A
catequese de hoje foi dedicada à oração dos justos
Na
quarta catequese dedicada ao tema da oração, o Papa Francisco
começou por afirmar:
“O
plano de Deus para a humanidade é bom, mas na nossa vida quotidiana
experimentamos a presença do mal: é uma experiência quotidiana.
Os
primeiros capítulos do livro de Génesis descrevem a expansão
progressiva do pecado nos assuntos humanos.”
E
lembra que Adão e Eva desobedecem a Deus; Caim mata seu irmão Abel;
Lamec vangloria-se de ter morto um homem.
“No
entanto, nessas primeiras páginas da Bíblia, está escrita também
outra história, menos evidente, muito mais humilde e devota, que
representa o resgate da esperança.
Mesmo
que quase todos se comportem de maneira brutal, fazendo do ódio e da
conquista o grande motor das vicissitudes humanas, existem pessoas
capazes de rezar a Deus com sinceridade, capazes de escrever o
destino do homem de uma maneira diferente.”
E
o Papa citou como exemplo Abel, que oferece a Deus um sacrifício de
primícias.
Depois
da sua morte, Adão e Eva tiveram um terceiro filho, Set, de quem
nasceu Enós, que significa mortal.
Depois
aparece Henoc, personagem que “caminha com Deus”, arrebatado por
Deus.
Por
fim, Noé, um homem justo que “caminhava com Deus”, diante do
qual Deus detém seu propósito de cancelar a humanidade.
E
o Papa Francisco acrescenta:
“Lendo
essas histórias, tem-se a impressão de que a oração seja ao mesmo
tempo um escudo, seja um refúgio do homem diante da onda do mal que
cresce no mundo.
Nós
também rezamos para ser salvos de nós mesmos.
É
importante rezar:
“Senhor,
por favor, salva-me de mim mesmo, das minhas ambições, das minhas
paixões.
Salva-me
de mim mesmo”.
As
pessoas que rezam nas primeiras páginas da Bíblia são homens
promotores de paz: na verdade, a oração, quando é autêntica,
liberta dos instintos de violência e tem um olhar voltado para Deus,
para que Ele volte a cuidar do coração do homem.”
E
o Papa contou uma história:
“Lembro-me
da história de um homem: um chefe de governo, importante, não desse
tempo, de tempos passados. Ateu.
Ele
não tinha senso religioso em seu coração.
Mas
quando criança, ouvia a avó que rezava, e isso permaneceu em seu
coração.
Num
momento difícil de sua vida, aquela lembrança voltou ao seu coração
e disse: “Mas a avó rezava...”.
Ele
começou a rezar com as coisas que sua avó dizia e ali encontrou
Jesus.
A
oração é sempre uma corrente de vida, sempre.
Muitos
homens e mulheres que rezam, rezam, semeiam vida.
A
oração semeia vida. A pequena oração…
Por
isso que é importante ensinar as crianças a rezar.
Dói-me
quando encontro crianças e “faço o sinal da cruz”, e elas fazem
assim, fazem um gesto: não sabem fazê-lo.
Ensinem
as crianças a fazerem bem o sinal da cruz: é a primeira oração.
Que
as crianças aprendam a rezar.
Depois,
talvez, elas se esqueçam, sigam outro caminho; mas isso permanece no
coração, porque é uma semente de vida, a semente do diálogo com
Deus”.
E
concluiu, afirmando:
“A
oração abre a porta para Deus, para que transforme o nosso coração
muitas vezes de pedra, num coração humano.
É
preciso muita humanidade, e com a humanidade reza-se bem”.
Resumo
da catequese de hoje:
A
oração dos justos é o dique contra o mal.
Desde
as primeiras páginas da Sagrada Escritura, vemos a presença
crescente do mal no coração do ser humano: Adão e Eva desobedecem
a Deus e comem da árvore proibida; Caim, o filho primogénito deles,
mata seu irmão Abel; um tetraneto de Caim, Lamec, vangloria-se de
ter morto um homem que o feriu e um jovem que o pisou, porque – diz
ele –, «se Caim foi vingado sete vezes, Lamec sê-lo-á setenta
vezes sete».
E
assim se vai ampliando o mal até ao ponto de Deus Se desgostar de
ter criado o ser humano, porque «todos os seus pensamentos e desejos
tendiam sempre e unicamente para o mal».
Parece
um caso perdido!
Mas,
nas mesmas páginas, temos outra história, menos saliente, mais
humilde e devota, que constitui o resgate da esperança: é feita por
pessoas capazes de rezar a Deus com sinceridade e de quem Deus Se
agrada como no sacrifício de Abel, como Henoc que «andou na
presença de Deus e foi arrebatado ao Céu sem ver a morte».
E
temos Noé que «andava sempre com Deus»: pensar nele levou Deus,
não a destruir, mas a salvar a humanidade através do dilúvio.
Contra
a maré do mal que cresce no mundo, levanta-se como um dique a oração
dos justos.
Através
deles, Deus realiza os seus desígnios na história: o mundo vive e
cresce graças à força de Deus que estes seus servos atraem com a
sua oração.
Esta
faz florir jardins em lugares onde o ódio do homem apenas foi capaz
de ampliar o deserto.
Deus
passa através deste «resto» da humanidade que não se rendeu à
lei do mais forte, mas colocou a sua esperança em Deus, que pode
transformar o nosso coração de pedra num coração de carne.
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
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