Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 27 de maio de 2020

A ORAÇÃO É UM REFÚGIO PERANTE A ONDA DO MAL QUE CRESCE NO MUNDO





A catequese de hoje foi dedicada à oração dos justos
   
   
Na quarta catequese dedicada ao tema da oração, o Papa Francisco começou por afirmar:

O plano de Deus para a humanidade é bom, mas na nossa vida quotidiana experimentamos a presença do mal: é uma experiência quotidiana.
Os primeiros capítulos do livro de Génesis descrevem a expansão progressiva do pecado nos assuntos humanos.”

E lembra que Adão e Eva desobedecem a Deus; Caim mata seu irmão Abel; Lamec vangloria-se de ter morto um homem.

No entanto, nessas primeiras páginas da Bíblia, está escrita também outra história, menos evidente, muito mais humilde e devota, que representa o resgate da esperança.
Mesmo que quase todos se comportem de maneira brutal, fazendo do ódio e da conquista o grande motor das vicissitudes humanas, existem pessoas capazes de rezar a Deus com sinceridade, capazes de escrever o destino do homem de uma maneira diferente.”

E o Papa citou como exemplo Abel, que oferece a Deus um sacrifício de primícias.
Depois da sua morte, Adão e Eva tiveram um terceiro filho, Set, de quem nasceu Enós, que significa mortal.
Depois aparece Henoc, personagem que “caminha com Deus”, arrebatado por Deus.
Por fim, Noé, um homem justo que “caminhava com Deus”, diante do qual Deus detém seu propósito de cancelar a humanidade.
E o Papa Francisco acrescenta:

Lendo essas histórias, tem-se a impressão de que a oração seja ao mesmo tempo um escudo, seja um refúgio do homem diante da onda do mal que cresce no mundo.
Nós também rezamos para ser salvos de nós mesmos.
É importante rezar:
Senhor, por favor, salva-me de mim mesmo, das minhas ambições, das minhas paixões.
Salva-me de mim mesmo”.
As pessoas que rezam nas primeiras páginas da Bíblia são homens promotores de paz: na verdade, a oração, quando é autêntica, liberta dos instintos de violência e tem um olhar voltado para Deus, para que Ele volte a cuidar do coração do homem.”

E o Papa contou uma história:

Lembro-me da história de um homem: um chefe de governo, importante, não desse tempo, de tempos passados. Ateu.
Ele não tinha senso religioso em seu coração.
Mas quando criança, ouvia a avó que rezava, e isso permaneceu em seu coração.
Num momento difícil de sua vida, aquela lembrança voltou ao seu coração e disse: “Mas a avó rezava...”.
Ele começou a rezar com as coisas que sua avó dizia e ali encontrou Jesus.
A oração é sempre uma corrente de vida, sempre.
Muitos homens e mulheres que rezam, rezam, semeiam vida.
A oração semeia vida. A pequena oração…
Por isso que é importante ensinar as crianças a rezar.
Dói-me quando encontro crianças e “faço o sinal da cruz”, e elas fazem assim, fazem um gesto: não sabem fazê-lo.
Ensinem as crianças a fazerem bem o sinal da cruz: é a primeira oração.
Que as crianças aprendam a rezar.
Depois, talvez, elas se esqueçam, sigam outro caminho; mas isso permanece no coração, porque é uma semente de vida, a semente do diálogo com Deus”.

E concluiu, afirmando:

A oração abre a porta para Deus, para que transforme o nosso coração muitas vezes de pedra, num coração humano.
É preciso muita humanidade, e com a humanidade reza-se bem”.






Resumo da catequese de hoje:

A oração dos justos é o dique contra o mal.
Desde as primeiras páginas da Sagrada Escritura, vemos a presença crescente do mal no coração do ser humano: Adão e Eva desobedecem a Deus e comem da árvore proibida; Caim, o filho primogénito deles, mata seu irmão Abel; um tetraneto de Caim, Lamec, vangloria-se de ter morto um homem que o feriu e um jovem que o pisou, porque – diz ele –, «se Caim foi vingado sete vezes, Lamec sê-lo-á setenta vezes sete».

E assim se vai ampliando o mal até ao ponto de Deus Se desgostar de ter criado o ser humano, porque «todos os seus pensamentos e desejos tendiam sempre e unicamente para o mal».
Parece um caso perdido!

Mas, nas mesmas páginas, temos outra história, menos saliente, mais humilde e devota, que constitui o resgate da esperança: é feita por pessoas capazes de rezar a Deus com sinceridade e de quem Deus Se agrada como no sacrifício de Abel, como Henoc que «andou na presença de Deus e foi arrebatado ao Céu sem ver a morte».
E temos Noé que «andava sempre com Deus»: pensar nele levou Deus, não a destruir, mas a salvar a humanidade através do dilúvio.
Contra a maré do mal que cresce no mundo, levanta-se como um dique a oração dos justos.
Através deles, Deus realiza os seus desígnios na história: o mundo vive e cresce graças à força de Deus que estes seus servos atraem com a sua oração.
Esta faz florir jardins em lugares onde o ódio do homem apenas foi capaz de ampliar o deserto.
Deus passa através deste «resto» da humanidade que não se rendeu à lei do mais forte, mas colocou a sua esperança em Deus, que pode transformar o nosso coração de pedra num coração de carne.



Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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