente para outro, bem como aqueles que se deslocam dentro de seus próprios países e áreas geográficas.
Os fluxos migratórios contemporâneos são o maior movimento de pessoas, se não de povos, de todos os tempos.
No caminho, ao lado dos migrantes e refugiados, a Igreja se esforça para compreender as causas que estão na origem das migrações, mas também se esforça no trabalho para superar os efeitos negativos e aumentar os impactos positivos nas comunidades de origem, de trânsito e de destino dos fluxos migratórios.

Queridos migrantes e refugiados! Não percais a esperança de que também a vós está reservado um futuro mais seguro; Que possais encontrar em vossos caminhos uma mão estendida; que vos seja permitido experimentar a solidariedade fraterna e o calor da amizade!
Para todos vós e para aqueles que dedicam suas vidas e suas energias ao vosso lado eu prometo a minha oração e concedo de coração a minha Bênção Apostólica.

Cidade do Vaticano, 05 de Agosto de 2013.
O Papa Francisco


Fontes: Santa Sé



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