O
dia 11 de Novembro é o dia da Festa de São Martinho (316-397),
Bispo de Tours (França)
A
vida e obra de São Martinho de Tours contada pelo Papa emérito
Bento XVI
Ainda
que este ano o “Verão de São Martinho” não tenha acertado no
calendário, é nesta data, a meio do outono, que tradicionalmente se
come castanhas, se prova o vinho novo e se “prestam
contas” do ano agrícola.
A
São Martinho todos
associamos a imagem do Santo
a cortar a sua capa em
duas para, com
metade, abrigar um pobre
cheio de frio.
Um
acto de caridade fraterna,
como referiu o Papa Emérito Bento XVI ao evocar o Santo na sua
catequese de 11 de Novembro de 2007:
Queridos
irmãos e irmãs!
A
Igreja recorda hoje, 11 de Novembro, São Martinho, Bispo de Tours,
um dos santos mais célebres e venerados da Europa.
Tendo
nascido numa família pagã na Panónia, actual Hungria, por volta de
316, foi orientado pelo pai para a carreira militar.
Ainda
adolescente, Martinho encontrou o Cristianismo e, superando muitas
dificuldades, inscreveu-se entre os catecúmenos para se preparar
para o Baptismo.
Recebeu
o Sacramento por volta dos vinte anos, mas teve que permanecer ainda
por muito tempo no exército, onde deu testemunho do seu novo género
de vida: respeitador e compreensivo para com todos, tratava o seu
criado como um irmão, e evitava as diversões vulgares.
Tendo-se
despedido do serviço militar, foi a Poitiers, na França, junto do
santo Bispo Hilário.
Por
ele ordenado diácono e presbítero, escolheu a vida monástica e deu
origem, com alguns discípulos, ao mais antigo mosteiro conhecido na
Europa, em Ligugé.
Cerca
de dez anos mais tarde, os cristãos de Tours, tendo ficado sem
Pastor, aclamaram-no seu Bispo.
Desde
então Martinho dedicou-se com zelo fervoroso à evangelização no
campo e à formação do clero.
Mesmo
sendo-lhe atribuídos muitos milagres, são Martinho é famoso
sobretudo por um acto de caridade fraterna.
Quando
era ainda jovem soldado, encontrou na estrada um pobre entorpecido e
trémulo de frio.
Pegou
no seu manto e, cortando-o em dois com a espada, deu metade àquele
homem.
Nessa
noite apareceu-lhe Jesus em sonho, sorridente, envolvido naquele
mesmo manto.
Queridos
irmãos e irmãs, o gesto caritativo de São Martinho inscreve-se na
mesma lógica que levou Jesus a multiplicar os pães para as
multidões famintas, mas sobretudo a deixar-se a si mesmo como
alimento para a humanidade na Eucaristia, Sinal supremo do amor de
Deus, Sacramentum caritatis.
É
a lógica da partilha, com a qual se expressa de modo autêntico o
amor ao próximo.
Ajude-nos
São Martinho a compreender que só através de um compromisso comum
de partilha, é possível responder ao grande desafio do nosso tempo:
isto é, de construir um mundo de paz e de justiça, no qual cada
homem possa viver com dignidade.
Isto
pode acontecer se prevalece um modelo mundial de autêntica
solidariedade, capaz de garantir a todos os habitantes do planeta o
alimento, as curas médicas necessárias, mas também o trabalho e os
recursos energéticos, assim como os bens culturais, o saber
científico e tecnológico.
Dirijamo-nos
agora à Virgem Maria, para que ajude todos os cristãos a ser, como
São Martinho, testemunhas generosas do Evangelho da caridade e
incansáveis construtores de partilha solidária.
PAPA
BENTO XVI
ANGELUS,
Festa de São Martinho
Domingo,
11 de Novembro de 2007
Fonte:
Santa Sé
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