Como
publicamos anteriormente, concluiu-se ontem a Semana de Oração
pela Unidade dos Cristãos sob o lema ESTARÁ CRISTO DIVIDIDO?
Na
tarde deste sábado o Papa Francisco presidiu às vésperas na
Basílica de S. Paulo Fora de Muros, por ocasião da Festa da
Conversão de S. Paulo e no encerramento da Semana de Oração pela
Unidade dos Cristãos.
Antes
de iniciar a celebração o Papa Francisco desceu ao túmulo do
Apóstolo Paulo para rezar com o arcebispo metropolita ortodoxo,
Gennadios Zervos, e o representante do arcebispo de Cantuária, o
Pastor David Moxon.
Na
presença de representantes ortodoxos, anglicanos e de outras
comunidades cristãs, na sua homilia o Papa comentou o tema escolhido
para a edição deste ano da Semana: «Estará Cristo dividido?» (1
Cor 1, 13).
Com
grande tristeza - comentou o Santo Padre - o Apóstolo Paulo soube
que os cristãos de Corinto estavam divididos em várias facções.
Até mesmo quem apelava a Cristo o fazia para se distanciar dos
irmãos.
As divisões na Igreja – prosseguiu o Papa – não podem
ser consideradas como um fenómeno natural ou inevitável. “As
nossas divisões ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que
somos chamados a prestar-Lhe no mundo”, acrescentou o
Papa Francisco que considerou ser Jesus Cristo “o
motor da nossa unidade”:
“Se
não caminharmos juntos, se não rezamos uns pelos outros, e não
trabalharmos juntos, a unidade não virá. O Senhor espera por todos,
acompanha-nos a todo neste caminho da unidade.”
“Nesta
tarde, encontrando-nos aqui reunidos em oração, sentimos que Cristo
– que não pode ser dividido – quer atrair-nos a Si, aos
sentimentos do Seu coração, ao Seu abandono total e íntimo nas
mãos do Pai, ao Seu esvaziar-se radicalmente por amor da humanidade.
Só Ele pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade.
Quando nos encontramos na sua presença, tornamo-nos ainda mais
conscientes que não podemos considerar as divisões na Igreja como
um fenómeno natural, inevitável para cada forma de vida
associativa. As nossas divisões ferem o Seu corpo, ferem o
testemunho que somos chamados a dar no mundo.”
O
Papa Francisco citou ainda os seus predecessores, os Beatos João
XXIII e João Paulo II e Paulo VI:
“… a
obra desses pontífices fez com que a dimensão do diálogo ecuménico
se tornasse um aspecto “essencial do ministério do
Bispo de Roma e hoje não se compreenderia plenamente o serviço
petrino sem incluir nele esta abertura ao diálogo com todos os
crentes em Cristo.”
No
final da celebração o Papa Francisco exortou todos os cristãos:
- “Amados irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor Jesus que nos conserve profundamente unidos a Ele, nos ajude a superarmos os nossos conflitos, as nossas divisões, os nossos egoísmos e a vivermos unidos uns aos outros por uma única força, a do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações.”
Ontem, em Lisboa, na catedral Lusitana (Igreja Anglicana) de São
Paulo, os representantes das Igrejas Católica, Lusitana,
Presbiteriana e Metodista, assinaram uma declaração de
reconhecimento mútuo do Baptismo.
O
representante da Igreja Ortodoxa não esteve presente na celebração
por motivos de saúde, tendo sido assegurado a sua assinatura
posterior.
A
assinatura, no dia conclusivo da Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos, aconteceu num contexto de oração, reunindo jovens e
hierarcas das diversas Igrejas.
Segundo
D. Manuel Clemente, as Igrejas cristãs estão unidas em torno da
“vocação e do chamamento”, também
através da “pertença a Cristo” e
no “acolhimento da relação”,
elencou durante a homilia que proferiu na celebração ecuménica.
“Com
a unidade destas três vertentes não temos todas as razões para na
prática encontrarmos a unidade?”
“Sejamos
consequentes e avancemos”
Os
oito pontos da declaração destacam a validade do Baptismo
“instituído” por Jesus Cristo como “vínculo básico da
unidade” entre cristãos, para formar uma “comunidade do Espírito
Santo que, em testemunho, serviço e comunhão, proclama o seu
reino”.
O
reconhecimento estipula que o Baptismo tem de ser administrado “com
água e em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, para a
remissão dos pecados, de acordo com a intenção e o mandamento de
Cristo”.
Fontes:
Santa Sé, Rádio Vaticano, Agência Ecclesia
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