O
Sínodo não é um parlamento, referiu o Papa Francisco no discurso
que introduziu os trabalhos do Sínodo Ordinário sobre a família
O Sínodo ordinário dos Bispos sobre a Família, inaugurado na manhã do passado domingo com a missa presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro, vai debruçar-se sobre as questões que afectam a família hoje, procurando propor soluções à luz do Evangelho.
O
Papa Francisco iniciou a sua homilia
citando o Evangelho de São João:
«Se
nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor
chegou à perfeição em nós» (1 Jo 4, 12).
As
Leituras bíblicas deste Domingo parecem escolhidas de propósito
para o evento de graça que a Igreja está a viver, ou seja, a
Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos que tem por tema a
família e é inaugurada com esta celebração eucarística.
Aquelas
estão centradas em três argumentos: o drama da solidão, o amor
entre homem-mulher e a família.
Os
trabalhos sinodais tiveram início esta Segunda-feira.
Do
discurso introdutório do Santo Padre aos Padres Sinodais,
destacamos:
“A
Igreja retoma hoje o diálogo iniciado com a proclamação do Sínodo
Extraordinário sobre a família e certamente também muito antes,
para avaliar e reflectir juntos sobre o texto do Instrumento de
Trabalho elaborado pela Relatio Synodi e pelas respostas das
Conferências Episcopais e dos organismos autorizados”
“Caros
irmãos, como disse, o Sínodo não é um parlamento, onde para se
chegar a um consenso ou a um acordo comum, se recorre à negociação,
a pactos ou a cedências.
O
único método do Sínodo é o de abrir-se ao Espírito Santo, com
coragem apostólica, humildade evangélica e oração confiante”
Todavia,
advertiu o Papa, o Sínodo só poderá ser um espaço da acção do
Espírito Santo se os participantes se revestirem de coragem
apostólica, de humildade evangélica e de oração confiante:
“A
coragem apostólica que não se deixa intimidar nem diante das
seduções do mundo, que tendem a apagar do coração dos homens a
luz da verdade, substituindo-a com pequenas e temporárias luzes;
a
humildade evangélica que sabe esvaziar-se das próprias convicções
e preconceitos para ouvir os nossos irmãos;
humildade
que leva a apontar o dedo não contra os outros para julgá-los, mas
para estender a mão, para erguê-los sem jamais se sentir superiores
a eles”.
Hoje,
Terça-feira, o Padre Federico Lombardi, Director da Sala de Imprensa
da Santa Sé, num encontro com os jornalistas, informou que o Papa
Francisco teve uma breve intervenção na Assembleia Sinodal para
afirmar que este Sínodo é uma continuidade em relação àquele que
decorreu em 2014, durante o qual a doutrina católica sobre o
matrimónio não foi modificada.
Afirmou
ainda que, “Não nos devemos deixar condicionar e reduzir o
nosso horizonte de trabalho neste Sínodo como se o único problema
fosse o da comunhão aos divorciados e recasados, ou não”.
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano; Agência Ecclesia
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