Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 14 de maio de 2020

REZAR É O MISTÉRIO MAIS ÍNTIMO DE NÓS MESMOS




Na catequese desta Quarta-feira o Papa Francisco deu continuidade ao tema da Oração



O Santo Padre começou por afirmar que,

A oração pertence a todos: aos homens de todas as religiões, e provavelmente também àqueles que não professam nenhuma.
A oração nasce no segredo de nós mesmos, naquele lugar interior que muitas vezes os autores espirituais costumam chamar de “coração”.
Portanto, rezar não é algo periférico em nós, não é uma nossa faculdade secundária e marginal, mas é o mistério mais íntimo de nós mesmos. É esse mistério que reza.
As emoções rezam, mas não se pode dizer que a oração seja apenas emoção.
A inteligência reza, mas rezar não é apenas um ato intelectual.
O corpo reza, mas pode-se falar com Deus até mesmo na mais grave invalidez.
Portanto, é todo o ser humano que reza, se o seu “coração” reza.”

Segundo o Papa,

A oração é um impulso, é uma invocação que vai além de nós mesmos: algo que nasce no íntimo de nossa pessoa e se estende, porque sente a saudade de um encontro.
Devemos sublinhar isso: sente a saudade de um encontro, aquela saudade que é mais que uma necessidade, mais que uma necessidade; é uma estrada, a saudade de um encontro.

A oração é a voz de um “eu” que tateia, que procede tateando, procurando um “Tu”.
O encontro entre o “eu” e o “Tu” não pode ser feito com calculadoras.
É um encontro humano e se procede tateando, muitas vezes, para encontrar o “Tu” que o meu “eu” procura”.”

O Papa concluiu sua catequese, pedindo-nos para tentar rezar assim:

Vamos todos tentar rezar assim, entrando no mistério da Aliança.
A colocar-nos através da oração nos braços misericordiosos de Deus, sentir-nos envolvidos nesse mistério de felicidade que é a vida trinitária, a sentir-nos convidados que não mereciam tanta honra e a repetir a Deus, na surpresa da oração: é possível que Tu apenas conheces o amor? Conhece somente o amor e não ódio?
Esse é o Deus ao qual nos dirigimos.
Este é o núcleo incandescente de toda oração cristã.”



Neste 13 de Maio, Festa litúrgica de Nossa Senhora de Fátima, o Papa Francisco quis “aproximar-se com o coração da Diocese de Fátima, ao Santuário”, dirigindo-se no final da audiência aos peregrinos de língua portuguesa:

Saúdo os ouvintes de língua portuguesa e, neste dia treze de Maio, a todos encorajo a conhecer e seguir o exemplo da Virgem Maria.
Para isso procuremos viver este mês com uma oração diária mais intensa e fiel, em particular rezando o terço, como recomenda a Igreja, obedecendo a um desejo repetidamente expresso em Fátima por Nossa Senhora.
Sob a sua protecção, vereis que os sofrimentos e as aflições da vida vos farão menos mal.
Gostaria de aproximar-me com o coração à Diocese de Fátima, ao Santuário de Nossa Senhora, hoje.
Saúdo todos os peregrinos que rezam diariamente, saúdo o cardeal bispo, saúdo todos.
Todos unidos com Nossa Senhora, que nos acompanhe neste caminho de conversão diária a Jesus.
Que Deus vos abençoe!”


Também ao saudar os peregrinos polacos, o Santo Padre convidou a recordar das mensagens da Virgem de Fátima dirigidas ao mundo:

Hoje celebramos a memória litúrgica da Nossa Senhora de Fátima.
Voltemos com o pensamento às suas aparições e sua mensagem transmitida ao mundo, bem como ao atentado contra São João Paulo II, que na salvação de sua vida viu a intervenção materna da Santa Virgem.

Nas nossas orações, peçamos a Deus, pela intercessão do Imaculado Coração de Maria, pela paz para o mundo, o fim da pandemia, o espírito de penitência e nossa conversão”.




Resumo da catequese do Santo Padre:

A oração, encontramo-la em todos os seguidores das várias religiões e, provavelmente, também nas pessoas que não professam nenhuma.
É uma invocação que nasce no íntimo de nós mesmos e se eleva para Alguém, porque sente a nostalgia dum encontro: a oração é a voz de alguém, na escuridão, que às apalpadelas procura a Luz que é Deus.
Ora, como diz o evangelista São João, «a Deus jamais alguém O viu. O Filho Unigénito que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem O deu a conhecer» (1, 18).
E como é?
É um Deus, de rosto muito terno, que não quer meter medo a ninguém.
Antes de Jesus no-Lo revelar, os homens estavam habituados a aproximar-se de Deus cheios de medo perante o seu mistério fascinante e tremendo; veneravam-No com atitude servil, parecida com a dum súbdito que não quer faltar de respeito ao seu senhor.
Pelo contrário, o Deus, que Jesus nos revelou, é Pai, o Pai nosso.
A Ele nos dirigimos com a confiança de filhos: podemos pedir-Lhe tudo, explicar-Lhe tudo, contar-Lhe tudo.
Deus é o amigo, o nosso aliado e um aliado fiel: mesmo que deixemos de O amar, Ele continua a querer-nos bem, chegando ao ponto de morrer por nós na Cruz.
Procuremos rezar, colocando-nos nos braços misericordiosos do Pai do Céu, deixando-nos envolver por aquele mistério de felicidade que é a vida trinitária.
Inebriados pela sua maravilha, brotará em nós esta oração a Deus: Será possível que Tu conheças só o amor?



Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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