Comemora-se
hoje o 50º aniversario da promulgação, em 28 de Outubro de
1965, da declaração Nostra
Aetate
do Concilio Vaticano II
Este
documento destaca o que é comum entre as religiões e com a sua
assinatura começou uma nova fase de diálogo oficial por parte da
Igreja Católica com as religiões não-cristãs.
A
declaração Nostra Aetate
sobre a Igreja e as religiões não-cristãs que destaca
com capítulo próprio o Hinduísmo e Budismo; a religião do Islão;
e a religião Judaica, ao longo dos cinquenta anos impulsionou
fundamentalmente o diálogo entre católicos e judeus.
Um
dos acontecimentos marcantes do diálogo inter-religioso foi o
Encontro de Assis realizado no dia 27 de Outubro de 1986, onde
representantes das mais significativas tradições religiosas se
reuniram numa Jornada Mundial de Oração pela Paz.
A
jornada foi uma iniciativa do papa João Paulo II no contexto de 1986
ter sido declarado como Ano Internacional da Paz pelas Nações
Unidas, tendo acolhido o convite 70 representantes das principais
religiões.
A
2 de Setembro de 2006, na sua mensagem para comemorar o XX
aniversário do Encontro de Assis em 1986, o Papa Bento XVI afirmou:
“O
seu convite [de S. João Paulo II] aos líderes das religiões
mundiais para um testemunho coral de paz serviu para esclarecer sem
possibilidade de equívocos que a religião só pode ser portadora de
paz.
Como
ensinou o Concílio Vaticano II na Declaração Nostra aetate
sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs, "não
podemos... invocar Deus, o Pai de todos, se nos recusarmos a tratar
fraternalmente determinados homens, criados à imagem de Deus"
(n. 5).
Apesar
das diferenças que caracterizam os vários caminhos religiosos, o
reconhecimento da existência de Deus, ao qual os homens só podem
chegar partindo da experiência da criação (cf. Rm 1, 20), não
pode deixar de predispor os crentes a considerar os outros seres
humanos como irmãos.
Portanto,
a ninguém é lícito assumir o motivo da diferença religiosa como
pressuposto ou pretexto para uma atitude bélica em relação aos
outros seres humanos.”
Mais
recentemente, no dia 13 de Janeiro de 2015 no Sri Lanka, o Papa
Francisco participou num encontro inter-religioso com representantes
das religiões budista, hindu e muçulmana, estando também presente
um bispo anglicano.
O
Santo Padre no seu discurso fez um apelo à condenação do
fundamentalismo:
“A
bem da paz, não se deve permitir que se abuse das crenças para a
causa da violência ou da guerra.
Devemos
ser claros e inequívocos ao desafiar as nossas comunidades a viverem
plenamente os princípios da paz e da coexistência, que se encontram
em cada religião, e denunciar actos
de violência sempre que são cometidos”.
“Espero
que a cooperação inter-religiosa e ecuménica prove que os homens e
as mulheres não têm de esquecer a própria identidade, tanto étnica
como religiosa, para viverem em harmonia com os seus irmãos e
irmãs”.
Fonte:
Santa Sé
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