Na
catequese desta Quarta-feira o Papa Francisco deu continuidade ao
tema da Oração
O
Santo Padre começou por afirmar que,
“A
oração pertence a todos: aos homens de todas as religiões, e
provavelmente também àqueles que não professam nenhuma.
A
oração nasce no segredo de nós mesmos, naquele lugar interior que
muitas vezes os autores espirituais costumam chamar de “coração”.
Portanto,
rezar não é algo periférico em nós, não é uma nossa faculdade
secundária e marginal, mas é o mistério mais íntimo de nós
mesmos. É esse mistério que reza.
As
emoções rezam, mas não se pode dizer que a oração seja apenas
emoção.
A
inteligência reza, mas rezar não é apenas um ato intelectual.
O
corpo reza, mas pode-se falar com Deus até mesmo na mais grave
invalidez.
Portanto,
é todo o ser humano que reza, se o seu “coração” reza.”
Segundo
o Papa,
“A
oração é um impulso, é uma invocação que vai além de nós
mesmos: algo que nasce no íntimo de nossa pessoa e se estende,
porque sente a saudade de um encontro.
Devemos
sublinhar isso: sente a saudade de um encontro, aquela saudade que é
mais que uma necessidade, mais que uma necessidade; é uma estrada, a
saudade de um encontro.
A
oração é a voz de um “eu” que tateia, que procede tateando,
procurando um “Tu”.
O
encontro entre o “eu” e o “Tu” não pode ser feito com
calculadoras.
É
um encontro humano e se procede tateando, muitas vezes, para
encontrar o “Tu” que o meu “eu” procura”.”
O
Papa concluiu sua catequese, pedindo-nos para tentar rezar assim:
“Vamos
todos tentar rezar assim, entrando no mistério da Aliança.
A
colocar-nos através da oração nos braços misericordiosos de Deus,
sentir-nos envolvidos nesse mistério de felicidade que é a vida
trinitária, a sentir-nos convidados que não mereciam tanta honra e
a repetir a Deus, na surpresa da oração: é possível que Tu apenas
conheces o amor? Conhece somente o amor e não ódio?
Esse
é o Deus ao qual nos dirigimos.
Este
é o núcleo incandescente de toda oração cristã.”
Neste
13 de Maio, Festa litúrgica de Nossa Senhora de Fátima, o Papa
Francisco quis “aproximar-se com o coração da Diocese de Fátima,
ao Santuário”, dirigindo-se no final da audiência aos peregrinos
de língua portuguesa:
“Saúdo
os ouvintes de língua portuguesa e, neste dia treze de Maio, a todos
encorajo a conhecer e seguir o exemplo da Virgem Maria.
Para
isso procuremos viver este mês com uma oração diária mais intensa
e fiel, em particular rezando o terço, como recomenda a Igreja,
obedecendo a um desejo repetidamente expresso em Fátima por Nossa
Senhora.
Sob
a sua protecção, vereis que os sofrimentos e as aflições da vida
vos farão menos mal.
Gostaria
de aproximar-me com o coração à Diocese de Fátima, ao Santuário
de Nossa Senhora, hoje.
Saúdo
todos os peregrinos que rezam diariamente, saúdo o cardeal bispo,
saúdo todos.
Todos
unidos com Nossa Senhora, que nos acompanhe neste caminho de
conversão diária a Jesus.
Que
Deus vos abençoe!”
Também
ao saudar os peregrinos polacos, o Santo Padre convidou a recordar
das mensagens da Virgem de Fátima dirigidas ao mundo:
“Hoje
celebramos a memória litúrgica da Nossa Senhora de Fátima.
Voltemos
com o pensamento às suas aparições e sua mensagem transmitida ao
mundo, bem como ao atentado contra São João Paulo II, que na
salvação de sua vida viu a intervenção materna da Santa Virgem.
Nas
nossas orações, peçamos a Deus, pela intercessão do Imaculado
Coração de Maria, pela paz para o mundo, o fim da pandemia, o
espírito de penitência e nossa conversão”.
Resumo
da catequese do Santo Padre:
A
oração, encontramo-la em todos os seguidores das várias religiões
e, provavelmente, também nas pessoas que não professam nenhuma.
É
uma invocação que nasce no íntimo de nós mesmos e se eleva para
Alguém, porque sente a nostalgia dum encontro: a oração é a voz
de alguém, na escuridão, que às apalpadelas procura a Luz que é
Deus.
Ora,
como diz o evangelista São João, «a Deus jamais alguém O viu. O
Filho Unigénito que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem O
deu a conhecer» (1, 18).
E
como é?
É
um Deus, de rosto muito terno, que não quer meter medo a ninguém.
Antes
de Jesus no-Lo revelar, os homens estavam habituados a aproximar-se
de Deus cheios de medo perante o seu mistério fascinante e tremendo;
veneravam-No com atitude servil, parecida com a dum súbdito que não
quer faltar de respeito ao seu senhor.
Pelo
contrário, o Deus, que Jesus nos revelou, é Pai, o Pai nosso.
A
Ele nos dirigimos com a confiança de filhos: podemos pedir-Lhe tudo,
explicar-Lhe tudo, contar-Lhe tudo.
Deus
é o amigo, o nosso aliado e um aliado fiel: mesmo que deixemos de O
amar, Ele continua a querer-nos bem, chegando ao ponto de morrer por
nós na Cruz.
Procuremos
rezar, colocando-nos nos braços misericordiosos do Pai do Céu,
deixando-nos envolver por aquele mistério de felicidade que é a
vida trinitária.
Inebriados
pela sua maravilha, brotará em nós esta oração a Deus: Será
possível que Tu conheças só o amor?
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
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