Dignidade
do homem, economia ao serviço do bem comum, inclusão social, luta
contra a fome e atenção aos refugiados: são estes os temas
principais da mensagem enviada pelo Papa Francisco ao Fórum
Económico Mundial, que decorre em Davos-Klosters, na Suíça, de 22
a 25 de Janeiro.
No
documento pontifício - dirigido ao Presidente Executivo do Fórum
Klaus Schwab e lido pelo Cardeal Turkson, presidente do Conselho
Pontifício Justiça e Paz - o Papa espera que o encontro seja
"ocasião para uma reflexão mais
aprofundada sobre as causas da crise económica" mundial.
Para
muitas pessoas, escreve o Papa, a pobreza foi reduzida, mas isso não
basta, porque ainda persiste “uma exclusão
social generalizada". Ainda hoje, "a
maior parte dos homens e mulheres continua a viver ainda uma
precariedade diária, muitas vezes com consequências dramáticas".
A política e a economia devem, portanto, trabalhar na promoção de
"uma abordagem inclusiva que tenha em
conta a dignidade de cada pessoa humana e do bem comum".
"Não
se pode tolerar que milhares de pessoas morram diariamente de fome,
havendo embora à disposição grandes quantidades de alimentos que
muitas vezes são simplesmente desperdiçados".
Da
mesma forma, o Papa sublinha que "não
podem deixar indiferentes os muitos refugiados em busca de condições
de vida minimamente dignas, que não apenas não encontram
acolhimento, mas não raramente vão ao encontro da morte em viagens
desumanas". "Estou consciente que estas palavras são
fortes, até mesmo dramáticas mas elas pretendem salientar, mas
também desafiar a capacidade do Fórum para fazer a diferença.
O que é necessário, insiste o Papa, é "um
sentido de responsabilidade renovado, profundo e alargado por parte
de todos", para "servir mais eficazmente o bem comum e
tornar os bens deste mundo mais acessíveis para todos".
Tomando
as palavras de Bento XVI na Caritas in Veritate, o Papa Francisco
ressalta depois que a equidade não deve ser apenas económica, mas
deve ser baseada numa "visão
transcendente da pessoa", de modo
que se possa obter "uma
distribuição mais equitativa das riquezas, a criação de
oportunidades de emprego e uma promoção integral dos pobres que
ultrapasse a mera assistência".
A
mensagem do Papa termina com um forte apelo: "Peço
a todos que façam de modo que a humanidade seja servida pela riqueza
e não governada por ela"
na óptica de "uma ética verdadeiramente
humana", levada a cabo por pessoas
"de grande honestidade e
integridade", guiadas por "altos
ideais de justiça, generosidade e preocupação pelo autêntico
desenvolvimento da família humana".
Agora
que chegou à sua 44ª edição, o Fórum de Davos este ano
conta com 2.500 participantes, incluindo 40 chefes de Estado e de
Governo.
Não
falta o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente do
Banco Central Europeu, Mario Draghi.
Estão
também presentes numerosas ONG's e vários representantes
religiosos, cristãos, hebreus e muçulmanos.
Para
a Igreja Católica, assinalam-se os cardeais Peter Turkson,
presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz; John Onayekan,
Arcebispo de Abuja, na Nigéria, e Luis Antonio Tagle, Arcebispo de
Manila, nas Filipinas, assim como o Arcebispo de Dublin, D. Diarmuid
Martin.
Fonte:
Rádio Vaticano
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