Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

FAVORECER UMA CULTURA DO ENCONTRO E DA PAZ, VALORIZANDO FAMÍLIA, IDOSOS E JOVENS

O Santo Padre recebeu hoje o Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé para a apresentação de votos de Ano Novo. Uma ocasião para o Papa Francisco apresentar algumas reflexões sobre a situação actual do mundo, neste início de 2014.


Na Mensagem para o Dia Mundial da Paz, dedicada à fraternidade como fundamento e caminho para a paz, assinalei que «a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família», a qual, «por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor» e contribuir para fazer maturar aquele espírito de serviço e partilha que edifica a paz. Isto mesmo vemos narrado no Presépio, onde a Sagrada Família não aparece sozinha nem isolada do mundo, mas rodeada pelos pastores e os magos; por outras palavras, é uma comunidade aberta, na qual há espaço para todos, pobres e ricos, vindos de perto e de longe.
Assim se compreendem as palavras do meu amado predecessor Bento XVI, quando sublinhava que «a linguagem familiar usa um léxico de paz».

Além disso, sucede que os idosos sejam considerados um peso, enquanto os jovens não vêem à sua frente perspectivas seguras para a sua vida.
E, no entanto, idosos e jovens são a esperança da humanidade: os primeiros trazem a sabedoria da experiência, enquanto os segundos nos abrem ao futuro, impedindo de nos fecharmos em nós mesmos.
Sábia opção é não marginalizar os idosos da vida social, para se manter viva a memória dum povo.
De igual modo, é bom investir nos jovens, com iniciativas adequadas que os ajudem a encontrar trabalho e fundar um lar doméstico.
É preciso não apagar o seu entusiasmo!

É com esta confiança que desejo olhar para o ano que está à nossa frente. Por isso, não cesso de esperar que tenha finalmente termo o conflito na Síria.

[ O Santo Padre recordou ainda as tensões, os conflitos, as perseguições e as vicissitudes noutras regiões do globo; e a fome...]

A paz é ferida ainda por toda e qualquer negação da dignidade humana e, primariamente, pela impossibilidade de se alimentar de forma suficiente.
Não podem deixar-nos indiferentes os rostos de quantos padecem fome, sobretudo das crianças, se pensarmos quanta comida é desperdiçada cada dia em tantas partes do mundo, mergulhadas naquela que já várias vezes defini como a «cultura do descarte».
Infelizmente, objecto de descarte não são apenas os alimentos ou os bens supérfluos, mas muitas vezes os próprios seres humanos, que acabam «descartados» como se fossem «coisas desnecessárias».
Por exemplo, causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto, ou aquelas que são usadas como soldados, estupradas ou mortas nos conflitos armados, ou então feitas objecto de mercado naquela tremenda forma de escravidão moderna que é o tráfico dos seres humanos, que é um crime contra a humanidade.

O Papa Paulo VI observava que «a paz não se reduz a uma ausência de guerra, fruto do equilíbrio sempre precário das forças. Constrói-se, dia a dia, na busca duma ordem querida por Deus, que traz consigo uma justiça mais perfeita entre os homens».
Este é o espírito que anima a acção da Igreja em todo o mundo, através dos sacerdotes, missionários, fiéis-leigos que, com grande espírito de dedicação, se prodigalizam, para além do mais, em múltiplas obras de carácter educativo, sanitário e assistencial, ao serviço dos pobres, doentes, órfãos e quem quer que precise de ajuda e conforto.
A partir desta «atenção amiga», a Igreja coopera com todas as instituições que têm a peito tanto o bem dos indivíduos como o bem comum.

Por isso, no início deste novo ano, desejo reiterar a disponibilidade da Santa Sé, e particularmente da Secretaria de Estado, em colaborar com os vossos países para favorecer aqueles laços de fraternidade que são reflexo do amor de Deus e fundamento da concórdia e da paz.
Sobre vós, as vossas famílias e os vossos povos, desça copiosa a bênção do Senhor.
Obrigado!





Fontes: Santa Sé, L'Osservatore Romano e Ecclesia


Sem comentários:

Enviar um comentário