Na
audiência geral de hoje o Papa Francisco recordou os 50 anos da
Declaração do Concílio Vaticano II Nostra
aetate
sobre as relações da Igreja Católica com as religiões não-cristãs
Foi
o tema da sua Catequese
É
de referir que decorre em Roma de 26 a 28 de Outubro um congresso
internacional para comemorar e analisar as repercussões nas cinco
décadas decorridas desde a promulgação da Declaração Nostra
aetate.
Na
Audiência estiveram presentes representantes de diversas tradições
religiosas e, antes da catequese do Papa, o Cardeail Kurt Koch e o
Cardeal Jean Louis Tauran, em nome dos representantes das várias
religiões, saudaram o Santo Padre.
Na
sua catequese, o Papa Francisco começou por recordar o Concílio
Vaticano II e, em particular, alguns pontos da Declaração Nostra
Aetate, como por exemplo:
a
procura de um sentido para a vida;
o
destino comum da humanidade;
a
unicidade da família humana;
o
olhar benévolo da Igreja sobre as outras religiões;
a
Igreja aberta ao diálogo com todos.
O
Papa Francisco recordou que “são muitas as
iniciativas” que foram desenvolvidas em cinquenta anos com
as religiões não-cristãs.
Lembrou,
especialmente, o Encontro de Assis de 27 de Outubro de 1986, desejado
e promovido pelo Papa João Paulo II, que continua a ser um
“permanente sinal de esperança”.
“O
mundo olha para nós, crentes, e convida-nos a cooperar uns com os
outros e com os homens e mulheres de boa vontade que não professam
qualquer religião, pede-nos respostas reais sobre muitas questões:
a
paz, a fome, a pobreza que afecta milhões de pessoas, a crise
ambiental, a violência, especialmente aquela cometida em nome da
religião, a corrupção, a decadência moral, a crise da família, a
economia, as finanças, e, sobretudo, a esperança.”
“Nós
crentes não temos receitas para estes problemas, mas temos um grande
recurso: a oração.
E
nós crentes rezamos.
Precisamos
rezar.
A
oração é o nosso tesouro, que atingimos segundo as respectivas
tradições, para pedir os dons que nos ligam à humanidade.”
“Por
causa do terrorismo e da violência difundiu-se uma atitude de suspeição” para
com as religiões – afirmou o Santo Padre que considerou que só o
diálogo inter-religioso pode trazer sementes de bem:
“O
diálogo baseado sob o confiante respeito pode levar sementes de bem
que, por sua vez, se transforma em rebentos de amizade e de
colaboração em tantos campos e, sobretudo, no serviço aos pobres,
aos pequenos, aos idosos, no acolhimento aos migrantes, na atenção
a quem está excluído.
Podemos
caminhar juntos cuidando uns dos outros e da Criação.”
O
Santo Padre terminou a sua catequese reiterando o dever de rezar:
“Caros
irmãos e irmãs, quanto ao futuro do diálogo inter-religioso, a
primeira coisa que devemos fazer é rezar.
Rezar
uns pelos outros; somos irmãos!
Sem
o Senhor, nada é possível; com Ele, tudo se alcança!
Que
a nossa oração - cada um segundo a sua própria tradição - possa
aderir plenamente à vontade de Deus, cujo desejo é que todos os
homens se reconheçam irmãos e vivam como tal, formando a grande
família humana na harmonia da diversidade.”
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano
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